quarta-feira, 24 de março de 2010
Por Paulo de Tarso Venceslau
Poucos ex-estudantes do “ano que não terminou” compareceram no último sábado, 20, para prestigiar a iniciativa da prefeitura da Estância Turística de Ibiúna, uma cidade com aproximadamente 65 mil habitantes dos quais um terço apenas vive na zona urbana, na inauguração de um monumento que homenageia os mais de 700 estudantes presos ali em 1968. Naquele ano, essa ainda pacata cidade foi palco de um evento que marcou a vida política nacional: a realização do 30º Congresso da então clandestina União Nacional dos Estudantes, a UNE.
O evento foi modesto. Nenhuma autoridade presente, muito embora os governos da União e de São Paulo possuam em seus quadros vários assessores que foram presos naquele episódio como Franklin Martins, ministro da Secretaria de Comunicação Social, e Aloísio Nunes Ferreira, chefe da Casa Civil do governo do estado de São Paulo, por exemplo. Eles sequer enviaram representantes. Nem estrelas como o deputado cassado José Dirceu Oliveira e Silva e Vladimir Palmeira, ex-deputado e maior liderança estudantil em 1968.
Um pouco de história
O movimento estudantil, em 1968, representava a maior força que se opunha à ditadura militar que vigia desde 1964. Passeatas nas ruas, ocupações de universidades, confrontos com a polícia, dois congressos nacionais clandestinos realizados com sucesso em 1965 e 1967, em Belo Horizonte e Valinhos (SP) respectivamente, são algumas marcas que incomodavam profundamente os militares que dirigiam o país. Às vésperas da realização do 30º. Congresso, um confronto entre estudantes das universidades Mackenzie e USP resultou na morte do secundarista José Guimarães, que defendia a escola pública, e a invasão e destruição da Faculdade de Filosofia da USP por policiais civis e militares, que contaram com o apoio dos estudantes do Comando de Caça aos Comunistas.
Saraiva,
ResponderExcluirPeço desculpas pela ausência de Franklin, mas possivelmente se deveu a uma agenda sobrecarregada. Com certeza ele gostaria de estar entre vocês, assim como todos aqueles que você nomeou. O que interessa é que D. Neuza estava presente, assim como você. E vocês estão fazendo o resgate de uma história de muita luta, que muito nos orgulha.
Um grande abraço, companheiro! A luta continua!
Saraiva,
ResponderExcluirsomente agora me dei conta de que o artigo é de Paulo de Tarso Venceslau. O comentário é dirigido a você e principalmente a ele.
Abraço,
Ivanisa Teitelroit Martins