Por Brasil Econômico - Gilberto Nascimento
O governo do Estado de São Paulo gastou em 2013 com publicidade R$ 238
milhões, segundo o portal Transparência. Este valor é duas vezes o total
pago em investimentos na Secretaria de Educação do Estado (R$ 110
milhões). É mais do que os investimentos pagos, somados, nas secretarias
de educação e segurança (R$ 108 milhões). Os valores não estão
corrigidos. A Liderança do PT na Assembleia paulista encaminhará hoje ao
secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, pedido de informações sobre
os critérios utilizados para a distribuição de recursos da publicidade
oficial. O maior gasto foi justamente na Casa Civil: R$ 191 milhões.
Segundo os números do PT, as despesas de publicidade do governo
cresceram 141%, entre 2011 e 2013, saltando de R$ 99 milhões para R$ 238
milhões.
Nessa conta não estão incluídas os gastos de empresas independentes,
como o Metrô, a Sabesp e a Dersa. O líder petista Luiz Cláudio Marcolino
quer saber quem são os destinatários desses recursos, desde 2007, e se
houve gastos de publicidade em publicações de circulação nacional.
Pedidos de informações serão encaminhados também para o Metrô, Sabesp,
Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e Empresa Metropolitana de
Transportes Urbanos. Em 2005, no terceiro ano da gestão anterior de
Alckmin, foram gastos com publicidade R$ 67,5 milhões. No terceiro ano
agora, houve um acréscimo de R$ 176 milhões. “Os gastos nada mais são do
que uma tentativa de sobreviver a uma avaliação negativa da gestão
pública”, diz Luiz Marcolino, líder do PT na Assembleia.
Professor aponta o poder das agências
Especialista em finanças públicas, o professor da Universidade de São
Paulo (USP) Adriano Biava diz que o critério de pagamento do governo
estadual revela quais são as prioridades da gestão. “Fica claro que as
empresas de comunicação e propaganda têm um alto poder de barganha,
ainda mais se considerarmos que estamos dentro de um ano eleitoral”,
diz. Ele destaca que a ordem para efetuar os pagamentos não é decidida
com base em critérios técnicos. O que não é pago em um ano fica como
restos a pagar para o período seguinte. Procurada, a assessoria de
comunicação do Palácio dos Bandeirantes não quis comentar.
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