quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Cerca de 135,8 milhões de brasileiros irão às urnas no dia 3 de outubro para escolher o presidente da República, dois terços do Senado e os governadores dos 27 estados, assim como para renovar a Câmara dos Deputados e as Assembleias Legislativas estaduais e distrital.
As eleições serão disputadas por 22.570 candidatos, dos quais nove concorrem à Presidência, 171 ao cargo de governador, 273 ao de senador, 6.036 ao de deputado federal e 15.280 ao de deputado estadual e distrital.
Pelo que antecipam as pesquisas, o grande vencedor será o Presidente Lula, cujo nome não está entre os candidatos à Presidência pela primeira vez desde 1989 porque, após dois mandatos consecutivos, não pode concorrer a um terceiro, já que a Constituição o impede.
A escolhida por Lula como candidata é a ex-ministra Dilma Rousseff, do PT, a grande favorita nas pesquisas, que a apontam como vitoriosa no primeiro turno em sua primeira ida às urnas.
Além de ter feito de Dilma a favorita para a Presidência, Lula, com sua alta popularidade, provavelmente conseguirá assegurar para ela um apoio majoritário no Congresso e governadores aliados na maioria dos 27 estados do país.
"Sem dúvida o grande favoritismo dos candidatos governistas é uma vitória de Lula. O presidente conseguiu transferir o sucesso de seu Governo aos partidos que apoia nas eleições", disse à Agência Efe o analista Antonio Augusto de Queiroz, diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Dilma conta com cerca de 50% das intenções de voto.
Sua porcentagem de apoio nas pesquisas é quase o dobro daquela do candidato do PSDB José Serra, que tem 28%, e cinco vezes maior em relação à ex-senadora Marina Silva (13%), do PV, outra ex-ministra de Lula.
"Lula quer evitar que sua sucessora sofra surpresas negativas no Congresso. Como Dilma não tem o mesmo carisma que Lula é necessário garantir-lhe um apoio majoritário nas eleições, porque ela dificilmente conseguirá negociá-lo depois", assegura Queiroz.
Para o analista, "esse apoio consistente permitirá a Dilma fazer reformas estruturais que o próprio Lula, apesar de todo seu carisma, não conseguiu impulsionar no Congresso".
Segundo uma projeção do portal de informações políticas "Congresso em foco", os nove partidos que junto com o PT formam uma coalizão nestas eleições terão 51 das 81 cadeiras do Senado.
Esse apoio, que equivale a 63% da Casa, é suficiente para aprovar até emendas à Constituição. Trata-se de uma maioria da qual Lula nunca desfrutou, já que o Senado, onde atualmente a oposição é majoritária, sempre foi sua pedra no sapato e palco no qual sofreu várias derrotas.
Segundo projeções do Diap, quatro dos partidos da coalizão podem monopolizar 52,6% das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados, aumentando assim uma representação que hoje é de 40,5%.
PT, PSB e PCdoB, atualmente com 208 deputados em conjunto, poderão conseguir até 270 cadeiras na próxima legislatura, segundo a projeção.
O PMDB pode aumentar sua representação dos atuais 90 deputados para 100, e o PT, com 79 cadeiras, pode ter entre 85 e 110.
Os partidos da oposição, por sua vez, sofrerão perdas. O PSDB de Serra, com 59 deputados atualmente, pode ficar com 55, e o Democratas (DEM) pode ver sua bancada reduzida dos atuais 56 deputados para uma faixa de entre 38 e 53.
Quanto aos Governos estaduais e distrital, as pesquisas do Instituto Datafolha indicam que os candidatos apoiados por Lula são favoritos em 16 dos 26 estados e Distrito Federal, e estão tecnicamente empatados com os opositores em outros quatro.
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