Blog Palavra Livre 24/02/2014
Por Davis
Sena Filho
Você, leitor, quer saber por que a imprensa burguesa e de
propósitos historicamente golpistas usa novamente como estratégia a mentira,
pura e simples, de que Lula e Dilma estão afastados e divergem sobre os rumos
da política, da economia e do governo trabalhista?
Então, vamos lá: a imprensa de negócios privados, como bem
diz o nome, é familiar. São famílias bilionárias que dominam um mercado
riquíssimo em forma de monopólio. São pessoas que defendem o status quo das
classes privilegiadas e, consequentemente, agem e atuam como porta-vozes do
grande empresariado nacional e internacional, que odeia o Brasil, mas não abre
mão de ganhar muito dinheiro em
um País que conseguiu driblar a crise internacional,
realidade esta que perdura desde 2008.
Para defender os interesses do establishment, a imprensa de
mercado viceja no Brasil, não se faz de rogada e age politicamente, como se
fosse um partido de direita, conservador, e disposto a tomar o lugar do PSDB e de
seus aliados. Esse segmento político e econômico percebeu há muito tempo que
tais agremiações estão derrotadas, porque não têm programa de governo e projeto
de País a propor ao povo brasileiro e muito menos determinação para que o
Brasil seja, enfim, independente e trace seu destino conforme a vontade da
Nação.
Os magnatas bilionários de imprensa, os mesmos que há
décadas não têm o mínimo compromisso com o Brasil e seu povo, armam todo tipo
de armadilhas, bem como tratam seus leitores, telespectadores e ouvintes como
idiotas, como se todo mundo fosse coxinha, inclusive os de classe média.
Comportam-se arrogantemente, como se a sociedade precisasse ser tutelada por
empregados de mídias, que se consideram os arautos da verdade, e, por sua vez,
mostram-se, irremediavelmente, como pessoas necessárias para que a população
tenha conhecimento do que acontece à sua volta e também longe de seus olhos e
ouvidos.
Pura balela e manipulação! As pessoas sabem dos sapatos que
apertam seus calos, além de perceberem quem fez mais para que suas vidas
melhorassem. E é exatamente o que incomoda as “elites”, em geral, e a imprensa
alienígena, em particular. Quem fez mais, evidentemente, foram os governos
trabalhistas de Lula e Dilma, como comprovam, indubitavelmente, os números e os
índices sociais e econômicos divulgados ao longo dos anos, por intermédio de
instituições tradicionais e respeitadas, como o IBGE, o Banco Central, o
Ministério da Fazenda, a FGV, entre outros.
A imprensa é um partido conservador, ideologicamente à
direita. Ponto! Já fez todos os tipos de acusações e inúmeras denúncias, muitas
delas vazias. Contudo esses fatos não importam para os magnatas bilionários
donos de uma imprensa que tem lado e por isso ouve apenas um lado. Afinal, a
imprensa burguesa é empresarial, visa o lucro, que vá às favas os interesses do
Brasil e de seu povo. Por isso, a chamo também de alienígena, porque o negócio
é causar confusão e, por seu turno, fazer com que parte da população acredite
em suas sandices e mentiras, pois ter apoio é essencial para que essas empresas
sobrevivam.
Por isto e por causa disto, os barões magnatas e seus
áulicos capatazes agem em todos os lados e ângulos, pois o objetivo é criar
crises artificiais para tentar convencer a sociedade que o Brasil está acabado,
falido e vitimado por um caos que não deixa pedra sobre pedra. Na ótica dos
escribas paus mandados de seus patrões, haver mudanças, ou seja, eleger
políticos conservadores, aqueles mesmos que levaram o Brasil três vezes ao FMI,
é a salvação da lavoura.
Votar em políticos neoliberais e subservientes que foram ao
FMI de joelhos e com o pires nas mãos, além de continuar a privatização de um
imenso patrimônio público que nenhum tucano ajudou a construir, é o “caminho
natural” para que o Brasil se desenvolva. Seria cômico se não fosse trágico. Mas
é apenas isto que a imprensa familiar quer: mandar no Brasil e pautar seus
governantes eleitos. Quem não lê sua cartilha de letras tortas está fadado à desconstrução
e à desqualificação de seu nome e de sua honra, porque o sistema midiático
comercial e privado é o maior cúmplice dos interesses das potências
estrangeiras e dos conglomerados econômicos apátridas e responsáveis pela
miséria e a violência em âmbito planetário.
Entretanto, próceres da direita midiática, a exemplo de Dora
Kramer, Reinaldo Azevedo e Ricardo Noblat, insistem no que já não deu certo no
ano passado e em anos anteriores. A repercussão nos meios de comunicação
privados de uma suposta contrariedade entre os dois políticos trabalhistas tem
fundo falso e visa apenas manipular o noticiário para auferir dividendos
políticos aos conservadores. É evidente que as ilações e notas maldosas e
maliciosas têm por finalidade dividir o PT e o Governo trabalhista, bem como
dar a impressão ao público que as autoridades que administram o Executivo e
representam o Governo no Congresso estão divididas.
Nicolau Maquiavel já ensinava esse processo draconiano há
séculos. Não há novidade no front da imprensa burguesa de caráter golpista. E
sabe por quê? Respondo: porque Lula é Dilma e Dilma é Lula. Os dois não se
conduzem à moda Eduardo Campos, Marina Silva, Heloísa Helena e Cristovam
Buarque. Os patrões magnatas bilionários sabem disso. E daí? Por que não
insistir nas ilações, nas fofocas mequetrefes e rastaqueras de que Lula e Dilma
estão a divergir?
Além do mais, os institutos de pesquisas divulgaram que a
presidenta petista venceria as eleições ainda no primeiro turno, se elas
acontecessem hoje — agora! Os magnatas e seus prepostos pensam assim: “Ah, sei
que fizemos tais mentiras e maledicências, mas por que não insistir na falácia,
já que não temos compromisso com o jornalismo, com a realidade dos fatos e
muito menos prezamos a verdade?” E completam: “Tudo vale à pena quando a alma
não é pequena?”
Só que a alma da grande imprensa privada é pequena e sórdida. E o verso de Fernando Pessoa não lhe cabe. Lula é Dilma e Dilma é Lula. É isso aí.
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