quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Eike Batista se naturaliza espanhol

Eike anunciou investimentos no promissor ramo das touradas

MADRIX - Inspirado na corajosa decisão do jogador Diego Costa, o empresário Eike Batista também anunciou sua naturalização espanhola. "El Brasil no suebe me valoriçar", disse, a bordo de um helicóptero, enquanto fazia uma banana em direção ao Rio de Janeiro.

Ao saber da atitude do empresário, o técnico Luciano Coutinho, comandante da seleção do BNDEX, recorreu à OMC. "Esperava convocar mais um empréstimo ao Eike", lamentou. Em seguida, o banco voltou a se chamar BNDES e consolidou, em 13 segundos, um crescimento de 154%.

Ao pisar em terras espanholas, El Eike anunciou investimentos milionários no Porto de Barcelona, a despoluição das arenas de touradas e financiamentos dos próximos filmes de Pedro Almodóvar. "Já estão de pé a ÑÑX, a ESX e a QUIXOTEX", disse Eike, que passou a pronunciar a letra X com a língua presa entre os dentes.

No The i-Piauí Herald

Estação Impunidade


Editorial (!) da Folha de S. Paulo:
O trem tucano
Nas investigações sobre a CPTM, um escândalo engata-se a outro, e a omissão das autoridades paulistas tem garantido a impunidade geral
Tornam-se cada vez mais comprometedoras as notícias em torno da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e seus contratos milionários. As suspeitas incidem sobre sucessivos governos tucanos no Estado.
O caso já é antigo, mas foi reavivado recentemente pela empresa alemã Siemens, que, em troca de imunidade nas investigações, levou às autoridades brasileiras documentos que indicam a existência de um cartel no sistema metroferroviário paulista --com a partilha de encomendas e elevação de preço das concorrências.
Ao menos seis licitações teriam sido fraudadas, segundo documentos internos da Siemens, que apontavam conluios durante as administrações de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.
Diante das denúncias, o governador Alckmin não apenas anunciou diligências --que se revelaram bem menos rápidas do que o prometido-- mas também acentuou que, até aquele momento, não havia indicações de participação de autoridades públicas no esquema.
Pois bem. Enquanto se bloqueavam as tentativas de realizar uma CPI sobre o escândalo, surgiram nomes de possíveis beneficiários de propina no governo.
Outra empresa associada ao cartel, a francesa Alstom, vinha sendo acusada de corromper governos em diversos países. Documentos obtidos por autoridades suíças sugerem que João Roberto Zaniboni, ex-diretor da CPTM, teria recebido US$ 836 mil (cerca de R$ 1,8 milhão) da Alstom.
Revela-se agora que, em 2011, as autoridades suíças pediam ao Ministério Público brasileiro investigações sobre quatro suspeitos, inclusive o próprio Zaniboni.
Nenhuma investigação foi feita, entretanto. E o motivo alegado para a omissão é de molde a desafiar a credulidade até mesmo dos mais ingênuos. É que o pedido vindo da Suíça foi arquivado numa pasta errada. Assim declara o responsável pelas investigações no Brasil, o procurador Rodrigo de Grandis.
Como esta Folha revelou no sábado, passados três anos, a Suíça desistiu de prosseguir no caso; as suspeitas foram arquivadas.
Não bastassem as notórias dificuldades brasileiras para julgar, condenar e aplicar penas aos suspeitos de corrupção, vê-se, no caso Alstom, a intervenção de um fator acabrunhante: o engavetamento puro e simples.
Desaparece o pedido, perde-se o prazo, enterra-se o assunto, reconhece-se a "falha administrativa". Que não fique por isso mesmo, para que o trem tucano não prossiga até a muito conhecida estação chamada Impunidade.

Lula chama a si confronto com Eduardo e Marina




Do Tijolaço - 31 de outubro de 2013 | 11:20

dillul

por Fernando Brito 

Lula, que de bobo não tem nada, está se movimentando para obstruir aquilo que pode vir a ser, de fato, um prejuízo eleitoral para Dilma Rousseff em 2014: que a dupla Eduardo Campos-Marina Silva possa envolver parte do eleitorado nordestino e, de uma maneira mais ampla, popular.

Porque, com tudo o que aprendeu, sabe que a direita – a verdadeira – está empacada num discurso velho, passadista e, por isso, traz na testa o estigma de um tempo que o povo brasileiro sabe que não quer reviver.
Deve-se a isso dois dos últimos movimentos do ex-presidente.

O primeiro, o de evidenciar a “conversão” de Marina Silva às ideias neoliberais. O “pito” que lhe deu ontem, dizendo que ela “esqueceu” que a “estabilidade econômica” de Fernando Henrique quebrou o país três vezes.

Marina escafedeu-se do debate, obviamente desavantajoso para ela, dizendo que “não tem pressa” de responder a Lula, quando, na verdade, não tem com que responder, a não ser com uma vaga citação à “Carta ao Povo Brasileiro” feita por Lula, num momento em que o país batia – com a tal estabilidade e tudo – às portas do FMI, insolvente.

O segundo movimento de Lula provocou furor, ontem, em Pernambuco, com a veiculação, no Blog de Jamildo, no Jornal do Commercio, de um vídeo (veja no fim do post) com apenas uma frase de Lula, à saída de uma solenidade na Câmara Municipal:

 - Eu quero dizer aos meus companheiros de Pernambuco que logo, logo, eu estarei lá
Bem, vocês imaginam o quanto isso apavorou a turma de Campos.

O imenso peso do prestígio de Lula no estado – o seu estado natal, aliás – vai causar danos de difícil reparação ao ponto mais forte do currículo de Eduardo Campos: o de querer apresentar-se como um governador otimamente avaliado pelos pernambucanos.

Sem o voto pernambucano, Campos vira um general sem tropa, e não é por outra razão que a Marina da “nova política” fez ginástica para dizer que a aliança dele com 14 partidos – e as devidas repartições de cargos – não é fisiologismo, como diz que são todas as outras.

