sábado, 5 junho, 2010 às 8:14
Quando eu, como todos os adolescentes de muitas gerações fizeram, lia os livros de Jorge Amado, ficava impressionado com o poder dos fazendeiros e das “autoridades” na região do cacau, lá em Ilhéus, Itabuna e periferia. Buerarema é um dos municipios vizinhos a Itabuna, muito pobre, e é de lá que um juiz expediu a ordem de prisão contra Glicéria de Jesus Silva, integrante do Conselho Indigenista e que teve seu filho de dois meses, posto no colo pelo Presidente Lula, quarta-feira, durante a reunião do Conselho de Política Indigenista.
Para vocês terem uma idéia de como são as coisas por ali, o jornal “A Região”, de Itabuna, descreve Glicéria até como “suposta índia”. Olhando a foto, eu realmente fiquei em dúvida se não se tratava de uma cidadã sueca, envolvida com alguma ONG.
Quem quiser saber como são as relações entre a Justiça, a Polícia Federal e os índios tupinambás daquela região, pode dar uma olhadinha nas informações e nas fotos deste documento aqui.
Vai ver o irmão de Glicéria baleado, montes de bombas de gás e outros artefatos atirados contra os índios, tropa de choque avançando em formação cerrada e até animais mortos por agritóxicos atirados nos rios para envenenar os índios.
Que bom que esta foto aí tenha sido usada para fazer explorações contra Lula.
É que os índios brasileiros estão precisando mais do espírito de Marechal Rondon do que de “engaioladores”.
Precisam de governantes que os ponham no colo, os protejam e os compensem, um pouco que seja, dos atos selvagens que nós, brancos, civilizados e cheios de leis, praticamos ao longo de séculos contra eles, os donos originais desta terra.
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