segunda-feira, 5 de julho de 2010

Serra reforça opção pela elite e contra nordeste

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A escolha do vice de Serra, além das considerações sobre a corrupção na merenda escolar, diz muito sobre quem sua candidatura representa. É uma candidatura elitista e focada no eixo Rio-São Paulo.

Ao formar uma chapa "puro-sangue" Rio-São Paulo, desprestigia as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Independente de não gostar de Álvaro Dias, o fato é que quando Serra defenestrou o tucano paranaense, desprestigiou também a região Sul, sobretudo o Paraná.

Com a escolha, Serra corteja a concentração de renda e do poder econômico de São Paulo e do Rio, formada nos séculos passados. Deixa as outras regiões do país à margem do centro do poder.

Também é sintomático a escolha de um "demo" da alta sociedade. Ser rico não é defeito, mas ser contrário ou alienado na resolução das desigualdades sociais brasileiras, é. Um vice com perfil do genro que todo Salvatore Cacciola gostaria de ter, definitivamente não é o perfil de um bom vice.

O vice de Serra, Indio da Costa (DEMos/RJ), sempre se elegeu no Rio de Janeiro com o eleitorado conservador dos bairros ricos, seu reduto, e com votos vindos do clientelismo, em campanhas caríssimas. Em seu próprio estado não agrega votos das camadas populares, da baixada fluminense, nem de São Gonçalo, nem de outras regiões.

Na época da ditadura, Geisel também escolheu como vice um almirante do Rio de Janeiro. Não adiantou nada. Nas eleições parlamentares de 1974, sofreu fragorosa derrota nas urnas do Rio.

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