sábado, 2 de julho de 2011

Serra tenta manter-se à tona no esgoto

A única esperança de Serra: a vitória do esgoto na política

No Estadão papel, o repórter João Domingos dá mais detalhes da última grosseria do Serra, a tentativa de empurrar goela abaixo dos companheiros uma carta iracunda, em um momento em que a política dá sinais de civilidade.

A lógica é simples de entender.

Depois que abandonou a militância intelectual, décadas atrás, Serra se tornou uma caricatura, um leitor de orelhas de livro e de manchetes de jornal, que capta mensagens e discursos apenas pelo lead.

Impressionou-se tempos atrás com a história de Ronald Reagan, que ficou por anos martelando uma bandeira só - no caso, a do liberalismo. Quando o liberalismo chegou, ele era o dono da ideia e dos seus frutos.

Ocorre que há muito Serra deixou de ter ideias. Dias atrás encontrei-me com um velho amigo, jornalista econômico. Ambos fazíamos parte do restrito núcleo de jornalistas econômicos em início de carreira que, nos anos 80, abria espaço para Serra nos veículos em que trabalhávamos. Na época, Serra tinha escrito alguns textos clássicos sobre o "milagre", desenvolvimentismo e outros temas econômicos.

O amigo entrevistou Serra durante a campanha e ficou estarrecido com a absoluta falta de informações e ideias do candidato. Minha ficha tinha caído há mais tempo.

Sem ideias, aflorou em Serra o lado mais tenebroso que, de certa forma, era minimizado quando se acreditava que ele pudesse cumprir um papel político positivo: o de cultivador das profundezas, alimentador de dossiês, o político vingativo que anota todas as mágoas em um caderninho para futura vingança.

Para esse novo-velho Serra, só restou o discurso de esgoto. Sua única aposta é na deterioração da política, permitindo os dejetos virem à tona. Foi o que mostrou na campanha, ao transformar seus auxiliares - alguns com boa biografia - em pittbulls, ao exigir como prova de lealdade o cometimento das maiores infâmias - como foi o caso da ex-Soninha, do ex-Graeff e outros, que sacrificaram biografias pelas miragens de poder trazidas por Serra.

Hoje Serra não é nada. É apenas um Beato Salú tentando se manter à tona como alguns dejetos de esgoto, quando jogados no rio.

Share/Bookmark

Leia mais em: O Esquerdopata
Under Creative Commons License: Attribution

Do Blog O Esquerdopata.

Nenhum comentário:

Postar um comentário