Este é o “probleminha” da dupla Campos e Marina, o sinal que trazem na testa e que não se lhes pode apontar.

Não é a primeira vez que cito, mas repito a frase do velho Brizola: A política ama a traição. Mas, logo, abomina o traidor.


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Globo e Aécio sofrem mais uma derrota: Petrobras é a empresa mais desejada para trabalhar no Brasil

A TV Globo sofreu mais uma derrota na sua pretensa capacidade de "formar opinião". De nada adiantou fazer uma campanha sistemática contra a Petrobras em seu noticiário, dia sim e outro também nos últimos anos. A empresa pelo sexto ano consecutivo é eleita a número 1 no ranking das empresas mais desejadas para trabalhar no Brasil, segundo pesquisa da consultoria Aon Hewitt.

A pesquisa ouviu 84 mil pessoas de 116 empresas de todas as regiões do país. A Petrobras teve quase o tripo de votos da segunda colocada, a Vale, e da terceira, o Google.

Em agosto a Petrobras também foi eleita “empresa dos sonhos dos jovens 2013” em outra pesquisa realizada pela "Cia de Talentos", ouvindo 52 mil jovens universitários e em início de carreira, de 17 a 26 anos.

Por sinal quem anda em baixa entre as mais desejadas para trabalhar é a própria Globo. Em nenhuma das pesquisas a TV aparece entre as 10 primeiras.

Outro derrotado é o senador tucano Aécio Neves, que chegou a fazer até seminário do PSDB reunindo gente para falar mal da Petrobras e desvalorizar a empresa.

Lula desmente agiotas da Folha

Altamiro Borges, Blog do Miro
“A Folha desta quarta-feira publicou mais uma notinha sacana: “O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula nos bastidores para que o Senado vote o projeto de Francisco Dornelles (PP-RJ) de autonomia do Banco Central. Lula conversou sobre isso com o senador. O petista também falou com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) – que, na semana passada, surpreendeu o governo ao defender a proposta. Lula acha que a votação seria uma forma de debelar a desconfiança do mercado em relação ao governo Dilma Rousseff”. 
Poucas horas depois, a assessoria de Lula desmentiu a futrica: 
“Lamentavelmente, hoje (30), a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, colocou em minha boca coisas que eu não disse e informações que não correspondem à verdade”.

A sacanagem da Folha não é gratuita. Há muito tempo que o jornal da falida famiglia Frias – e toda a mídia rentista e os seus “calunistas” a soldo dos banqueiros – defende a autonomia do Banco Central. A tese neoliberal extremada é simples: o povo elege o presidente, mas quem manda na economia são os agiotas financeiros. Com a autonomia do BC, os rentistas é que ditariam as políticas de juros e de câmbio. Simples assim! Durante seus oito anos de governo, o ex-presidente Lula resistiu à violenta pressão do capital financeiro para impor este golpe. Mesmo assim, a mídia não desiste e coloca “na boca” de Lula coisas que ele “não disse e informações que não correspondem à verdade”. 

A tese tresloucada da autonomia do BC foi rejeitada até por Milton Friedman, o guru dos neoliberais. No livro “Capitalismo e liberdade”, o reacionário economista afirma: “O Banco Central Independente (BCI) é um mau sistema para os que acreditam na liberdade justamente porque dá a poucos homens um poder tão grande sem que seja exercido sobre eles nenhum controle efetivo por parte do corpo político. Este é um argumento-chave, de natureza política, contra o BCI. Mas é também um mau sistema, mesmo para os que põem a segurança acima da liberdade. Erros não podem ser evitados em sistemas que dispensam a responsabilidade, mas dão amplos poderes a um pequeno grupo de homens, tornando as ações políticas altamente dependentes de acidentes de personalidade. Este é um argumento-chave, de natureza técnica, contra a existência de um BCI”.

Os rentistas nativos e sua mídia “privada” (nos dois sentidos da palavra) – hoje totalmente endividada e dependente dos banqueiros – são mais radicais e malucos do que o próprio papa do neoliberalismo. Eles pregam que o Banco Central se sobreponha aos governantes, eleitos pelo voto direto de milhões de pessoas, para implementar políticas econômicas que favoreçam seus interesses mesquinhos e egoístas. A autonomia do BC representa ainda mais poder para o capital financeiro, responsável pelo atual colapso de várias nações do planeta. Ao contrário do que difunde a mídia rentista, esta receita neoliberal não representa maior liberdade, mas sim a ditadura completa dos agiotas.”


Lula e a “disruptura” de memória de Marina Silva


A Folha publicou algumas declarações de Lula que baixam a bola da fase “Marina Leitão” que a candidata do partido… – ah, sim, do PSB – vem assumindo em suas entrevistas, nas quais diz que ela vai defender “as conquistas de FHC e de Lula”.

Lula disse que Marina precisa parar de “aceitar com facilidade” lições que estaria tomando na área de economia – uma referência aos velhos tucanos André Lara Rezende e Eduardo Gianetti, o homem da rolha vacum – e parar de dizer que o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) deu ao país a estabilidade econômica.”

“A Marina precisa só compreender o seguinte: ela entrou no governo junto comigo em 2003 e ela sabe que o Brasil tem hoje mais estabilidade em todos os níveis que a gente tinha quando entramos. Herdamos do FHC um país muito inseguro, não tinha nenhuma estabilidade, não tínhamos dinheiro sequer para pagar suas importações”, afirmou Lula.

“Tínhamos [US$] 37 bilhões de reservas, dos quais 20 bilhões eram do FMI [Fundo Monetário Internacional], e hoje a gente tem [US$] 376 bilhões de reservas, mais [US$] 14 bilhões emprestados ao FMI. Tínhamos uma inflação de 12% quando cheguei e tem uma inflação hoje de 5,8%. Então, eu penso que Marina precisa não aceitar com facilidade algumas lições que estão lhe dando. Ela precisa acompanhar com mais gente o que era o Brasil antes de a gente chegar”

Para Lula, Marina “deve ter se esquecido” que “em 1998 a política cambial fez esse Brasil quebrar três vezes.

