“Falar da natureza não altera a natureza. Falar do homem altera o homem (WIENER, Norbert. Cibernética e sociedade-uso humano de seres humanos. São Paulo: CULTRIX, 1978)”. Grifei e coloquei negrito.
Não tenho menor dúvida de que falar do homem sempre altera o homem. Mas de 1978 a 2008 são passados 30 anos e no mundo globalizado atual, no Brasil a partir de 1992 quando da realização da II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida por ECO-92, nos vimos obrigados, por necessidade mesmo de sobrevivência como seres humanos, de falarmos a todo o momento sobre a natureza. Isto a meu ver, sem dúvida, altera a natureza na medida em que o mundo se viu obrigado a se preocupar em resgatar o que como animal predador que é destruiu e a preservar o que ainda não foi destruído. Dentro das minhas limitações, e não querendo fazer um plágio em uma frase, mesmo porque não sou escritor inglês e muito menos gay como Oscar Wilde, quando disse: “A vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida...”, arrisco dizer que num futuro próximo poderemos até dizer que: Falar da natureza altera a natureza e o próprio homem, muito mais ou pelo menos da mesma forma do que falar somente do homem altera o homem.
As citações mencionadas pelo Prof. Coelho, de Angel Faus Belau e Adelmo Genro Filho sobre a Ciência Jornalística, Conceito e Características Fundamentais do Jornalismo, Informação, inclusive sobre o que disseram a respeito Manuel Carlos Chaparro e Iara Vidal Pereira Souza, assim como os próprios comentários do professor sobre Jornais de 26/12, não merecem qualquer reparo.
A palestra volta a ter maior complexidade ao tratar do Fato Jornalístico, principalmente depois de duas citações bem colocadas de Chaparro em 1994, sobre a esfera do interesse público do jornalismo, seu caráter moral e ético ao fazer jornalismo – “sem o que a ação jornalística não cumprirá a contento sua função social”.(Coloquei em negritos). Os comentários transcritos de 1988, de Cláudio Abramo deixam bem claro de como ele trabalhava no Jornal O Estado (SP), sempre nos limites doutrinários do jornal, onde “o dr. Julinho” no meu ponto de vista um ditador por natureza, dentro e fora do seu Jornal “Só depois do golpe de 1964, e anunciando-o, foi que as notícias nacionais começaram a sair na primeira página do Estado”. Se o dr.Julinho abraçou Ditadura Militar por convicção política doutrinária ou conveniência é o que menos importa, porque seu jornal já não cumpria uma função social. O mesmo aconteceu com o sr. Roberto Marinho, que não era dr nem jornalista, mas no meu modo de ver um empresário oportunista que de um jornal e rádio, na sombra da Ditadura Militar fez nascer a sua Tv e cresceu, transformando suas Organizações Globo numa empresa monstruosa servindo e sendo servida pelo PODER DITADORIAL. ,
Mas a Globo não era exceção a regra, porque durante o regime militar os jornais de grande circulação no Brasil estavam a serviço do novo regime. No regime militar, empresas jornalísticas no sentido mais amplo andavam de mãos dadas com os Generais que “governaram” o país e também FAZIAM PARTE DO PODER.
A rede globo com maior alcance dentro do território nacional, evidentemente se destacou entre as demais empresas jornalísticas. Terminada, em termos, a Ditadura, contando sempre com a convergência da linha doutrinária dos demais Jornais de Grande Circulação, escolheu, elegeu e derrubou o primeiro presidente “eleito pelo voto popular” após o fim de regime militar. Hoje não aceita o atual Governo e tudo fez para o derrubar, coisa que já ficou mais do que evidenciado jamais conseguirá.
Então pergunto. Onde andava a função social jornalística antes, durante e depois da Ditadura? E onde anda esta mesma função até os tempos atuais?
A resposta as minhas indagações, salvo melhor julgamento, são encontradas na Palestra do Prof. Coelho, no tópico Fato Jornalístico 3, quando cita as considerações de Cláudio Abramo sobre a cobertura da doença de Tancredo Neves. Se na ocasião a Folha de S. Paulo “portou-se com uma dignidade profissional exemplar” em relação a um determinado fato, o mesmo pode-se dizer da Folha nos tempos atuais?
