sábado, 22 de fevereiro de 2014

Como se constrói a encenação de “protestos” antigoverno na Venezuela

22/02/2014
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Manifestantes antigoverno jogam pedras. Venezuela, 12/2/2014.
Via Dawgs Blawg e lido no redecastorphoto
A política polarizada da Venezuela está outra vez nos veículos da imprensa-empresa, com manifestações pró (primeira foto abaixo) e antigoverno com, até agora, quatro mortos: um apoiador do governo, um manifestante da oposição, um policial e um morto cuja origem não está determinada.
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Manifestação pró-governo. Venezuela, 14/2/2014.
Mas a imprensa está noticiando como se TUDO fosse “prova” da repressão por forças do governo. Praticamente TODAS as imagens que estão sendo exibidas são imagens repetidas, de outros “eventos”. A atual “crise” está sendo integralmente inventada pelo “jornalismo”.
Não há quem não lembre as manifestações/contramanifestações no Palácio Miraflores em 2002, no início do golpe, que teve vida curta, contra Hugo Chavez. Houve 19 mortos, naquele dia. Sete deles estavam na manifestação pró-Chavez; sete na manifestação anti-Chavez; e cinco eram passantes. Houve também no total 69 feridos, naquele dia. 38 na manifestação pró-Chavez, 17 na manifestação da oposição, e 14 eram repórteres ou passantes.
TODOS esses mortos e feridos foram apresentados como vítimas de Chavez – pela oposição e por quase a totalidade dos veículos da imprensa-empresa internacional. Como se Chavez tivesse ordenado aos militares e a militantes pró-Chavez que atirassem contra os comícios da oposição. Como se vê acontecer novamente hoje, a única coisa que se prova é que, então, o lado do governo é campeão de errar o alvo.
No que tenha a ver com a Venezuela, a imprensa-empresa internacional sequer se dá ao trabalho de fingir alguma “objetividade”.
A Venezuela é ameaça direta e declarada contra a ordem hegemônica, caracterizada hoje por estados latino-americanos domesticados, ditaduras emergentes apoiadas pelos EUA os quais, todos, aceitam como bons meninos e boas meninas as políticas econômicas neoliberais.
Com petróleo suficiente para poder dizer “não” a tudo isso, a Venezuela criou sua própria parceria contra-hegemônica, a Alba/TCP. E domesticamente, enquanto só se ouve falar de racionamento de papel higiênico e inflação, estão acontecendo avanços substanciais em várias frentes, já há vários anos – a pobreza continua a diminuir, há avanços notáveis na educação, na redução da mortalidade infantil, e veem-se passos rápidos na direção da igualdade de gênero, saúde materna e infantil, e proteção ao meio ambiente.
Ninguém lerá palavra sobre isso, na imprensa-empresa estrangeira que opera na Venezuela.
Só se ouve falar e lê-se sobre os sofrimentos da oposição. Imagens horríveis são diariamente repetidas em centenas de veículos, pelo Twitter, não raras vezes repetidas também em veículos considerados mais “sérios”, como a CNN (só rindo [Nrc]).
Aqui se veem alguns policiais brutais, com belos chapéus e colarinho de pele, provavelmente para se proteger do frio de 30ºC de Caracas.
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E policiais búlgaros (provavelmente em visita a Caracas).
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E uma baixa:
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Mas a vítima é um manifestante chavista. E a foto foi feita ano passado.
Aqui, a foto republicada, tirada, de fato, na Argentina:
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E aqui uma foto feita no Chile:
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Aqui, um coitado, realmente muito azarado; foi atingido por tiros em abril e novamente, ferimento idêntico, no mesmo lugar, nos “atuais protestos”:
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Essa é um ícone! Mas a CNN teve de admitir que a foto foi feita, na verdade, em Cingapura:
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Essa foto foi feita na Grécia:
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Aqui, os “jornalistas” anti-Chavez roubaram, desavergonhadamente, um jornal egípcio. Essa foto correu mundo durante a Primavera Árabe:
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Aqui, imagem de partir o coração, de bebês em cestas de lavanderia, com a manchete “Que revolução é essa?” A foto foi tirada em Honduras:
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Aqui, uma das minhas preferidas: uma procissão religiosa, “noticiada” como protesto antigoverno na Venezuela:
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As mídias sociais, que viralizam e denunciam essa loucura, e às vezes até seduzem grandes veículos da grande imprensa-empresa, como a CNN, são também os meios pelos quais os farsantes são rapidamente desmascarados.
Os leitores considerem-se convidados a indicar mais links que comprovem a grande farsa que “a mídia” está construindo, para um país que a mesma “mídia” está inventando e que só tem em comum com o país que existe, o nome: também se chama “Venezuela”. Mas não é a Venezuela real.
Tradução: Vila Vudu
Clique aqui para ler o texto em inglês publicado pela Global Research.
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