segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A rejeição de Marina, o lápis e a borracha


A estratégia de setores da grande mídia, de abraçar Marina Silva (PSB) parece surtir efeito contrário.

Tal estratégia, somada às revisões de programa de governo e ao vai-e-vem de seus discursos em eventos, vem coincidindo o crescimento da rejeição à candidata a passos largos. Antes de anunciar oficialmente sua candidatura, em pesquisa realizada entre os dias 14 e 15 de agosto, Marina era rejeitada por 11% do eleitorado, de acordo com o Datafolha. Agora, a última pesquisa divulgada pelo instituto mostra que, em um mês, dobrou o número de eleitores que não votariam de jeito algum em Marina. A rejeição saltou de 11% para 22%.

Não é só a popularidade que tem recuado. Também nas intenções de voto ela perde espaço. Parece que o eleitor está percebendo que a candidata troca o discurso para agradar a opinião pública e deixa incertezas sobre qual compromisso assume. Primeiro foi a política voltada ao público LGBT. Depois veio o pré-sal, relegado a segundo plano em seu programa de governo. A candidata foi a público para dizer que o programa de energia de seu governo estava sendo mal interpretado. Quando todos acreditavam que se tratava mesmo de algum equívoco, o coordenador da campanha, Walter Feldman, foi a público para criticar não só o modelo de partilha atual, que protege os recursos do país, como também a política de conteúdo nacional, que favorece a indústria brasileira. O programa feito a lápis e borracha parece mesmo ser grande aliado.

Mais uma lembrança do vai e vem da candidata:as leis trabalhistas. Falando a uma plateia de micro e pequenos empresários, em São Paulo, Marina afirmou: “vamos fazer uma atualização das leis trabalhistas” (link is external). Ai a declaração chegou à imprensa, às mídias sociais e não caiu nada bem o fato de, ao ser questionada sobre como seriam essas mudanças, a candidata ter respondido, “ainda não temos essa resposta, esse assunto é muito complexo". Então, depois que a presidenta Dilma Rousseff, questionada sobre o mesmo tema respondeu abertamente: “restringir direitos trabalhistas? Nem que a vaca tussa!” (link is external), Marina adotou sua nova política (link is external) para dizer que os os direitos dos trabalhadores estariam assegurados. Será mesmo?

O Datafolha mostra que Marina perde votos com mais intensidade entre as mulheres, principalmente na faixa de 25 a 34 anos. Também perdeu espaço nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte. Em análise, a Folha de S.Paulo diz que os ataques da concorrência aumentam a rejeição a Marina, mas, na prática, deve ser difícil para o eleitor manter o voto diante de tanta inconstância e muito lápis e borracha de Marina.

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