terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Um Amarildo sem polícia

Janio de Freitas

Um fato, dois aspectos: a agressão homicida a uma pessoa e o ataque a um repórter por sua atividade. Misturar os dois aspectos é ruim para ambos e péssimo para a sociedade.
A razão que levou Fábio Raposo Barbosa a se apresentar à polícia, por conselho de um advogado, é perceptível: está no seu braço. Ao usar manga comprida em sua apresentação à polícia, ele quis, e conseguiu, que ninguém prestasse atenção no seu braço, ali ou depois. O braço já dizia tudo a seu respeito. Sua agressividade já se expõe no tipo de imagem escolhido para tatuar-se: arma, punhal e lâmina de ataque. Estavam à vista no dia da baderna e terminariam por ser observadas para a busca de identificá-lo. Melhor apresentar-se com uma ficção e tatuagens à vista.
O disparo do rojão foi muito esclarecedor da índole criminosa que muitos ainda negam ao "black bloc", use ou não esse nome. As imagens móveis mostram que Fábio e seu comparsa caminham em direção determinada, não ao acaso. O segundo avança para depositar o rojão em certo lugar do solo. E, é nítido, ajeita-o para ficar precisamente assim: em direção a uma pessoa de pé, sozinha, tão desprevenida que nem percebe o que se passa ali -está de costas, e é para suas costas que aponta o artefato conduzido por Fábio Raposo e apontado por seu comparsa.
Uma poderosa bomba de fogo e som em velocidade fulminante, dirigida, deliberadamente, contra uma pessoa indefesa. "Não havia a intenção de matar". E precisaria haver? O que foi decidido fazer, o que foi feito, como foi feito e por que foi feito dispensava qualquer consideração sobre consequências.
Um Amarildo sem a PM. 

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