"Nunca no Brasil o menos votado no primeiro turno ganhou no segundo
Tereza Cruvinel, Brasil 247
Dilma abriu uma vantagem de sete pontos percentuais
sobre Marina Silva no primeiro turno, mostra o Datafolha. Embora elas
estejam tecnicamente empatadas na simulação de segundo turno (46% a 44% a
favor de Marina), a tradição mostra que nunca, no Brasil, um candidato
que chegou em segundo lugar no primeiro turno ganhou “de virada” no
segundo turno. Isso pode acontecer, e já aconteceu em eleições para
prefeito e governador mas nunca na disputa presidencial. O segundo turno
foi adotado a partir da eleição municipal de 1988.
Em 2002, Lula concorreu pela quarta vez e o candidato tucano era José Serra. Lula chegou na frente nas pesquisas e foi o mais votado no primeiro turno, saindo amplamente vitorioso no segundo. O mesmo aconteceu em 2006, quando ele disputou a reeleição tendo como principal adversário Geraldo Alckmin, cuja votação até encolheu no segundo turno.
Em 2010, Dilma liderou as pesquisas para o primeiro turno e foi a mais votada (46.9% dos votos contra 43,6% de José Serra), mantendo a vitória no segundo turno.
Em eleições para governador, o caso mais clássico de virada, uma espécie de exceção que confirma a regra, foi o de Mario Covas contra Paulo Maluf em 1998.
A grande questão
No domingo, começa a chamada reta final da campanha, a dos últimos e decisivos 15 dias. Nesta fase, os indecisos se decidem e geralmente seus votos se distribuem proporcionalmente aos índices de cada um dos candidatos mais competitivos. Segundo o Datafolha, neste momento existem apenas 7% de indecisos, além de 6% que se dispõem a votar em branco ou nulo, embora seja comum a redução deste índice na hora do pleito. Se não houver grandes deslocamentos de votos e a distribuição destes 13% for proporcional, Dilma chegará na frente no segundo turno, apostando na tradição.
Mas a grande questão desta reta final é: até quando Marina resistirá a uma queda mais acentuada? Ela deve continuar sob o fogo de Dilma (que deve agora moderar o tom do confronto) e de Aécio, que precisa aumentar o fogo para tentar chegar ao segundo turno."
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