Não esqueceu, não, Lula. Nem ela, nem Eduardo Campos.

É apenas a perda seletiva de memória que acompanha a mudança de lado.

Fernando Henrique já nos ensinou do que se trata este tipo de amnésia.

É provocado por traumatismo de caráter.

Fernando Brito
No Tijolaço

Espionada, China exige explicação dos EUA


Big Brother Obama está cada vez mais enrascado; depois de espionar Brasil, México, Alemanha e Espanha, ele também mexeu com a poderosíssima China, contando com a colaboração das embaixadas australianas. "A China está extremamente preocupada com este relato e exige que os Estados Unidos ofereçam um esclarecimento e uma explicação", disse Hua Chunying, porta-voz da chancelaria chinesa; até onde vai essa crise?
A China cobrou uma explicação dos Estados Unidos após reportagem de um jornal australiano afirmar que embaixadas australianas, incluindo a de Pequim, são usadas ​​como parte de uma operação de espionagem liderada pelos EUA.
O jornal The Sydney Morning Herald disse nesta quinta-feira que a coleta de informações ocorre em embaixadas australianas na Ásia, bem como em outras missões diplomáticas, sem o conhecimento da maioria dos diplomatas australianos.
"A China está extremamente preocupada com este relato e exige que os Estados Unidos ofereçam um esclarecimento e uma explicação", disse Hua Chunying, porta-voz da chancelaria chinesa, em entrevista coletiva.
"Também exigimos que as embaixadas estrangeiras na China e suas equipes respeitem a Convenção de Viena... e outros tratados internacionais e não se envolvam em quaisquer atividades que não estejam de acordo com o seu estatuto ou posto e prejudique a segurança e os interesses da China", acrescentou.
China e Austrália têm um consenso para aumentar a cooperação, e ambos veem um ao outro como uma oportunidade de desenvolvimento, segundo Hua.
Acredita-se que os próprios serviços de segurança da China mantenham uma sofisticada operação de grampos e vigilância, pelo menos internamente, embora o governo negue acusações de que tenta invadir redes de computadores no exterior.
No 247

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

As filhas dos outros !!!



VALE A PENA LER DE NOVO - AS FILHAS DO PSDB ENVOLVIDAS EM ESCÂNDALOS...

AS FILHAS DO PSDB ENVOLVIDAS EM ESCÂNDALOS CABELUDOS– SÓ QUE A MÍDIA ALIVIA AS 'MENINAS".

FHC e Kobayashi - No "ninho" tucano todos os escândalos são minimizados pela imprensa. Duro nesse país é ser filho de Erenice, aí.........

Filhas, melhor não tê-las, mas se não tê-las............
Lá atrás foi a filha de Fernando Henrique Cardoso, funcionária fantasma do Senado, relacionada na folha de pagamento do Gabinete do recém derrotado Senador Heráclito Fortes do DEM. De 2003 até 2009, Luciana Cardoso, recebeu algo em torno de R$ 5.000,00 por mês, para ficar em casa, e conforme declarou o Senador, “arrumar uns documentos para a biografia dele”. A própria filha de FHC declarou que não ia ao Senado, e que aquilo era “bagunça”.
Depois foi a filha de José Serra, que pelo que se diz, era sócia de uma empresa que conseguia acesso a contas bancárias e cadastros de cidadãos (60 milhões de contas de contribuintes brasileiros teriam sido violadas)
Recentemente o caso envolve as filhas de Paulo Preto, UMA DELAS NOMEADA EM CARGO DE COMISSÃO POR JOSÉ SERRA, coincidentemente logo assim que ele assumiu o governo do Estado de São Paulo e a família de Paulo Preto (Esposa e filha) emprestaram ao tucano ALOYSIO NUNES (unha e carne com Serra) a bagatela de R$ 300 MIL. A outra menina dos tucanos é advogada de empreiteiras que tem relação com o governo paulista. O pai toca a obra e ela defende a empreitada.
Por último agora é a DONA DA GRÁFICA, irmã de um dos principais coordenadores da campanha de Serra. A família Kobayashi, tucanos, enrolados na má impressão de panfletos eleitorais ilegais. Todos pelo visto, abençoados por um Bispo, e todos agora tendo que explicar para a Polícia Federal, de onde veio a grana para financiar tamanha indignidade.
Pelo visto, família e filha de tucano, tucana é, e, quem sai aos seus ........
As meninas, porém, serão poupadas, logo, logo, tudo estará esquecido.Ou alguém viu a Mídia cobrar da filha de FHC, os aproximadamente R$ 450 mil que ela recebeu sem trabalhar ? Ela mesma declarou em entrevista que era fantasma. Alguém viu por acaso indignação na Mídia com a tal empresa e procedimento da filha de Serra? Alguém aí já viu o rosto das filhas de Paulo Preto na capa da Veja ou da Época. E alguém aí já leu no O Globo algo sobre a GRÁFICA DO CAMBUCI ?
Sugestão para o cineasta Barretão: Faça um Filme intitulado “AS FILHAS DO TUCANATO”. Mas não espere que a Globo divulgue.
                      

FHC não mostrou o DARF

Do Blog Justiceira de Esquerda.

Bolsa Família supera preconceitos e retira 36 milhões da miséria

No ato de comemoração dos 10 anos do Bolsa Família, o governo apresentou resultados daquele que já é o maior programa de transferência de renda do mundo.
Najla Passos, Carta Maior
A cerimônia de comemoração dos 10 anos do Bolsa Família, nesta quarta (30), no Museu da República, em Brasília, foi tão concorrida quanto emocionante. Além de apresentar os números do programa que, conforme as estatísticas oficiais, proporcionou mais qualidade de vida a mais de 50 milhões de brasileiros e retirou 36 milhões da extrema pobreza, o governo deu cara e voz aos seus beneficiários, reiteradas vezes acusados pela imprensa conservadora de “vagabundos” e “indolentes”, entre outros vários adjetivos nada atraentes.

