Tem que cumprir a pena.
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Milão e...
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Serra já era?Por: *Wagner Iglecias, especial para o Maria Frô31/08/2012As pesquisas de intenção de voto divulgadas nesta semana para a prefeitura de São Paulo trouxeram boas novidades para Celso Russomano (PRB), que parece ir se consolidando na liderança, e para Fernando Haddad, que vai crescendo à medida em que passa a ser mais conhecido do eleitorado e reconhecido como o candidato do PT. A José Serra, do PSDB, couberam péssimas notícias, de queda nas intenções de voto e de aumento vigoroso no índice de rejeição. Pergunta: como pode aquele que era considerado favorito na disputa, há algumas semanas, estar enfrentando este cenário, com chances de nem mesmo qualificar-se para o 2º turno?As razões devem ser muitas. Uma delas, óbvia, é o apoio de Gilberto Kassab e a imediata associação que o eleitor faz de Serra com uma gestão que é avaliada pela maioria dos paulistanos como bastante ruim. De fato há em São Paulo neste momento uma aspiração por mudança, ainda que vaga. E, talvez indo mais além, pode estar se gestando um sentimento, ainda meio difuso, de percepção de esgotamento de material, relativo não apenas a Kassab e a Serra, mas ao consórcio que domina a cidade há quase uma década e que se encontra no comando do estado há quase vinte anos.Mas a questão não é só essa. A questão é Serra, a forma como se relaciona com o meio político e a maneira como se apresenta à sociedade. Sobre o meio político é notória a quantidade de desafetos que colecionou. Em relação à forma como se apresenta a sociedade, lembremos que nos últimos dez anos Serra disputou simplesmente quatro das cinco eleições possíveis. Provavelmente seja um caso único num período tão curto de tempo. Foi candidato à presidência da república em 2002, à prefeitura de São Paulo em 2004, ao governo do estado em 2006 e novamente à presidência em 2010. E sempre com o velho mote da casinha pobre da Moóca, da banca de frutas do Mercado Municipal, do homem dos genéricos, do melhor ministro da saúde que este país já teve, do criador das escolas técnicas, do criador dos mutirões da saúde etc, etc, etc. Fez campanhas errantes – por vezes colocou-se claramente como o candidato anti-PT, como na eleição contra Marta Suplicy, em 2004. Por outras, tentou apresentar-se como o oposto disto. Quem não se lembra do ?Zé amigo do Lula?, ou do ?sai o Lula, entra o Zé?, de 2010? Por falar em 2010, carregou sua biografia e seu partido para geografias sociais e políticas relativamente ?exóticas? ao militante tucano mais tradicional, como quando aproximou-se de lideranças católicas conservadoras e pastores das mais variadas denominações evangélicas. Acabou com isto ou para isto levando para a campanha presidencial daquele ano uma agenda calcada em questões morais que fariam corar o antigo economista que um dia escreveu livros e artigos sobre a economia brasileira e sua inserção na ordem mundial.
Nesta eleição à prefeitura de São Paulo Serra enfrenta um desafio adicional: é um homem de 70 anos, o mais velho entre todos os candidatos. A foto da tentativa mal-sucedida de subir num simples skate virou piada nas redes sociais. A estréia no horário eleitoral na televisão, vestindo jogging, andando de bicicleta e empinando pipa também não convenceu. Assim como já tinha soado artificial sua aparição pública para assistir aos jogos do Brasil na Copa do Mundo de 2010 e soou o recente passeio de metrô às 13hs, entre duas estações situadas numa das mais nobres regiões da cidade. Até o jingle da campanha, baseado no ?tchu, tcha?, de claro apelo popular, não pegou como se esperava. Embora toque na novela, seu timing já foi e muita gente não aguenta mais ouvir a grudenta e repetitiva melodia.Tudo, ou quase tudo na campanha serrista soa pouco espontâneo. Sobretudo aos mais jovens, à garotada que vive online, uma geração para quem cargos, títulos ou autoridade já não convencem muito, e que só respeita mesmo duas coisas: autenticidade e bons argumentos. Não é a toa que, de acordo com o Datafolha desta semana, entre os jovens de 16 a 34 anos Serra conta com impressionantes 50% de rejeição. Tenho cá pra mim que se o recorte fosse entre os 16 e 24 anos, quando se é, efetivamente, jovem, este índice seria até maior.Passa por Serra e pelos homens de sua campanha, porém, o futuro da eleição paulistana. Os números que as pesquisas estão trazendo são dramáticos para o tucano, mas ainda há tempo de campanha e o jogo está aberto. Embora a situação seja bastante delicada para Serra, talvez estejam demonstrando muito açodamento os que, de forma até eufórica, já o consideram carta fora do baralho. O que resta ao tucano é inevitavelmente partir para o ataque. Para sobreviver, no entanto, em quem Serra baterá? Em Russomano, para disputar a vaga do pólo conservador no 2o. turno, a partir da premissa de que Haddad vai garantir a outra vaga com os votos do pólo progressista da cidade? Ou vai bater em Haddad, a partir da premissa que a vaga de Russomano no 2o. turno já está garantida? Passa por Serra, mais do que nunca, o que será desta eleição em São Paulo. Quem poderia, semanas atrás, dizer que de favorito Serra passaria à condição de fiel da balança?*Wagner Iglecias é doutor em Sociologia e professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.
