sábado, 23 de outubro de 2010

O que vem na Veja

A edição da Veja reproduz o que seriam conversas gravadas entre o Secretário Nacional de Justiça, Pedro Abramovay, e Romeu Tuma Jr, que o antecedeu no cargo e foi demitido em junho deste ano, com base em gravações que revelariam sua ligação com o mafioso chinês e o suposto chefe da máfia chinesa de São Paulo, Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li. As gravações foram interceptadas pela Polícia Federal durante investigação sobre contrabando e o suposto chefe da máfia chinesa de São Paulo, Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li. As gravações foram interceptadas pela Polícia Federal durante investigação sobre contrabando.

Nas gravações, segundo a revista, Abramovich reclaramaria com Tuma Jr. que recebia pedidos de Dilma e de Gilberto Carvalho para fazer dossiês.

Não tenho conhecimento do teor da matéria.

Mas, de antemão, se pode imaginar, se é que existem, três fontes para estas supostas gravações.

A primeira, um grampo ilegal que foi encomendado ou caiu no colo da revista.

A segunda, o próprio Tuma Jr, com os ressentimentos de quem foi demitido e, como é do conhecimento de todos, só o foi depois de ter sido mais do que convidado, instado a se demitir e recusou-se, tirando até ferias para isso, lembram-se?

A terceira, ilógica, o próprio Abramovay.

De todas as três, caso não seja uma montagem ou um áudio que não apareça, só se pode dizer uma coisa: Abramovay ou é mentiroso ou é um idiota que gosta de se valorizar.

Se fala a verdade, porque falaria com alguém que teria todas as razões para ser um ressentido e, até, demolir o seu sucessor no cargo?

Ou fala para conceder-se uma importância que não tem?

E falar coisas deste tipo – falsas ou verdadeiras com alguém que está, publica e notoriamente, com os telefones grampeados, como Tuma Jr.?

Não tenho a matéria, como disse, e de manhã comento em detalhes.

Mas duas coisas já se me ressaltam: primeiro, o episódio fere a lógica; segundo: como “bala de lama”, é fraco. Revela mais desespero e falta de perspectivas do que qualquer outra coisa.

PS. O twitter do Noblat confirma minha hipótese de que foi Tuma Jr. quem teria gravado a suposta conversa. Isso faz sentido, como eu afirmei no post: o ressentido por ter sido demitido em razão de suspeitas. Agora, qual é o sentido que faz Abramovay falar isso ao cidadão a quem substituiu? Exibicionismo? Desejo de se mostrar importante? Da “tchurma”? Admitindo, apenas para raciocinar, que fosse verdade o que diz, para que falar com alguém que foi demitido daquele lugar? E que intimidade Dilma teria para pedir – se fosse o caso – coisas assim (dossiês) diretamente para alguém que ocupava, enquanto ela estava no governo, um cargo de terceiro escalão? A história não bate.

Também do Tijolaço - O Blog do Brizola Neto.

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