segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Fernando Henrique defenestra Serra: “seja realista, o PSDB é Aécio”

A essa hora, fico imaginando os processos que se passam pela cabeça de José Serra.
Sérgio Guerra, o bab… (na definição de Lula), agredi-lo com a declaração de que não teria 3% nas prévias tucanas,  bem…
Está na conta dos ódios entre os dois.
Mas Fernando Henrique, o homem a quem socorreu nas horas mais difíceis, ajudando a varrer para baixo do tapete escândalos que poderiam tê-lo impedido, até, de ser Presidente (uma história que vai acabar aparecendo, não demora), fazer isso?
E, ao contrário, de quem suportar a herança política impediu-lhe de realizar o sonho de ser Presidente?
Se eu escrevesse romances, como gostam de fazer na Veja, a cena de Serra lendo em silêncio, os lábios volta e meia se repuxando para os lados, o ódio injetando-lhe os olhos, ao ler a entrevista da FHC ao Valor seria maravilhosa.
Mas é melhor ficar no bom e velho jornalismo e destacar o que disse o ex-amigo Fernando Henrique:
“ É frágil [a candidatura Serra] Qual é a dificuldade? A dificuldade [para Serra] é que o PSDB em sua imensa maioria está com Aécio. Quer o Aécio. Então, acho que a pessoa tem que ser realista, até que ponto tem sentido se apresentar como candidato ou não. Mas isso só o tempo vai mostrar, se é possível ou não.
Valor: O sr. vê uma diferença grande no processo de escolha desta vez em relação às outras eleições?
FHC: Ah, sem dúvida. Nos outros anos, houve muito mais indecisão. O partido estava mais dividido. Agora não. O que tem é uma aspiração legítima do Serra, mas não é que o partido se dividiu entre um e outro. Neste momento, nos diretórios, que eu saiba, não existe nenhuma cisão dentro do PSDB. O PSDB está ao redor da candidatura do Aécio.
Valor: Há clima para prévias?
FHC: Eu acho difícil. Mas, claro, se o Serra insistir em ser candidato ele tem o direito. Agora o partido também tem a obrigação de dizer: “Vamos resolver isso logo, não pode esperar”. Para não cair nos erros do passado.
Valor: Até quando o sr. acha que o partido pode esperar?
FHC: Primeiro temos que deixar passar o que vai acontecer agora no fim do mês. Não adianta especular antes da hora. Meu palpite é que Serra fica. Se não ficar, muda tudo. Por que é ele e outros. Mas não há tendência nenhuma de as pessoas saírem. Não há. Ninguém. Nenhuma força importante. Até porque as dificuldades do governo [federal] são enormes. Nunca houve conjuntura tão favorável a uma alternativa. Nosso dever é construir essa alternativa, com seriedade, o quanto antes e juntando gente.
Nenhum apelo para que Serra fique, nenhuma palavra sobre a importância de seu apoio, nenhuma concessão sobre a memória eleitoral que o coloca, nas pesquisas, à frente de Aécio.
O máximo que diz é: não devia ir, mas se quiser vá.
Como diria o Paulo Preto: não se abandona um companheiro assim na beira da estrada…
Daí em diante, deixo por conta de cada um imaginar o que Serra fará.
Que ele estivesse disposto a vender caro a primazia tucana para Aécio, é possìvel entender.
Mas exigir-lhe que a entregue de barato e em condições humilhantes, sobretudo depois que admitiu publicamente sua candidatura?
Serra tem cargas poderosas  nos seus porões e o ressentimento é má companhia para estes guardados explosivos.
E, podem crer, ele vai dar sinais disso, publicamente.
E, nada publicamente, começar a destilar seu vingativo chorume.
Por: Fernando Brito
http://tijolaco.com.br/index.php/fernando-henrique-defenestra-serra-seja-realista-o-psdb-e-aecio/
Postado há por
 
Do Blog COM TEXTO LIVRE

Nenhum comentário: