quinta-feira, 1 de julho de 2010

Merval prestes a entregar os pontos

Um dos últimos paladinos do serrismo, Merval Pereira, está quase entregando os pontos. Até o momento, já contabilizei, entre os derroristas, os seguintes jornalistas tucanos: Noblat, Josias de Souza, Clovis Rossi, Fernando de Barros e Silva. Faltam só os platinados Merval e Miriam Leitão. O primeiro, em sua coluna de hoje, já botou o pezinho pra fora do barco. Separo alguns trechos.

(...) Uma jogada marqueteira simplória, pois sua história política não tem a menor consistência para alçá-lo ao segundo posto mais importante na hierarquia política do país. [Referindo-se à escolha de Indio para a vaga de vice de Serra.]

(...) O mais grave na escolha deste deputado federal de primeiro mandato é que ele não agrega um voto sequer à candidatura de Serra no Rio de Janeiro.

(...) Ontem, ao saber da escolha, Paes [prefeito do Rio, do PMDB] (...) mostrou-se espantado. Foi visto às gargalhadas no Palácio da Cidade.


Merval, todavia, ainda não jogou a toalha e a prova é que permanece bastante agressivo quando se trata de atacar a esquerda. Seus dentes, contudo, ou não estão afiados, ou caíram mesmo, porque sua mordida não surte mais nenhum efeito. Confiram esse ataque destrambelhado que ele fez a não sei quem:

E nem mesmo as acusações contra ele levantadas pela CPI da Merenda Escolar, na Câmara de Vereadores do Rio, são conclusivas a ponto de alguém poder afirmar que ele não tem a ficha tão limpa assim como querem alardear os tucanos e democratas. Só mesmo militantes energúmenos utilizam tais argumentos. Mesmo que as coincidências entre os preços oferecidos pela fornecedora vencedora nas licitações, quando Indio da Costa era secretário de Administração da prefeitura do Rio, sejam bastante estranhas.

Sem ter, teoricamente, informações sobre os outros preços, a fornecedora sempre apresentou descontos quando tinha concorrentes, mantendo o preço cheio naquelas licitações em que ninguém disputava o fornecimento.

Foi como acertar na Mega-Sena, comenta a vereadora do PSDB do Rio Andrea Gouvêa Vieira, relatora da CPI. Os resultados da CPI estão no Ministério Público.

Não consegui entender nada. Merval chama os militantes que põem em dúvida a limpeza da ficha de Indio de "energúmenos", e logo depois ele mesmo informa que as suspeitas são, de fato, procedentes, e feitas por alguém do próprio PSDB. Ué? Então Merval também é um energúmeno!

Esse outro trecho da mesma coluna também merece alguns comentários:

O apetite do presidente Lula é tamanho que nem mesmo o pequeno (em termos de tempo de propaganda) PSC escapou. Tendo feito um acordo, meses atrás, para apoiar a candidatura do tucano Serra, o presidente do Partido Social Cristão (PSC), pastor Everaldo, foi cooptado pelo governo sabe-se lá com que argumentos, além do puro imediatismo esperto diante dos números das últimas pesquisas que apontam a candidata oficial Dilma Rousseff à frente. Tanto esforço de última hora para ganhar apenas 18 segundos de televisão demonstra bem como o governo pretende reduzir ao máximo a chance de a oposição ter condições de disputar a sucessão de Lula.

Ora, estamos numa disputa política pelo poder naquela que será a quinta economia do mundo até 2020 (segundo o Financial Times) e Merval atribui os esforços da campanha de Dilma para atrair mais apoios como "apetite do presidente Lula"? Os "argumentos" com os quais o governo cooptou o pastor Everaldo, prezado Merval, foram um só: apontar para o outro lado da rua e mostrar o quão patético é a turma do Serra. Para entender a defecção do PSC da campanha de Serra e sua adesão à Dilma, sugiro que leia os jornais de hoje. Facilito a sua vida e dou-lhe links para matérias no Globo, na Folha e no Estadão. Leia as três e compreenderá que não há nenhum mistério: PSC é um partido pequeno com ambição de crescer e decidiu que não será saudável entrar na canoa furada de Serra. Não lhe parece uma boa explicação?

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