Uma delas foi a gaúcha Odete Delaveccia, que recebeu o benefício social por 5 anos. Desempregada e mãe de três filhos, a dona de casa aproveitou o suporte para se qualificar via Pronatec, um outro programa social associado. Hoje, atua em uma empresa da construção civil. E com salário no bolso, saiu voluntariamente do programa. “Se um dia eu voltar a ficar desempregada, volto a requerer o benefício. Por hora, estou muito satisfeita com o salário da minha profissão”, afirmou ela, ajudando a desmontar a tese de que o Bolsa Família é uma “escola de mendigos”.

Cristina vence: Suprema Corte argentina valida “Ley de Medios”, contra o monopólio da mídia

clarin

Cristina vence: Suprema Corte argentina valida “Ley de Medios”, contra o monopólio da mídia

29 de outubro de 2013 | 14:53
Do meu amigo e parceiro Miguel do Rosário, no seu blog O Cafezinho:
A “derrota” do kirchnerismo não durou 48 horas.
A festa do Clarín durou pouco.
A Corte Suprema de Justiça, após anos de espera, decidiu, nesta terça-feira, pela constitucionalidade da Ley de Medios, que combate o monopólio dos meios de comunicação, e que afeta sobretudo o grupo Clarín.
A Justiça deu dois anos para que a lei seja aplicada em sua plenitude. De qualquer forma, a decisão configura uma das mais importantes vitórias políticas de Cristina Kirchner, que se empenhou pessoalmente para aprová-la.
Segue a nota publicada há pouco pela Reuters:
BUENOS AIRES – A Suprema Corte da Argentina declarou nesta terça-feira, 29, a constitucionalidade de quatro artigos da Lei de Mídia que eram contestados pelo Grupo Clarín, principal atingido pela medida. Com a decisão da Justiça, o governo da presidente Cristina Kirchner terá sinal verde para prosseguir com a aplicação integral da nova legislação.
As regras da Lei de Mídia obrigarão 21 grupos a vender parte de seus ativos sob o pretexto de “evitar a concentração da mídia”. O mais atingido será o Clarín, a maior holding multimídia da Argentina, que terá de ceder, transferir ou vender de 150 a 200 licenças, além dos edifícios e equipamentos onde estão suas emissoras.
PS. Quem quiser ver o tamanho e a quantidade de empresas do grupo, clique aqui. Não transcrevo porque seria imenso.
Por: Fernando Brito
 