O coronel da reserva Sebastião Curió, denunciado pelo Ministério Público Federal
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Reinaldo Canato/Folhapress | ||
O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, em missa celebrada pelo padre Marcelo Rossi |
- Se está provado nos autos um determinado fato, que deve levar a convicção da existência de outro fato, não é preciso indagar se a acusação fez ou não a comprovação do fato. Se esse fato está provado, a acusação não precisa fazer prova da existência de comportamento ilícito. O fato provado é o indício. Isso é importante por que no sistema processual, a eficácia dos indícios é a mesma das provas diretas e históricas representativas. Não existe nenhuma hierarquia entre as provas. [Fonte]
Por Kotscho em seu blog
30/08/12Foto: Paulo Liebert/AEDizem que brasileiro não tem memória, mas não parece ser esse o caso dos eleitores paulistanos. É justamente por não ter esquecido a falta de palavra de José Serra, ao abandonar o cargo de prefeito para o qual foi eleito em 2004, apenas 15 meses depois da posse, deixando Gilberto Kassab em seu lugar, que a cada pesquisa o candidato tucano mais se afunda nas pesquisas e vê subir os seus índices de rejeição.Sempre sonhando com postos mais altos, Serra achou muito pouco ser prefeito de São Paulo e agora colhe os resultados do seu desprezo pela cidade. Só isso pode explicar os números da pesquisa Datafolha divulgada na noite desta quarta-feira, que foi arrasadora para o eterno candidato do PSDB e da mídia grande.Foto: Daia Oliver/R7Na primeira semana de programas eleitorais na televisão, Serra caiu mais 5 pontos, batendo em 22%, agora 9 pontos atrás do líder Celso Russomanno, do PRB, que manteve os mesmos 31% da pesquisa anterior.Pior do que isso, o tucano viu subir mais 5 pontos o índice de eleitores que não votariam nele de jeito nenhum, chegando a 43% de rejeição, um recorde que só Paulo Maluf superou até hoje.O que fazer agora? “O crescimento da rejeição do eleitorado a José Serra levou aliados do tucano a cobrarem uma mudança na propaganda e a abordagem direta, no horário eleitoral, do abandono do cargo de prefeito em 2006″, informa Daniela Lima, na Folha.Como o comandante do Titanic, porém, o alto-comando da campanha de Serra não pensa em mudar a rota. O marqueteiro Luiz Gonzalez limitou-se a pedir calma aos passageiros da nau tucana em direção ao iceberg de 7 de outubro.Indiferente aos números da pesquisa, o coordenador-geral da campanha, Edson Aparecido, foi na mesma linha: “Essa não é uma disputa de 100 metros, é uma maratona. Vamos manter nossa estratégia, mostrar o Serra e o que ele propõe para a cidade”.Os adversários devem estar achando ótima a estratégia dos tucanos. Ao mesmo tempo em que Serra se afundava, Celso Russomanno, sem sair da sua confortável posição, viu o tucano se distanciar ainda mais e Fernando Haddad, do PT, finalmente conseguiu sair da barreira de um dígito, subindo seis pontos (de 8 para 