Lamentavelmente, tenho uma visão de que não. Nem a Folha, Estado, Globo (rádio, jornal e tv), praticamente todos jornais de maior circulação, assim como revistas, notadamente a VEJA cumprem uma função social, faltando-lhes, por conseguinte caráter moral e ético, não sendo possível pensar numa suposta dignidade profissional jornalística.
Partindo deste entendimento, por coerência, não posso chegar a uma outra conclusão: A de A Folha de S. Paulo, não segue o seu próprio Manual da Redação 2001:10 e 15, mencionados também como Fato Jornalístico 3, principalmente quanto a ser “pluralista e apartidário.”
No tocante as Características, não é novidade “que pessoas agendam seus assuntos e suas conversa em função do que a mídia veicula”. É de conhecimento geral de que a mídia é formadora de opinião e isto é tão preocupante a ponto de: Em 23.05.2006, imprimi uma notícia do site jurídico Espaço Vital, que guardo como documento em meus arquivos, com a Manchete: “Ministro do Supremo acusa mídia de difundir” idéias dominantes ““.O Poder Judiciário e os juízes devem atuar com independência, de forma a não sucumbir ao clamor social “. A sugestão do ministro Eros Grau, do STF, é na verdade, uma crítica direta aos que julgam, influenciados pelas notícias veiculadas pela imprensa. O ministro classifica a imprensa como” o quarto poder do Estado, ao condicionar a opinião pública. Disse o Ministro: “As idéias dominantes são a expressão das opiniões dominantes e é assim que os tribunais decidem”, teria afirmado Eros Grau, que ainda disse entre outras coisas “A nossa imprensa tem sido incisiva a ponto de construir e destruir reputações com uma velocidade monumental”, declarou. E prosseguiu: “é um tipo de discurso norteado por esse imaginário social e não só pela estrita defesa de direitos, previstos na legislação.” (Grifos e negritos meus). Lamentavelmente, a lição ou recado que o Ministro Eros Grau deu ou mandou para a mídia e para a Magistratura, não chegaram nem à mídia e nem tão pouco a alguns de seus colegas do STF ou do TSE, como foi o caso do Ministro MARCO AURELIO MENDES DE FARIAS MELLO. Organizações Globo, jornal, revista, rádio e Tv, assim como outros jornais como Folha, Estadão e Revista VEJA, não deixam dúvidas de que são políticos -partidárias, um 4º Poder, como disse o Min. EROS GRAU e digo eu, UM QUARTO PARTIDO POLÍTICO.
Genro Filho, citado pelo Prof. Coelho ao tentar diluir o peso da subjetividade do jornalismo, misturando objetivo com subjetivo, criando um Sofisma Surrealista que nem mesmo o mais elementar estudo da Lógica, Ciência Jurídica ou mesmo Jornalística pode aceitar, tipo de coisa “que nem Freud poderia explicar.”
Com respeito ao tópico Manipulação, segundo Perseu Abramo, lamentavelmente este parece ser o objetivo principal da grande mídia, ou seja, Manipular. Destaco do texto: 1. Ocultação, mentira por omissão; 2.Fragmentação, meias verdades e meias mentiras, nunca se tendo uma notícia por inteiro;3.Inversão, que no mínimo é uma deturpação;e, por último 4. Indução, sempre presente na produção jornalística convencional da atualidade. Os exemplos do Prof. Coelho com diversas “manchetes” que destacou confirmam a manipulação analisando somente os pontos que abordei.
Sobre novas tecnologias e os limites da atividade jornalística, destaco que no meu entendimento, em pleno século XXI, a preservação da natureza jornalística no jornalismo tradicional ou convencional é pura balela e o que se salva é a nova tecnologia que flui pelo ciberespaço, não tendo dúvida de que a internet nos últimos 4 (quatro) anos foi a nossa salvação.
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Há uma hora
Um comentário:
Muito interessante as duas matérias que vc escreveu. O professor que é citado tb milita profissionalmente ou apenas dá aulas. Tenho uma pergunta:Os jornais distribuídos gratuitamente no Brasil seguem o mesmo padrão dos veiculados no exterior? Limitam-se bàsicamente a servir ao mercado de anunciantes ou apresentam algum conteúdo?
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