Do Blog TIJOLAÇO

Haddad descobre “ninho” de corrupção de R$ 500 milhões

Investigação da Controladoria Geral do Município, criada pelo prefeito Fernando Haddad, resultou na prisão, hoje, de quatro ex-altos funcionários da gestão de Gilberto Kassab; ex-subsecretário da Receita Municipal e ex-diretor de Arrecadação são acusados de liderar quadrilha que abatia irregularmente ISS para grandes construtoras; eram da equipe do então secretário de Finanças Mauro Ricardo, oriundo da gestão de José Serra; dívidas de R$ 480 mil eram resolvidas por R$ 12 mil; centenas de imóveis, carros de luxo e até lotéricas foram comprados com verba desviada; "Não foram indicados por mim", desviou-se Kassab; operação "acerto de contas" descobriu que escritório da quadrilha era chamado de "ninho"; ficava a 300 metros da sede da Prefeitura.
Brasil 247 – "Descobrimos outros Arefs", exclamou um secretário municipal diante da prisão, na manhã desta quarta-feira 30, de quatro ex-altos funcionários da Prefeitura de São Paulo.
Ligados à Secretária de Finanças na gestão do prefeito Gilberto Kassab e do secretário Mauro Ricardo, oriundo da equipe do prefeito anterior José Serra, os quatro presos são acusados de fazer parte de uma quadrilha que pode ter desviado mais de R$ 500 milhões dos cofres municipais por meio do abatimento de irregular de dívidas de ISS – Imposto Sobre Serviço, o principal tributo do município.
Segundo investigação com origem em março na Controladoria Geral do Município, criada pelo atual prefeito Fernando Haddad, o grupo concedia "habite-se" para grandes construtoras de imóveis por meio de recebimentos pessoais por fora dos meios normais. Num dos casos apurados, uma construtora com dívida de R$ 480 mil de ISS conseguiu liberar a construção e entrega de um prédio recolhendo apenas R$ 12 mil aos cofres públicos.
Entre os presos na operação "Acerto de Contas" estão o ex-subsecretário da Receita Municipal Ronilson Bezerra Rodrigues e o ex-diretor de arrecadação do orgão Eduardo Barcelos. Ambos eram do primeiro escalão da Secretaria de Finanças, comandada por Mauro Ricardo. O secretário foi homem de confiança na Prefeitura paulistana do ex-prefeito José Serra e permaneceu no cargo na gestão de Gilberto Kassab.
- Não foram indicados por mim, desviou Kassab ao ser abordado sobre as prisões.
A Acerto de Contas apurou que os negócios ilegais sobre as dívidas de ISS eram feitos num escritório apelidado de "ninho", que ficava a 300 metros da sede da Prefeitura, no centro da capital. Desvios de mais de R$ 500 milhões sobre o principal imposto municipal podem ter sido cometidos. Com o dinheiro obtido, a quadrilha, segundo as investigações, comprou dezenas de imóveis e carros de luxo, além de casas lotéricas. As propriedades foram legalizadas em nomes de terceiros.
A comparação com o caso de Hussain Aref Saab, ex-diretor diretor do Departamento de Edificações da Prefeitura, também nas gestões de Kassab e Serra, é quase automática. Aref amealhou mais de uma centena de imóveis em seu nome e no de familiares. Ele é acusado de ter liderado um esquema de corrupção com grandes construtoras para liberar bem mais facilmente a aprovação de edifícios residenciais e comerciais na maior cidade do país.
Abaixo, notícia divulgada pela assessoria de imprensa da Prefeitura:
Quatro auditores fiscais são presos em operação que desvendou esquema milionário de corrupção na Prefeitura
Operação foi realizada em conjunto entre Prefeitura de São Paulo, através da Controladoria Geral do Município, com o Ministério Público do Estado (MPE)
A Prefeitura de São Paulo, através da Controladoria Geral do Município, criada pelo prefeito Fernando Haddad, em ação conjunta com o Ministério Público do Estado, deflagrou na manhã de hoje, 30, a Operação Necator, que investigou um esquema milionário de corrupção nos cofres municipais. As investigações duraram cerca de sete meses e contaram com o apoio da Secretaria Municipal de Finanças e dos membros da Agência de Atuação Integrada contra o Crime Organizado, que conta com a participação, entre outros, da Secretaria de Estado de Segurança Pública, da Polícia Civil e da Polícia Federal.
Na operação foram presos quatro Auditores Fiscais do município, incluindo o ex-Subsecretário da Receita Municipal (exonerado do cargo em 19/12/2012), o ex-Diretor do Departamento de Arrecadação e Cobrança (exonerado do cargo em 21/01/2013) e o ex-Diretor da Divisão do Cadastro de Imóveis (exonerado do cargo em 05/02/2013). Além das prisões, foram efetuados procedimentos de busca e apreensão de documentos e valores nas residências dos servidores e de terceiros por eles utilizados, assim como nas sedes de empresas ligadas ao esquema. 
A operação, realizada nas cidades de São Paulo e Santos e no estado de Minas Gerais, mobilizou mais de 50 agentes da Controladoria Geral do Município, do Ministério Público do Estado de São Paulo e das Polícias Civis de São Paulo e de Minas Gerais. Também foi determinado pela Justiça o sequestro dos bens dos envolvidos e das empresas por eles operadas.
Estima-se que, em decorrência da ação da organização criminosa presa hoje, somente nos últimos três anos, tenha havido um prejuízo potencial superior a R$ 200 milhões para os cofres do Município de São Paulo, valor que pode chegar a R$ 500 milhões, se considerado todo o tempo em que os operadores do grupo atuaram no esquema desvendado.
As investigações tiveram seu início a partir da identificação, pela recém-criada Controladoria Geral do Município, de auditores fiscais que apresentavam fortes indícios de evolução patrimonial incompatível com a respectiva remuneração. Foi detectado que dois desses servidores atuavam em um mesmo setor, responsável pela arrecadação do ISS para fins de emissão do habite-se de empreendimentos imobiliários recém-construídos.
Por meio de análise estatística efetuada pelo seu setor de inteligência e de produção de informações estratégicas, a Controladoria constatou que nas obras sob a responsabilidade desses auditores fiscais a arrecadação do ISS era substancialmente menor ao percentual arrecadado pela média dos outros servidores que atuavam na mesma área.
De posse de tais dados, foi acionado o Ministério Público do Estado de São Paulo e iniciou-se uma investigação conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Repressão à Formação de Carteis e à Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos – Gedec.
No curso das investigações, com as informações decorrentes da quebra dos sigilos bancário e fiscal, dos dados provenientes do sistema de inteligência financeira e das interceptações telefônicas dos investigados, autorizadas pela Justiça, foi possível ratificar, não apenas a hipótese do crime de corrupção, como também toda a cadeia de comando da organização criminosa e a existência de um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro.
Do mesmo modo, por meio do exame dos dados oriundos da quebra do sigilo bancário, o Gedec identificou a existência de diversas transferências, em valores vultosos, efetuadas por empresas construtoras e incorporadoras de imóveis na conta corrente de empresas de titularidade de alguns dos auditores fiscais investigados e de seus familiares. Na conta bancária de uma dessas empresas houve depósitos de empresas construtoras que, em somente um mês, totalizaram mais de R$ 1,8 milhões. Outro detalhe que impressiona é que, no mesmo dia ou poucos dias após os depósitos, coincidentemente certificados de quitação do ISS eram emitidos, de modo que os empreendimentos imobiliários administrados pelas mesmas construtoras pudessem obter o “habite-se”. 
Apenas exemplificando, em 02/12/2010, uma das construtoras/incorporadoras efetuou uma transferência bancária no valor de R$ 407.165,65 para a conta da empesa de um dos fiscais. No dia seguinte, 03/12/2010, a mesma empresa obteve o certificado de quitação do ISS, mediante o recolhimento aos cofres públicos municipais no valor de R$ 12.049,59, quantia cerca de 34 vezes menor que aquela depositado na conta da empresa do servidor.
Além disso, testemunhas foram ouvidas e confirmaram a extorsão efetuada e o “modus operandi” da organização criminosa, informando detalhes e o nome de outros possíveis agentes que supostamente também atuavam no esquema.
A Controladoria Geral do Município, dando prosseguimento às investigações já em curso, irá instaurar processo disciplinar para apurar as responsabilidades, na esfera administrativa, dos servidores envolvidos. Além disso, também determinará a instituição de uma força-tarefa, com vistas a adoção de medidas para o ressarcimento aos cofres municipais, inclusive, se for o caso, por meio da cobrança junto às empresas que possam haver se beneficiado do esquema.
Os servidores também deverão responder pelos crimes de concussão/corrupção passiva, advocacia administrativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Auditores da gestão Kassab tinham imóveis de luxo comprados com propina


Pousada em Visconde de Mauá (RJ) de propriedade de um dos agentes fiscais presos durante megaoperação

O Ministério Público afirma que os quatro auditores da gestão de Gilberto Kassab (PSB-SP) presos na manhã desta quarta-feira acusados de um esquema de propina na Prefeitura de São Paulo construíram patrimônio superior a R$ 20 milhões com o dinheiro desviado dos cofres públicos.

