sexta-feira, 23 de abril de 2010

A candidatura de Ciro, um lutador

Parece estar se aproximando a hora das decisões sobre a candidatura Ciro Gomes. Antes de qualquer consideração, parece claro a todos que Ciro reune todas as condições pessoais e políticas para ser candidato a qualquer cargo. É alguém que, da geleia geral que se formou nos tempos de Arena e MDB, conseguiu passo a passo construir uma identidade progressista inquestionável a nível nacional.

Mas há algo em Ciro que o identifica ainda mais: Ciro é um lutador, um homem corajoso e desabrido. Isso já custou-lhe muito em ocasiões passadas. Ele sabe disso e construiu sua maturidade. Não perdeu, porém, sua alma combativa.

E para quem tem uma alma assim, é duro pedir para que deixe a primeira linha de combate e venha somar como força auxiliar. Eu acompanhei de perto uma situação assim, nos últimos dias da campanha de 2002, quando meu avô preferia que Ciro deixasse a disputa para tentar viabilizar, já no primeiro turno, a vitória de Lula.

Não é fácil dobrar Ciro Gomes. Isso, longe de ser seu maior defeito, é sua maior virtude. Tenho certeza de que um pedido de Lula para que ele deixe de ser candidato não será feito ou, se for, não será por razões aritméticas de pesquisas eleitorais. Creio que o que motiva Lula – que não tem dúvida alguma de que, num eventual segundo turno, Ciro apoiaria Dilma – é produzir um cenário claro para o povo brasileiro se posicionar.

Caminhamos para uma batalha. Exércitos aliados podem ser diferentes entre si, mas devem seguir uma única bandeira, um único comando.

Eu creio que Dilma precisa muito de Ciro. Não apenas porque é um dos maiores e melhores aliados em matéria de caráter e preparo que ela pode ter, mas porque é um valente, que não vai se acovardar diante da guerra suja que enfrentaremos.

Ciro não é homem a quem mágoas pessoais tirem o sentido do dever. Candidato ou não, estaremos juntos neste combate.

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