Nas rodas sociais e nos jantares de recepção de autoridades sempre se pronunciou nomes de bebidas com sotaques alienígenas. Cachaça. Uma heresia que não se adequava ao status que um Presidente da República possui, melhor seria, uma cálice de vinho da melhor safra da Borgonha, mais ainda um wiskie escocês envelhecido, mas, o simples homem preferia uma boa cachaça, branquinha, pura, e tantas adjetivações que a criatividade do brasileiro lhe emprestou. Como cidadão simples e de origem humilde começo a sentir saudade. Luiz Inácio, me era parte de cada um dos brasileiros que se sentiam representados na figura do Presidente da República.
Estranho fato, desde minha mocidade, aprendi a ficar feliz com a mudança de governo. Era sempre uma esperança que nascia. Cria-se que algo pudesse melhorar. As pequenas conquistas eram vistas como dádivas, tão menor era o sentimento mais nobre de um cidadão: a dignidade. Agora, começando a contagem regressiva e me sinto como se estivesse arrumando as malas, também desocupando um espaço no Planalto Central do Brasil. Esse misto de tristeza e alegria deve estar tomando conta de milhões de brasileiros.
Não é um mito. É um homem simples. Um igual que nos orgulhou. Não lhe apertei a mão, nem o conheço pessoalmente, mas existem tantas coisas em comum que o sinto como um irmão mais velho, seguro, dócil o suficiente para sentar-se ao meu lado e colocar a mão sobre o ombro e transmitir toda a confiança do mundo.
A confiança que fez investidores desconfiados se tornarem parceiros, que fez adversários reconhecerem méritos e o Brasil crescer como nunca havia feito antes. Luiz Inácio, tão brasileiro que seu maior sonho foi proporcionar um prato de comida ao mais humilde. Luiz Inácio que sempre acreditou no Brasil. As ondas que sacudiam o mundo, para ele, simples marolas.
As pessoas simples, já sentem saudade desse “paizão” que jamais deixará de ser o Presidente do Coração dos brasileiros. Luiz Inácio, bravo!
Hilda Suzana Veiga Settineri
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