Entre os bens adquiridos estão apartamentos de luxo, flats, prédios e lajes comerciais, em São Paulo e Santos, barcos e automóveis de luxo, uma pousada em Visconde de Mauá (RJ) e um apartamento duplex em Juiz de Fora (MG).

De acordo com o Ministério Público, a CGM (Controladoria Geral do Município), criada pelo prefeito Fernando Haddad (PT), notou que os quatro auditores fiscais, ligados à Subsecretaria da Receita da prefeitura, tinham evolução patrimonial incompatível com a sua remuneração.

A investigação descobriu que eles tinham um esquema de corrupção envolvendo os valores do ISS (Imposto Sobre Serviços) cobrado de empreendedores imobiliários.

O imposto --calculado sobre o custo total da obra-- é necessário para que o empreendedor tenha o "Habite-se". O grupo emitia guia com valores pequenos e exigiam dos empreendedores depósitos em altas quantias em suas contas bancárias. Se o valor não fosse pago, os certificados de quitação do ISS não eram emitidos e, consequentemente, o empreendimento não era liberado para ser ocupado.

Em um dos casos, segundo o Ministério Público, foi constatado que uma empresa recolheu R$ 17.900 de ISS e, no dia seguinte, depositou R$ 630 mil na conta da empresa de um dos auditores. O valor da propina corresponde a 35 vezes o montante que entrou nos cofres públicos.

De acordo com informações do Ministério Público, o grupo é apontado como integrante de um grande esquema de corrupção que causou um rombo estimado em até R$ 500 milhões aos cofres públicos nos últimos três anos. Todos são investigados pelos crimes de corrupção, concussão, lavagem de dinheiro, advogacia administrativa e formação de quadrilha.

Na operação desta quarta-feira foram apreendidos com os quatro investigados motos e carros importados, grande quantidade de dinheiro (reais, dólares e euros), documentos, computadores e pen-drives.

A investigação foi feita pela CGM em conjunto com o Ministério Público de São Paulo, a Polícia Federal e a Polícia Civil.

Na operação foram presos Ronilson Bezerra Rodrigues, ex-subsecretário da Receita Municipal, e o ex-diretor do Departamento de Arrecadação e Cobrança Eduardo Barcelos. Eles eram da equipe do secretário Mauro Ricardo, de Finanças. Os outros presos são Carlos Augusto Di Lallo Leite do Amaral, ex-diretor da divisão de cadastro de imóveis e o agente de fiscalização Luis Alexandre Cardoso de Magalhães.Quatro auditores fiscais são presos em operação que desvendou esquema milionário de corrupção na Prefeitura (Folha de São Paulo)

Todos foram exonerados entre dezembro do ano passado e fevereiro deste ano.

A gestão Haddad deve falar sobre o caso na tarde de hoje.
O prefeito Fernando Haddad e o promotor Roberto Bodini concederão entrevista coletiva às 12h sobre a prisão dos quatro auditores na operação que desvendou esquema de corrupção 

Serviço
Entrevista coletiva
Data: 30/10 (quarta-feira)
Horário: 12h
Local: Prefeitura de São Paulo – auditório do 6º andar 
Endereço: Viaduto do Chá, 15 - Centro

Gaspari critica discurso de Marina Silva


"A ex-ministra de Lula continua pedindo "metabolização" e "completude" para "democratizar a democracia". Isso numa reunião em que se falou em "novo padrão civilizatório" e "inclusão cidadã". Para quem não quer dizer nada, é tudo", ironiza o colunista Elio Gaspari; segundo ele, aliança com o PSB, de Eduardo Campos, entrega pouca carne e muita farinha
Um discurso vazio. Assim o jornalista Elio Gaspari encara as falas da ex-senadora Marina Silva sobre os mais diversos temas. Leia abaixo:

Falta carne na receita do PSB/Rede

Sonhando-se, metaboliza-se a completude que conseguirá os alinhamentos de um novo padrão civilizatório?
Marina Silva deu mais um passo na sua campanha para tirar o PT do Planalto com o 1º Encontro Programático que discutiu um texto básico de sua aliança pragmática com o governador Eduardo Campos. Um grupo político que coloca sua reunião no ar, ao vivo, alguma coisa de bom pretende fazer. Se até a campanha do ano que vem o PSB e o Rede começarem a falar português claro, fará melhor.
A ex-ministra de Lula continua pedindo "metabolização" e "completude" para "democratizar a democracia". Isso numa reunião em que se falou em "novo padrão civilizatório" e "inclusão cidadã". Para quem não quer dizer nada, é tudo.
Discutiu-se um texto preliminar que dizia o seguinte:
"É necessária mudança profunda do sistema político para permitir a emergência de outro modelo de governabilidade, cujos alinhamentos se deem em torno de afinidades programáticas, e não em torno de distribuição de feudos dentro do próprio Estado, do desmantelamento da gestão pública, e do uso caótico, perdulário e dispersivo do orçamento nacional."
Muita farinha para pouca carne. Felizmente um orador propôs a redução dos cargos em comissão (coisa que Eduardo Campos, que tem o apoio de 14 partidos, poderia começar a fazer hoje em Pernambuco) e denunciou as "portas giratórias" montadas nas agências reguladoras de serviços. Outro defendeu o fim da reeleição e as candidaturas avulsas. Alguma carne.
Isso acontece numa coligação onde o provável candidato a presidente diz que não quer "ganhar perdendo", pretende "vencer o que está ultrapassado" impondo "outro padrão de serviço público" a partir de "um salto de qualidade da política", com uma "visão estratégica para as próximas décadas". Pura farinha.
Célio Turino, porta-voz da Rede, disse que, "para se mudar a realidade, primeiro é preciso sonhar". Para ficar na retórica do sonho, Martin Luther King anunciou o seu há 50 anos depois de ralar cadeias e passeatas, com uma agenda clara: o fim da segregação racial nos Estados Unidos. Como? Cumprindo-se uma sentença da Suprema Corte e aprovando-se a legislação de direitos civis que estava no Congresso. Quando ele discursou aos pés da estátua de Lincoln, não estava sonhando. A realidade americana já estava mudando.
Não se pode pedir a Marina Silva e Eduardo Campos que sejam específicos um ano antes da eleição. Pedir-lhes que ouçam os discursos da doutora Dilma seria um suplício. Se eles e seus militantes deixarem de proteger indecisões e dúvidas com frases que não querem dizer nada, uma reunião de cinco horas poderá acabar em 45 minutos, mas quem os ouve sairá no lucro.
A reunião de segunda-feira foi uma discussão em torno de um rascunho. Marina espera que as contribuições, reunidas em desafios, sejam levadas às bases para que voltem a um plenário representativo da coligação. A ideia é ótima e no percurso poderão botar carne no prato. Enquanto Marina esteve no PT, de 1983 a 2009, assistiu à decomposição dessa promessa.
Marina Silva e Eduardo não são obrigados a falar claro a respeito de tudo. Ela explicou que a Rede e o PSB devem escutar o que diz o outro. Ambos, contudo, precisam ser entendidos por quem os ouve.
No 247