14%).Foto: Filippo Cecílio/R7Como já era esperado, o competente programa do marqueteiro João Santana e o onipresente apoio de Lula fizeram Haddad entrar na luta por uma vaga no segundo turno, que Serra agora corre o risco de perder.Um segundo turno entre o petista e o candidato do PRB, deixando Serra de fora, era impensável no início da campanha. Basta lembrar que na última eleição presidencial o tucano teve 40% dos votos no primeiro turno em São Paulo.Quer dizer, como já escrevi aqui outras vezes, Serra está perdendo votos para ele mesmo. Os marqueteiros da equipe de Gonzalez podem bolar as mais mirabolantes promessas e os mais duros ataques aos adversários, mas nada funciona, porque as pessoas simplesmente não acreditam mais no que o candidato fala.O primeiro Datafolha pós-TV também derruba a previsão da maioria dos analistas de que o líder Celso Russomanno começaria a cair por ter menos tempo no horário eleitoral e pequena estrutura partidária. Ao contrário do que se anunciava, Fernando Haddad avançou sobre o eleitorado de Serra e não tirou votos de Russomanno.Outra lembrança dos paulistanos que pode explicar a derrocada de Serra, o maior fenômeno eleitoral negativo desta campanha, é a das baixarias do tucano na reta final da campanha presidencial de 2010, batendo em Dilma e Lula, justamente os dois políticos mais bem avaliados pela população.Para completar, Serra ainda teima em se apresentar ao lado do seu parceiro Gilberto Kassab, aprovado por apenas 24% da população paulistana e último colocado no ranking dos prefeitos, ao lado de João da Costa, do PT do Recife (ver nota abaixo).Fotos: Agência BrasilA reviravolta em RecifeDe todas as pesquisas divulgadas ontem pelo Datafolha, fora de São Paulo, a que mais surpreendeu e chamou a atenção dos analistas foi a de Recife.O estreante Geraldo Júlio, do PSB, candidato do governador Eduardo Campos, que saiu praticamente do zero dois meses atrás, disparou para 29%, agora empatado com Humberto Costa, do PT, candidato de Lula, que tinha 35% no levantamento anterior e caiu seis pontos.Eduardo e Lula, velhos aliados que romperam na formação da chapa da Frente Popular do Recife, cada um lançando seu candidato, são as grandes estrelas dos programas de TV.Pode ter sido uma grande surpresa para todo mundo, menos para mim e o fotógrafo Hélio Campos Mello, que passamos três dias em Recife semana passada fazendo uma reportagem para a revista Brasileiros.Dava para notar nas ruas, nos táxis, nos botecos, nas conversas com as pessoas e no ânimo dos candidatos e das militâncias que a cidade estava prestes a registrar uma reviravolta nas pesquisas, como acabou acontecendo (ver post publicado no sábado com o título “Aqui no Recife a campanha pegou no breu”).Como explicar esta guinada? Basta pegar dois números: o governador Eduardo Campos tem 90% de aprovação em Recife e o atual prefeito, João da Costa, do PT, apenas 24%, empatado com Gilberto Kassab como pior prefeito no ranking do Datafolha.
