sexta-feira, 2 de abril de 2010

Grandes redes investem na construção de hotéis

Do Blog do Favre.

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Paola de Moura, do Rio – VALOR

Dizem que promessa é dívida e o Rio prometeu ao Comitê Olímpico Internacional entregar 40 mil quartos de hotéis em 2016. Isso significa que a cidade já começou devendo 20 mil . Para chegar lá, será necessário um investimento de US$ 3 bilhões, porque em média, o custo da construção de um quarto de hotel é de US$ 150 mil.

Ano a ano, o turismo na cidade vem aumentando. Na temporada de verão de 2010, que vai de dezembro a fevereiro, o Rio recebeu 2,55 milhões de visitantes, 50 mil a mais do que no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Hotéis (ABIH). Por esse motivo, grandes redes da cidade, como a Windsor, planejam aumentar em até 77% o número de quartos nos próximos dois anos. Outras que ainda não estão presentes, como a Hyatt e a Four Seasons planejam se instalar na capital fluminense.

Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento, Felipe Góes, há hoje em processo de licenciamento 16 hotéis. A prefeitura também aposta no interesse das empresas do setor em se instalar na região portuária, depois que as obras começarem por lá. Para isso, reduziu o Imposto sobre Serviços (ISS) de 5% para 2%. “Quando as obras começarem e os Cepacs (títulos mobiliários que dão direito a construções na região) forem emitidos, a área vai começar a se desenvolver. Há muitos prédios históricos que com certeza darão belos hotéis”, afirma Felipe.

Como é sabido que a demanda gerada durante as Olimpíadas não se mantém depois do período, dos 20 mil quartos prometidos, 8.500 deverão ser oferecidos por navios de cruzeiro que ficarão ancorados na região do porto que, até lá, deverá ter sido reformada e modernizada. Ao todo, o projeto prevê que seis navios fiquem parados na região portuária durante os jogos. Resta então construir 11.500 habitações. Alfredo Lopes, presidente da ABIH, revela que desses 8.400 estão garantidos para os próximos quatro anos. “São hotéis entre três e cinco estrelas”, diz. “Os de maior porte ficarão na Barra.”

É o que a rede Windsor está fazendo. Até 2011, serão acrescentados 1.780 novos quartos aos hotéis do grupo. O crescimento da capacidade, que é de 2.300 quartos, será de 77%, com investimento de US$ 260 milhões. Os primeiros a ficar prontos são os 540 do Meridien, em reforma e que será batizado de Windsor Copacabana. A rede construirá dois hotéis na Barra, um ao lado do atual. Também será construído outro em Copacabana, atrás do Copacabana Palace e o hotel Flórida, no Flamengo, receberá mais cem quartos com a construção de um anexo.

O Glória, agora de propriedade do grupo EBX, do empresário Eike Batista, é outro hotel que será reaberto. O hotel será reinaugurado no fim de 2010 com o nome Gloria Palace. O grupo, que pagou R$ 200 milhões pelo prédio histórico, está investindo outros R$ 120 milhões na reforma que inclui um restaurante com cúpula de vidro, SPA, piscina com borda infinita, um sky bar na cobertura e um centro de convenções para reuniões corporativas.

Outra rede que está se expandindo na cidade é a Accor. São três hotéis no Rio até 2013, com investimento de R$ 80 milhões. O gasto é feito por terceiros, a rede irá administrar os hotéis. Dois deles terão a bandeira Ibis, em Copacabana e em Botafogo. O terceiro terá a marca Novotel e ficará próximo ao aeroporto Santos Dumont. O grupo ainda negocia a construção de mais sete hotéis na cidade. A rede também está investindo entre R$ 90 milhões e R$ 100 milhões na reforma de 31 unidades da rede Mercure e em oito unidades do Ibis.

Presidente do Brazil Hospitality Group (BHG), Peter Vader, diz que a rede está interessada em se expandir pela cidade. Atualmente, com 600 quartos em três hotéis de bandeira Golden Tulip e Tulip Inn, a rede receberá em breve mais cem quartos num anexo do Golden Tulip de Copacabana. Ao todo, o investimento é de R$ 30 milhões.

O superintendente geral do Rio Convention e Visitors Bureau, Paulo Senise, diz que é preciso cautela. Segundo ele, cada país reage e atrai uma quantidade diferente de turistas durante eventos como a Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos. “Tudo depende dos preços das passagens, do custo hoteleiro e da distância dos centros onde estão os turistas. Não existe uma maneira de se estimar o fluxo”, afirma. “Além disso, o Brasil precisa melhorar sua estrutura aérea, com mais voos diretos para o Rio.

Para Paulo Senise, o mercado está reagindo e o interesse pelo Rio cresceu 20% na International Tourism Exchange, realizada no início de março, em Berlim. “Mesmo com a desvantagem monetária que temos agora”, lembra.

A cidade também virou um centro atrativo de convenções, fóruns e eventos esportivos internacionais, como o 5º Fórum Urbano Mundial, realizado pela ONU em março, que atraiu 25 mil participantes. Só em março foram cinco, como o campeonato de barcos OffShore. Em abril, o total é de dez, a maioria eventos do setor médico, como Simpósio Internacional de Ressonância Magnética de Harvard. Em maio, o número cresce para 12 eventos, como III Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade e o Rede Bull Air Race (mundial de corrida aérea).

A cidade atrai mais turistas de negócios do que famílias. Na média, são 55% em comparação a 45%. No turismo de alto luxo, a diferença fica em 70% contra 30%. Para uma cidade essencialmente voltada ao lazer, os gastos desses viajantes rendem mais para o comércio e os serviços. Enquanto o turista de lazer gasta em média US$ 98 por dia, o de negócios gasta US$ 147 e o de congressos, US$ 240. “Isto porque ele tem o tempo mais livre que o de negócios, que vem para fazer uma reunião e volta para sua empresa. Além disso, quer aproveitar ao máximo o passeio”, diz Senise.

Postado por Luis Favre
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