Produtos estão na mira de 66% dos consumidores com renda familiar entre 1 e 3 salários, segundo o Data Popular
Itens com tecnologia 3D são os mais procurados pelas classes de maior renda, indicam redes de varejo de eletrônicos
Karime Xavier/Folhapress
Consumidor observa televisores expostos em loja na capital paulista; classes de maior poder aquisitivo pretendem comprar os com imagem em 3D
FOLHA SP
DE SÃO PAULO
Geladeiras, máquinas de lavar, fogões, celulares com dois chips e roupas são alguns dos produtos que os brasileiros de menor renda -que ingressaram para valer no mercado do consumo nos últimos anos- escolheram para presentear neste Natal.
De cada R$ 100 gastos em móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos neste ano, R$ 44 são de consumidores com renda de até três salários mínimos (R$ 1.530), estima o instituto Data Popular, especializado em baixa renda.
A classe D (renda familiar entre um e três mínimos) concentra hoje 59,5 milhões de pessoas. A massa de renda desses consumidores passou de R$ 146 bilhões em 2002 para R$ 381 bilhões em 2010.
“A classe D deve fechar o ano como a segunda classe social mais importante em poder de compra. Será protagonista neste Natal e exigirá cada vez mais didatismo das empresas que sonham com um mercado de R$ 381 bilhões”, diz Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto.
Oito em cada dez consumidores dessa faixa de renda pretendem comprar roupas com o dinheiro recebido do 13º salário, segundo pesquisa (de múltipla escolha) com 5.000 pessoas de todo o Brasil, feita durante o segundo semestre, pelo instituto.
Outros 66% têm intenção de gastar com fogão, com máquina de lavar e com geladeira, 36% com celular e 29% com computadores.
A Alshop (associação dos lojistas de shoppings) prevê aumento no gasto médio dos consumidores neste Natal, que, na avaliação dos comerciantes, deve ser o melhor dos últimos cinco anos.
“Se o consumidor gastou entre R$ 60 e R$ 100 no ano passado, deve gastar entre R$ 80 e R$ 110 neste. É o reflexo da maior renda e da estabilidade”, diz Luís Augusto Ildefonso da Silva, diretor da Alshop, que representa 96 mil lojistas de 725 shoppings.
NA ALTA RENDA
A Fast Shop prevê que os destaques de venda neste Natal serão os produtos com imagem em 3D – principalmente televisores acima de 40 polegadas e notebooks.
“São mais de 20 itens (câmeras digitais, TVs, videogames) com essa tecnologia à disposição dos consumidores. A tecnologia 3D é uma tendência que veio para ficar”, diz Luiz Pimentel, diretor de marketing da rede.
Leandro Cançado, diretor comercial da Fnac, aponta os produtos da Apple como os mais procurados. “O consumidor compara com os de outras marcas e vê que a diferença de preço, de 20% a 30%, compensa. É o caso dos notebooks.”(CLAUDIA ROLLI)
Vendas no comércio eletrônico devem crescer 40% neste Natal
DE SÃO PAULO
Com o avanço da banda larga e o ingresso de 4 milhões de e-consumidores neste ano, o varejo eletrônico espera que as vendas cresçam até 40% neste Natal.
Em 2009, o número de consumidores on-line foi de 17 milhões. Neste ano já são 23 milhões, segundo Manuel Matos, presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net).
O faturamento das vendas on-line deve fechar 2010 em R$ 15 bilhões.
Um dos motivos que impulsionam o comércio eletrônico são os sites de compras coletivas, com promoções frequentes.
“Os descontos on-line caíram no gosto dos brasileiros”, afirma Matos.
O gasto médio dos e-consumidores nas compras deste ano deve variar de R$ 320 a R$ 370. No ano passado, foi de R$ 320 a R$ 346.
Levantamento feito pelo Provar (Programa de Administração de Varejo) da FIA (Fundação Instituto de Administração) com os maiores sites de vendas do varejo mostra que a queda de preços de até 45% em alguns produtos eletrônicos e eletrodomésticos (nove categorias pesquisadas) também incentiva as compras on-line.
“Com a distribuição de renda que tem ocorrido nos últimos anos, os consumidores procuram produtos que aliam preços atraentes a itens com tecnologia mais avançada”, afirma o professor Claudio Felisoni, coordenador do Provar.(CR)
Comentários Tags: Comercio, consumo, eletrodomésticos, Renda, varejo
Do Blog do Favre.
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