quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Jobim se demite da Defesa após criticar colegas; Amorim assume

Ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que os postos militares de fronteira devem aumentar de 21 para 49. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Nelson Jobim se desligou do cargo nesta quinta-feira
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Luciana Cobucci
Claudia Andrade
Direto de Brasília

O ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), entregou na noite desta quinta-feira a carta de demissão à presidente Dilma Rousseff. Ela convidou o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim para o cargo, que aceitou ocupar a pasta. Jobim era ministro desde 2007 e foi presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Indicado ao cargo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Jobim estava enfrequecido politicamente após fazer uma série de críticas ao membros do governo de Dilma.

Jobim caiu após declarações dadas à revista Piauí, que irá às bancas nesta sexta-feira, mas antecipadas pelo jornal Folha de S.Paulo. Na entrevista, Jobim teria considerado a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, "muito fraquinha", e dito que a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, "sequer conhece Brasília". Jobim negou ter feito as críticas e disse que as informações seriam "parte de um jogo de intrigas".

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), minimizou a declaração de Jobim, dizendo que a articuladora política do governo, Ideli Salvatti, "é até bem gordinha, não é bem fraquinha". Depois de reunir-se com Ideli, o líder do PR na Câmara dos Deputados, Lincoln Portela (MG), disse que a ministra "brincou" em relação ao que disse Sarney, "que o presidente Sarney quis dizer que ela estava 'fortinha', não gordinha". Segundo o deputado, Ideli "não teceu nenhum comentário sobre o ministro Jobim", durante a reunião. "Relevou isso e está seguindo em frente."

Na última semana, outra declaração de Jobim à imprensa gerou mal-estar no governo. Em entrevista, ele declarou seu voto no tucano José Serra nas eleições presidenciais do ano passado. A série de frases polêmicas, contudo, começou no início de julho, em uma cerimônia em homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Senado Federal. Ao discursar, ele citou o dramaturgo Nelson Rodrigues, dizendo que "os idiotas perderam a modéstia". A fala foi interpretada como uma insatisfação do ministro com sua situação no governo. Mais tarde, contudo, ele disse que se referia a jornalistas.

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