247 - Um
ano atrás, o fundo de investimentos Innova, gerido por Verônica Serra,
filha do ex-governador e ex-presidenciável tucano José Serra, anunciou
um dos investimentos mais estranhos da história do capitalismo
brasileiro. O fundo decidira aportar R$ 100 milhões para adquirir 20%
de uma pequena fábrica de sorvetes em Cotia (SP), chamada Diletto
(relembre aqui).
À época, foi montada uma pesada operação de marketing para dar ar de
normalidade à transação. Entre as peças promocionais, houve até uma
capa da Forbes Brasil, sobre os planos do empreendedor Leandro Scabin,
que fundara a Diletto. Dizia-se, à época, que os recursos do fundo
Innova estariam sendo aportados pelos empresários Jorge Paulo Lemann,
Beto Sicupira e Marcel Telles, da Ambev, e que a pequena sorveteria
seria transformada na nova Haagen-Dazs.
No entanto, no mercado, sempre houve a suspeita de que os recursos
geridos por Verônica Serra pertenciam à própria família – e não ao trio
de bilionários da Ambev, que não costumam rasgar dinheiro aportando R$
100 milhões numa sorveteria.
De lá pra cá, o que realmente aconteceu? Uma visita ao site da Diletto é esclarecedora. No campo Diletto na mídia (confira aqui),
descobre-se que nada de importante sucedeu na história da empresa
depois do aporte de R$ 100 milhões. Depois da entrada do Innova, a
empresa conseguiu emplacar uma nota no Valor Econômico, sobre um picolé
especial de dia das mães (leia aqui) e uma pequena reportagem na Gazeta do Povo sobre sorvetes (leia aqui).
Muito pouco para quem levou uma bolada tão grande. O que deixa no ar
algumas questões: (1) de onde realmente veio o dinheiro do aporte na
Diletto? (2) o que foi feito com esses recursos?
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