domingo, 11 de dezembro de 2011

Tesoureiro de campanhas do PSDB é apontado como "artesão" de consórcios da privatização


Amaury Ribeiro Júnior afirma que Ricardo Sérgio de Oliveira teria recebido propina de empresários durante a venda das estatais de telecomunicações em 1998
Anselmo Massad, Rede Brasil Atual
"Homem do caixa" de campanhas do PSDB, Ricardo Sérgio de Oliveira, é apontado como "artesão" dos consórcios da privatização das telecomunicações no país, promovida em 1998, pelo jornalista Amaury Ribeiro Júnior. Autor do livro "A Privataria Tucana", que chegou às livrarias nesta sexta-feira (9), ele afirma que a costura dos acordos entre empresários envolveu pagamentos de propina da ordem de US$ 4 milhões, em operações que envolvem um primo da mulher do ex-governador paulista e ex-ministro da Saúde e do Planejamento José Serra (PSDB).
O montante rastreado, ainda segundo o livro, teve origem no empresário Gregório Marin Preciado, sócio de Serra em um terreno no Morumbi e primo de Mônica Serra, a esposa. Ricardo Sérgio de Oliveira é apontado como alguém que "conhecia muito a área financeira" por ter sido vice-presidente do Citibank. De 1995 a 1998, ele ocupou a diretoria internacional do Banco do Brasil.
Ricardo Sérgio de Oliveira foi tesoureiro das campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso ao Senado, em 1990 e 1994. Segundo Amaury Ribeiro Júnior, ele teve papel central em dois momentos em que foram promovidos desvios de recursos públicos: o caso Banestado e durante as privatizações. O jornalista atribui a Ricardo Sérgio a criação do modus operandi do envio irregular de US$ 30 bilhões ao exterior pelo banco estadual do Paraná de 1996 a 2000, segundo investigação da Polícia Federal.
Na qualidade de diretor do Banco do Brasil, o tucano assinou portaria que permitiu as contas correlatas entre Brasil e Paraguai. O mecanismo facilita transferências entre contas de comerciantes com negócios nos dois países, mas acabou usado também na "lavanderia do Banestado" por doleiros, segundo Amauri Ribeiro Júnior.”
Imagem: o tesoureiro de campanhas eleitorais do PSDB, Ricardo Sérgio de Oliveira, é apontado como mentor de esquemas de desvio de recursos públicosFoto: ©Flávio Florido/Folhapress
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