Ley de Medios apavora a Globo

Altamiro Borges, Blog do Miro
‘A Suprema Corte da Argentina declarou nesta terça-feira (29) a constitucionalidade de quatro artigos da “Ley de Medios” que eram contestados pelo Grupo Clarín. Com esta decisão histórica, o governo de Cristina Kirchner poderá finalmente prosseguir com a aplicação integral da nova legislação, considerada uma das mais avançadas do mundo no processo de democratização da comunicação. A decisão representa um duríssimo golpe nos monopólios midiáticos não apenas na vizinha Argentina. Tanto que a TV Globo dedicou vários minutos do seu Jornal Nacional para atacar a nova lei.

Pelas regras agora aprovadas pela Suprema Corte, os grupos monopolistas do setor serão obrigados a vender parte dos seus ativos com o objetivo expresso de “evitar a concentração da mídia” na Argentina. O império mais atingido é o do Clarín, maior holding multimídia do país, que terá de ceder, transferir ou vender de 150 a 200 outorgas de rádio e televisão, além dos edifícios e equipamentos onde estão as suas emissoras. A batalha pela constitucionalidade dos quatro artigos durou quatro anos e agitou a sociedade argentina. O Clarín – que cresceu durante a ditadura militar – agora não tem mais como apelar.


O discurso raivoso da TV Globo e de outros impérios midiáticos do Brasil e do mundo é de que a Ley de Medios é autoritária e fere a liberdade de expressão. Basta uma leitura honesta dos 166 artigos da nova lei para demonstrar exatamente o contrário. O próprio Relator Especial sobre Liberdade de Expressão da Organização das Nações Unidas (ONU), Frank La Rue, já reconheceu que a nova legislação é uma das mais avançadas do planeta e visa garantir exatamente a verdadeira liberdade de expressão, que não se confunde com a liberdade dos monopólios midiáticos.

Aprovada por ampla maioria no Congresso Nacional e sancionada pela presidenta Cristina Kirchner em outubro de 2009, a nova lei substitui o decreto-lei da ditadura militar. Seu processo de elaboração envolveu vários setores da sociedade – academia, sindicatos, movimentos sociais e empresários. Após a primeira versão, ela recebeu mais de duzentas emendas parlamentares. No processo de pressão que agitou a Argentina, milhares de pessoas saíram às ruas para exigir a democratização dos meios de comunicação. A passeata final em Buenos Aires contou com mais de 50 mil participantes.

Em breve será lançado um livro organizado pelo professor Venício Lima que apresenta a tradução na íntegra da Ley de Medios, além dos relatórios Leveson (Reino Unido) e da União Europeia sobre o tema. A obra é uma iniciativa conjunta das fundações Perseu Abramo e Maurício Grabois e do Centro de Estudos Barão de Itararé e visa ajudar na reflexão sobre este assunto estratégico no Brasil – hoje a “vanguarda do atraso” no enfrentamento da ditadura midiática. Reproduzo abaixo os quatro artigos agora declarados constitucionais pela Suprema Corte. A tradução é de Eugênio Rezende de Carvalho:

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ARTIGO 41. - Transferência das concessões. As autorizações e concessões de serviços de comunicação audiovisual são intransferíveis.

Excepcionalmente, será autorizada a transferência de ações ou cotas das concessões assim que tenham transcorrido cinco (5) anos do prazo de concessão e quando tal operação seja necessária para a continuidade do serviço, respeitando a manutenção, pelos titulares de origem, de mais de cinquenta por cento (50%) do capital subscrito ou por subscrever, e que este represente mais de cinquenta por cento (50%) da vontade social. Tal transferência estará sujeita à análise prévia da autoridade de execução, que deverá expedir parecer fundamentado sobre a autorização ou a rejeição do pedido de transferência, tendo em vista o cumprimento dos requisitos solicitados para sua adjudicação e a manutenção das condições que a motivaram.

A realização de transferências sem a correspondente e prévia aprovação será punida com o vencimento de pleno direito da concessão adjudicada e será nula, de nulidade absoluta.

Pessoas de existência jurídica sem fins lucrativos. As licenças concedidas a prestadores de gestão privada, sem fins lucrativos, são intransferíveis.

(...)

ARTIGO 45. - Multiplicidade de concessões. A fim de garantir os princípios da diversidade, pluralidade e respeito pelo que é local, ficam estabelecidas limitações à concentração de concessões.

