quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Dez dias de fúria midiática – o efeiro Berlusconi

Este é o segundo post da série Onze dias de fúria midiática, iniciada ontem. A cada dia, até o dia 31 de outubro, aqui serão relatados, um a um, os acessos de fúria da mídia diante da escolha eleitoral que o Brasil começa a delinear de forma irreversível.

Como já foi dito neste espaço, a mídia fará tudo, absolutamente tudo para impedir que a escolha em tela se consolide. Tentará mudá-la através de golpes como o da bolinha de papel de dois quilos que a Globo e o PSDB inventaram, bem como com a supressão do contraditório, violando, assim, a lei eleitoral.

A simulação de ferimento do candidato tucano, evidentemente acordada entre ele e a Globo, porém, encontrou resistência. Os telejornais do SBT e o da Record, ao menos, mostraram a farsa.

Mas há um fato mais grave. Segundo informações que circularam amplamente no Twitter, o SBT afirma que só a emissora do Jardim Botânico foi convidada a presenciar o “exame de corpo de delito” que Serra fez com um médico particular que trabalhou para o governo FHC dirigindo o Instituto Nacional do Câncer.

Esse fato corrobora a suspeita de que tudo o que aconteceu no Rio de Janeiro ontem foi uma armação engendrada para gerar, na campanha eleitoral, o efeito Silvio Berlusconi, como bem lembra o leitor Eliseu Leão.

No fim de 2009, Silvio Berlusconi, primeiro-ministro da Itália, passou a noite no hospital milanês de San Raffaelle para se recuperar de uma agressão que sofreu em um comício. Um homem com histórico de doenças mentais o atingiu no rosto com uma estatueta e o deixou com o nariz partido, o lábio rachado e menos dois dentes.

Poucos dias depois, a popularidade do primeiro-ministro aumentou. Silvio Berlusconi contava com 48,6% de popularidade antes do sucedido e subiu para 55,9%, segundo informações do diário italiano Corriere della Sera.

Tudo acontece de acordo com um script já descrito até de forma “científica”, conforme apuração do repórter da Record Rodrigo Vianna, em interessante artigo em que detalha as cinco ondas da campanha difamatória que, em minha opinião, é orquestrada pela Globo em conluio com o PSDB.

A Globo é a principal arma de Serra para virar o jogo. Correndo contra o tempo, contra os dez dias que faltam para a eleição presidencial em segundo turno, tudo deverá ser tentado.

É evidente que Serra foi ao Rio, àquela região que sabidamente é um reduto petista, para fazer provocação. Levou consigo uma tropa de choque para espancar militantes petistas e a Globo para endossar a sua versão mentirosa dos fatos.

A simulação de ferimento pode ser comprovada claramente no vídeo exibido pelo SBT ou pelo que exibiu a Record. Serra, depois de ser atingido por um objeto que qualquer perícia de tal vídeo revelará que não deveria pesar mais do que algumas dezenas de gramas, recebeu um telefonema, minutos depois, e passou a fingir que passava mal.

Nas Globos, a versão do PT foi suprimida. Apenas foi dado espaço a uma declaração protocolar de Dilma e de sua campanha de que não compactuam com práticas violentas. A versão do lado petista envolvido no conflito, foi censurada.

É possível que o PSDB leve para o programa de Serra a versão do Jornal Nacional. Mas há, também, a possibilidade de não levar.

Se o PSDB não explorar mais o caso, ficará com o massacre noticioso na Globo e nos grandes jornais – e, provavelmente, na Veja e/ou na Época do próximo sábado. Se explorar, o PT pode colocar no ar os vídeos da Record e do SBT que mostram a armação.

A campanha de Dilma dificilmente responderá à imprensa de Serra se este não usar a manipulação que essa imprensa cometeu. Esperará para ver que efeito causou a maior parte da grande mídia dar a versão de Serra confiando em que a versão da menor parte impedirá o prejuízo eleitoral.

Como se vê, é um grande jogo de xadrez midiático que se trava nesta campanha, mas com elementos fascistóides. Ou levar um exército de brutamontes a reduto de militantes petistas, espancá-los e ainda acusá-los de “selvageria”, tentando, com isso, pintar aqueles que apóiam Dilma como “violentos” e “intolerantes”, não é uma tática fascista?

Ainda faltam dez dias para terminar a eleição. O que mais preocupa é saber se haverá novos atos de violência durante esta campanha enlouquecida que Globo, Folha, Veja, Estadão, José Serra e seu partido estão impondo ao país.

Esta reflexão nos remete a um período da história que ganha contornos cada vez mais atuais. Um período de trevas democráticas em que confrontos entre grupos políticos serviram de pretexto a militares para interromperem a normalidade democrática.

Na opinião deste blog, as forças democráticas da nação precisam se unir e denunciar ao Brasil e ao mundo o que as famílias Marinho, Civita, Frias, Mesquita, Serra e outras estão fazendo. Antes que cumpram a promessa de seus sequazes de “hondurarem”.

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Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)

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