Por João Vicente Goulart*, no site do Instituto João Goulart
A capa da Veja defendendo a socialista Marina é folclórica.
Às vezes realmente
penso que o Brasil mudou. Se não for um saco de gatos, é muito estranho o
que estamos presenciando na mídia empresarial brasileira nestes
momentos finais de primeiro turno.
Veja, O Globo,
Estadão, Folha, Zero Hora, etc., etc. estão morrendo de amores pelo
socialismo brasileiro de uma forma tão apaixonada que as vezes penso que
Marx se infiltrou nas hastes empresariais e golpistas brasileiras de
todas as horas e passou a ser reverenciado pela posição meritocrática
(do lucro evidentemente) destes “docinhos” que apoiam Marina no Partido
Socialista Brasileiro.
A torcida é tanta
que temos ,evidentemente, que desconfiar destas posições “socialistas” e
perguntarmos: – A serviço de quem elas se encontram?
A fadinha da floresta derrapou no seu “socialismo”.
A sociedade
brasileira deveria perguntar ao atual presidente do Partido Socialista,
Roberto Amaral, se a independência do Banco Central na condução da
política econômica do país que colocará juros, política cambial, fiscal e
condução dos parâmetros inflacionários do Brasil a bel prazer dos
interesses de conglomerados e grupos financeiros e que querem o controle
da economia, é para valer ou para agradar bancos e mídia?
E como ficará a
geração de empregos? Através da derrubada da CLT, via “flexibilização”
da legislação trabalhista , que é hoje uma euforia constante dos irmãos
Setúbal de fazer da força do trabalho apenas um índice flutuante do
balanço comercial das empresas, dependendo do mercado, dirigido pelos
privilégios dos mercados e orientado pelo mercado e seus pares? É para
valer ou é uma concessão ao Itaú?
E o posicionamento
do PSB ao bombardeio sistemático da Petrobras para gerar um sentimento
de demérito da Estatal com o fim específico de, uma vez apossados do
governo federal, colocar a sua privatização em pauta e retirar a
exploração do pré-sal do controle do povo brasileiro, nenhuma palavra?
E a defesa
intransigente da “socialista Marina” dos povos da floresta, das matas
amazônicas, dos seringais, dos povos indígenas que se contrapõe
radicalmente com o apoio que a candidata busca na monocultura do
agronegócio que agora bajula com empenho e determinação. É para valer ou
é eleitoreiro?
Ou será que ela virou transgênica?
Seria bom perguntar
também se o projeto “REDE” ficou para trás ou continua sendo uma
exigência dos seguidores de Marina e teríamos , após sua posse , a
primeira Chefe de Estado e Governo a dar as costas ao partido que a
elegeu? Haverá uma ruptura com os socialistas autênticos e após
implantadas estas medidas reacionárias o PSB se lavará as mãos e falará
como Poncio Pilatos?
O prêmio
Goldman, dado a Marina como ambientalista e militante cuja origem
(Levy´s Strauss) é bem conhecida e ligada ao fundo Soros , será uma
porta ainda mais aberta para milhares de ONG´s internacionais que atuam e
contrabandeiam fórmulas de nossa Amazônia?
É estranho ela
querer colocar fim a “velha política” dizendo por aí que vai governar
com os melhores quadros do país, que vai chamar Lula e Fernando Henrique
para o mesmo campo da governabilidade. Por que então não diz que o
melhor seria convocar uma Constituinte, de preferência uma que seja
participativa e não apenas representativa destas figurinhas “do bem” de
quem tanto fala?
É, o Brasil está mudando.
Depois que a VEJA defende com unhas e dentes a fada verde da floresta
e o Partido Socialista Brasileiro, claro, sem mexer nos meios de
produção, Marx agora vai ressuscitar, como banqueiro e de preferência no
Brasil.*João Vicente Goulart é filho do ex-presidente João Goulart e diretor do IPG- Instituto João Goulart
Do Blog QUEM TEM MEDO DA DEMOCRACIA?
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