Por DiAfonso [Editor-geral do Terra Brasilis]
Fico me perguntando o que leva certos jornalistas a escreverem, maliciosamente, determinadas bobagens. Uns dirão que jornalistas estão, neste estágio em que se encontra a mídia nacional, obrigados a uma sujeição sem medida à linha editorial da empresa onde trabalham; outros afirmarão que muitos jornalistas escrevem olhando para o nariz de seu "partidarismo", de sua posição ideológica e nenhum compromisso com a informação fidedigna dos fatos.
Aos que pertencem ao primeiro grupo pode-se dar um desconto, não sem antes alertar para um aspecto importante: a ética profissional é imperativa e impõe limites atitudinais, mesmo que as "inclinações editoriais" do veículo de comunicação a que esses jornalistas estejam vinculados os obriguem a, astuciosamente, deturpar a realidade.
Aos dos segundo grupo não deve haver perdão, pois, defenda-se a vertente ideológica que defender, o profissional da informação tem o papel de informar e não o de deformar os fatos.
Um exemplo de jornalista que age de modo partidarizado e com viés malicioso está na edição de hoje, 22/11, do Repórter JC, do Jornal do Commercio. Leiam:
O que se pode ler acima? O jornalista se esquece de informar a premiação para fazer um contraponto nada abonador em relação ao ex-presidente Lula. Ora, Lula deve ser o ganhador de todos os prêmios para os quais seja indicado? Acaso não seria de louvar que um programa como o Todos pela Educação tenha saído vitorioso sem desvalorizar outros concorrentes?
A tendenciosidade na nota fica mais clara quando não só Lula, mas também o Senai [Sistema educacional de grandes serviços prestados em prol da formação de capital humano para indústria] concorreram e obtiveram idênticos 19 pontos.
Ora, Lula e o Senai figuram como empatados, contudo a chamada na nota releva apenas o fato de Lula não ter conquistado a premiação. O título da nota é claro: "Programa venceu Lula". O Senai parece que não foi relevante para a chamada da nota.
Ademais, percebe-se a escalada na desconstrução da imagem vitoriosa de Lula, levada a cabo pela mídia corporativa, da qual o Sistema Jornal do Commercio de Comunicações faz parte.
Por último, fico refeltindo sobre o pensamento dos que defendem o argumento de que o jornalista está a serviço da linha editorial de tal ou qual veículo de comunicação e transfiro esse argumento para o profissional da educação. Será que o educador deve se prestar ao papel de discriminar alunos negros, homossexuais e pobres porque o regimento e a linha pedagógica de uma deteminada instituição educacional assim o exijam, ainda que de forma sutil?
Seria o fim...
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