Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
O fato de ter posições políticas e eleitorais bem definidas - e, ao
contrário de outros, que jamais as assumem abertamente – não impede este
blog de fazer análises eleitorais com base em fatos, não em desejos.
Há oito dias, escrevia-se aqui que apresentar o quadro eleitoral como “estável” era falso, porque escondia “um movimento que as variações eleitoral por classe de renda revelam”.
Era o desgaste e o “encolhimento” de Marina Silva nos grupos de maior renda que, afirmava-se, iria se espalhar:
“A rejeição a Marina, por razões político-ideológicas é um processo já
em curso e vai se espalhar mais. O pouco ou muito está fora do controle
do governo, porque depende do impulso da mídia.”
A tabela aí em cima, preparada com os dados daquele post e mais os do
Datafolha de hoje mostra exatamente isso: a onda de refluxo do marinismo
chegou na periferia. Se vai produzir muito estrago ou danos menores,
está nas mãos da mídia, que hesita em se tornar totalmente dependente de
Marina no processo político.
Está, para mim, evidente que a sorte desta eleição se dará na famosa
“classe C”, os filhos pródigos de projeto de Lula, que ascenderam pelas
mãos de um governo desenvolvimentista e distributivista mas, pela falta
de política associada a este processo percebem como sucesso individual,
apenas, o que que é essencialmente coletivo.
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