quinta-feira, 6 de maio de 2010

Rio inaugura 1ª biblioteca-parque do Brasil

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Roberta Pennafort / RIO – O Estado de S.Paulo

Os moradores de Manguinhos, alvos constantes de violência, estão encantados com a primeira biblioteca-parque do País, inaugurada há uma semana. Por ali, só se fala da novidade que a sala de 3.300 metros quadrados, onde funcionava um depósito, representa. São 25 mil livros, 900 DVDs, 3 milhões de fonogramas para audição, acervo em braile e 50 computadores com acesso à internet. Tudo de graça.

Única no Brasil, a biblioteca-parque vai além do modelo de uma sala silenciosa e abarrotada de livros. Em Manguinhos, o ambiente amplo, colorido e ordenado é a única opção cultural em quilômetros. Os 28 funcionários, todos moradores da área, são atenciosos. Uma ludoteca oferece brinquedos educativos e modernos que os filhos da favela não têm em casa.

A expectativa é a de que se repita na região de Manguinhos, onde vivem 100 mil pessoas, o sucesso de bibliotecas semelhantes instaladas em áreas pobres de Medellín, na Colômbia. Por lá, o empreendimento mudou o entorno – o projeto era um braço de um programa amplo que reduziu a violência em 75% (o quadro regrediu, mas o projeto ainda é considerado exemplar).

Por aqui, as instalações caprichadas da biblioteca custaram R$ 7,4 milhões para o Ministério da Cultura e outro R$ 1,2 milhão para o governo do Estado. Os disputados computadores têm telas de LCD, como as das TVs em que passam filmes em DVD. É um centro cultural com jeitão hi-tech, de onde se sai podendo levar dois livros, um DVD e uma partitura musical.

Inclusão. Nos rostos das crianças e adolescentes que antes passavam horas por dia em casa, a expressão de embevecimento é nítida. “No dia da abertura, elas gritavam de alegria. Foi uma catarse”, diz Vera Saboya, superintendente de Leitura e Conhecimento da Secretaria de Estado de Cultura.

Cássia Thamyres dos Anjos, de 14 anos, procurava por um livro da saga Harry Potter. “Vim no dia em que abriu e amei”, disse. Como quase todos ali, ela não tem estante de livros e seus pais não a incentivam a ler. Ainda assim, encontrou-se na biblioteca.

Postado por Luis Favre
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