Nesse sentido, uma pessoa de existência física ou jurídica poderá ser titular ou ter participação em sociedades titulares de concessões de serviços de radiodifusão, de acordo com os seguintes limites:

No âmbito nacional:

a) Uma (1) concessão de serviços de comunicação audiovisual sobre suporte de satélite. A titularidade de uma concessão de serviços de comunicação audiovisual via satélite por assinatura exclui a possibilidade de titularidade de qualquer outro tipo de concessão de serviços de comunicação audiovisual;

b) Até dez (10) concessões de serviços de comunicação audiovisual mais a titularidade do registro de um sinal de conteúdo, quando se trate de serviços de radiodifusão sonora, de radiodifusão televisiva aberta e de radiodifusão televisiva por assinatura com uso de espectro radioelétrico;

c) Até vinte e quatro (24) concessões, sem prejuízo das obrigações decorrentes de cada concessão outorgada, quando se trate de concessões para a exploração de serviços de radiodifusão por assinatura com vínculo físico em diferentes localidades. A autoridade de execução determinará os alcances territoriais e de população das concessões.

A multiplicidade de concessões - em nível nacional e para todos os serviços -, em nenhuma hipótese, poderá implicar na possibilidade de se prestar serviços a mais de trinta e cinco por cento (35%) do total nacional de habitantes ou de assinantes dos serviços referidos neste artigo, conforme o caso.

No âmbito local:

a) Até uma (1) concessão de radiodifusão sonora por modulação de amplitude (AM);

b) Uma (1) concessão de radiodifusão sonora por modulação de frequência (FM) ou até duas (2) concessões quando existam mais de oito (8) concessões na área primária do serviço;

c) Até uma (1) concessão de radiodifusão televisiva por assinatura, sempre que o solicitante não seja titular de uma concessão de televisão aberta;

d) Até uma (1) concessão de radiodifusão televisiva aberta sempre que o solicitante não seja titular de uma concessão de televisão por assinatura;

Em nenhuma hipótese, a soma do total das concessões outorgadas na mesma área primária de serviço ou o conjunto delas que se sobreponham de modo majoritário, poderá exceder a quantidade de três (3) concessões.

Sinais:

A titularidade de registros de sinais deverá se conformar às seguintes regras:

a) Para os prestadores designados no item 1, subitem “b”, será permitida a titularidade do registro de um (1) sinal de serviços audiovisuais;

 b) Os prestadores de serviços de televisão por assinatura não poderão ser titulares de registro de sinais, com exceção de sinal de geração própria.

Quando o titular de um serviço solicite a adjudicação de outra concessão na mesma área ou em uma área adjacente com ampla superposição, ela não poderá ser concedida se o serviço solicitado utilizar uma única frequência disponível na referida zona.

(...)

ARTIGO 48. - Práticas de concentração indevida. Antes da adjudicação de concessões ou da autorização para a cessão de ações ou cotas, deverá ser verificada a existência de vínculos societários que revelem processos de integração vertical ou horizontal de atividades ligadas, ou não, à comunicação social.

O regime de multiplicidade de concessões previsto nesta lei não poderá ser invocado como direito adquirido frente às normas gerais que, em matéria de desregulamentação, desmonopolização ou de defesa da concorrência, sejam estabelecidas pela presente lei ou que venham a ser estabelecidas no futuro.

Considera-se incompatível a titularidade de concessões de distintas classes de serviços entre si quando não cumpram os limites estabelecidos nos artigos 45, 46 e complementares.

(...)

ARTIGO 161. - Adequação. Os titulares de concessões dos serviços e registros regulados por esta lei, que até o momento de sua sanção não reúnam ou não cumpram os requisitos previstos por ela; ou as pessoas jurídicas que, no momento de entrada em vigor desta lei sejam titulares de uma quantidade maior de concessões, ou com uma composição societária diferente da permitida, deverão ajustar-se às disposições da presente lei num prazo não maior do que um (1) ano, desde que a autoridade de execução estabeleça os mecanismos de transição. Vencido tal prazo, serão aplicáveis as medidas que correspondam ao descumprimento, em cada caso.

Apenas para efeito da adequação prevista neste artigo, será permitida a transferência de concessões.
Será aplicável o disposto pelo último parágrafo do Artigo 41.
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Exemplo argentino na mídia incendeia blogosfera


Sucesso de Cristina Kirchner na Ley de Meios desperta esperança, em blogueiros ditos progressistas, e medo nos reacionários; a favor, já se posicionaram nomes como Paulo Nogueira, Altamiro Borges e Laurindo Leal; contra, o suspeito de sempre, Reinaldo Azevedo; enquanto isso, o grupo Clarín ameaça recorrer à corte internacional da Costa Rica, a mesma que pode receber recursos de condenados na Ação Penal 470; será que Dilma pode se inspirar em Cristina?
A decisão da suprema corte da Argentina, que considerou constitucional a chamada Ley de Meios, ateou fogo na blogosfera brasileira. Alguns nomes se manifestaram a favor e demonstram agora esperança de que algo parecido aconteça também no Brasil. Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, Altamiro Borges, do Blog do Miro, e Laurindo Leal, da Carta Maior, são alguns exemplos disso.
Enquanto o trio citado acima defende que a presidente Dilma Rousseff se inspire na coragem da vizinha Cristina Kirchner para enfrentar monopólios da mídia, como a Globo, Reinaldo Azevedo, blogueiro de Veja.com, afirma que "os dinossauros estão assanhadíssimos", achando que "vão conseguir pegar a Globo". Segundo ele, com a decisão da Justiça argentina, a liberdade de imprensa sofre um "golpe" no país.
O Grupo Clarín, enquanto isso, pretende recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos), a mesma tabua de salvação dos réus da Ação Penal 470. A empresa, maior conglomerado de comunicação do país e principal crítico do governo Kirchner, havia questionado a legislação na Justiça e, sendo derrotada, fará sua última tentativa.”
Matéria Completa, ::AQUI::