Por: *Wagner Iglecias, especial para o Maria Frô31/08/2012As pesquisas de intenção de voto divulgadas nesta semana para a prefeitura de São Paulo trouxeram boas novidades para Celso Russomano (PRB), que parece ir se consolidando na liderança, e para Fernando Haddad, que vai crescendo à medida em que passa a ser mais conhecido do eleitorado e reconhecido como o candidato do PT. A José Serra, do PSDB, couberam péssimas notícias, de queda nas intenções de voto e de aumento vigoroso no índice de rejeição. Pergunta: como pode aquele que era considerado favorito na disputa, há algumas semanas, estar enfrentando este cenário, com chances de nem mesmo qualificar-se para o 2º turno?As razões devem ser muitas. Uma delas, óbvia, é o apoio de Gilberto Kassab e a imediata associação que o eleitor faz de Serra com uma gestão que é avaliada pela maioria dos paulistanos como bastante ruim. De fato há em São Paulo neste momento uma aspiração por mudança, ainda que vaga. E, talvez indo mais além, pode estar se gestando um sentimento, ainda meio difuso, de percepção de esgotamento de material, relativo não apenas a Kassab e a Serra, mas ao consórcio que domina a cidade há quase uma década e que se encontra no comando do estado há quase vinte anos.Mas a questão não é só essa. A questão é Serra, a forma como se relaciona com o meio político e a maneira como se apresenta à sociedade. Sobre o meio político é notória a quantidade de desafetos que colecionou. Em relação à forma como se apresenta a sociedade, lembremos que nos últimos dez anos Serra disputou simplesmente quatro das cinco eleições possíveis. Provavelmente seja um caso único num período tão curto de tempo. Foi candidato à presidência da república em 2002, à prefeitura de São Paulo em 2004, ao governo do estado em 2006 e novamente à presidência em 2010. E sempre com o velho mote da casinha pobre da Moóca, da banca de frutas do Mercado Municipal, do homem dos genéricos, do melhor ministro da saúde que este país já teve, do criador das escolas técnicas, do criador dos mutirões da saúde etc, etc, etc. Fez campanhas errantes – por vezes colocou-se claramente como o candidato anti-PT, como na eleição contra Marta Suplicy, em 2004. Por outras, tentou apresentar-se como o oposto disto. Quem não se lembra do ?Zé amigo do Lula?, ou do ?sai o Lula, entra o Zé?, de 2010? Por falar em 2010, carregou sua biografia e seu partido para geografias sociais e políticas relativamente ?exóticas? ao militante tucano mais tradicional, como quando aproximou-se de lideranças católicas conservadoras e pastores das mais variadas denominações evangélicas. Acabou com isto ou para isto levando para a campanha presidencial daquele ano uma agenda calcada em questões morais que fariam corar o antigo economista que um dia escreveu livros e artigos sobre a economia brasileira e sua inserção na ordem mundial.Nesta eleição à prefeitura de São Paulo Serra enfrenta um desafio adicional: é um homem de 70 anos, o mais velho entre todos os candidatos. A foto da tentativa mal-sucedida de subir num simples skate virou piada nas redes sociais. A estréia no horário eleitoral na televisão, vestindo jogging, andando de bicicleta e empinando pipa também não convenceu. Assim como já tinha soado artificial sua aparição pública para assistir aos jogos do Brasil na Copa do Mundo de 2010 e soou o recente passeio de metrô às 13hs, entre duas estações situadas numa das mais nobres regiões da cidade. Até o jingle da campanha, baseado no ?tchu, tcha?, de claro apelo popular, não pegou como se esperava. Embora toque na novela, seu timing já foi e muita gente não aguenta mais ouvir a grudenta e repetitiva melodia.Tudo, ou quase tudo na campanha serrista soa pouco espontâneo. Sobretudo aos mais jovens, à garotada que vive online, uma geração para quem cargos, títulos ou autoridade já não convencem muito, e que só respeita mesmo duas coisas: autenticidade e bons argumentos. Não é a toa que, de acordo com o Datafolha desta semana, entre os jovens de 16 a 34 anos Serra conta com impressionantes 50% de rejeição. Tenho cá pra mim que se o recorte fosse entre os 16 e 24 anos, quando se é, efetivamente, jovem, este índice seria até maior.Passa por Serra e pelos homens de sua campanha, porém, o futuro da eleição paulistana. Os números que as pesquisas estão trazendo são dramáticos para o tucano, mas ainda há tempo de campanha e o jogo está aberto. Embora a situação seja bastante delicada para Serra, talvez estejam demonstrando muito açodamento os que, de forma até eufórica, já o consideram carta fora do baralho. O que resta ao tucano é inevitavelmente partir para o ataque. Para sobreviver, no entanto, em quem Serra baterá? Em Russomano, para disputar a vaga do pólo conservador no 2o. turno, a partir da premissa de que Haddad vai garantir a outra vaga com os votos do pólo progressista da cidade? Ou vai bater em Haddad, a partir da premissa que a vaga de Russomano no 2o. turno já está garantida? Passa por Serra, mais do que nunca, o que será desta eleição em São Paulo. Quem poderia, semanas atrás, dizer que de favorito Serra passaria à condição de fiel da balança?*Wagner Iglecias é doutor em Sociologia e professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.