sábado, 17 de junho de 2017

Filmes: "Machuca" - TRÁGICO E DOLOROSO

Filmes: "Machuca"

TRÁGICO E DOLOROSO

Assista este filme para entender porque, afinal, ninguém tem coragem de se assumir como sendo de “direita” na América Latina...

- por André Lux, crítico-spam

Você já se perguntou por que ninguém tem coragem de admitir que seja de “direita” na América do Sul? Assista “Machuca” e vai saber a resposta. Este filme chileno do diretor Andrés Wood se passa durante os últimos meses do governo socialista de Salvador Allende, quando o padre que dirige uma escola para crianças da classe média alta implanta uma política do governo que reserva vagas para alunos oriundos das classes pobres.

Um desses meninos é justamente o Machuca do título, que acaba ficando amigo de Gonzalo, um filho das “elites” e provável alter-ego do próprio cineasta (o filme termina com uma frase em homenagem a um padre real, que obviamente deve ter semelhanças com o personagem de "Machuca").

A amizade dos dois representa o abismo que existe entre as classes sociais, o qual fica escancarado quando um vai visitar a casa do outro. Gonzalo, que mora numa bela residência, tem um pai boa praça, porém ausente e alienado, enquanto sua mãe é a personificação da “dondoca” suburbana fútil e louca por dinheiro (ao ponto de ser amante de um político rico do qual recebe vários “presentes” chiques). A irmã do menino namora uma boçal violento e agressivo que faz parte do “Comando de Caça a Comunistas” chileno.

Já Machuca mora numa favela com a mãe, a irmã e um tio. Seu pai é um bêbado que aparece só para arrancar dinheiro da mãe e dar porrada nos filhos. Só por curiosidade, li um profissional da opinião dizendo que o filme “falha” ao mostrar a pobreza de forma idílica! Concordo com ele, afinal quem é que não sonha em morar num barraco feito de tábuas e lonas enquanto recebe uns sopapos do pai bêbado e cafetão dia sim, dia não?

Enfim, dessa improvável amizade acompanhamos os dois meninos passando por várias situações que servem para reforçar o caos político promovido pelos golpistas que se abatia sobre o país. O tio de Machuca ganha a vida vendendo bandeiras dos partidos de direita e de esquerda nas várias passeatas contra e a favor do governo. E leva os garotos juntos, que ignorantes do que se passava, saiam alegremente repetindo os jargões dos manifestantes, seja de qual tendência eram representantes.

Mas as coisas começam a mudar para Gonzalo quando encontra o namorado truculento da irmã e a própria mãe numa das passeatas, durante a qual a irmã de Machuca é humilhada e agredida por fazer parte da “ralé”. Em outra cena emblemática e muito triste, os pais da high society protestam numa reunião do colégio contra a presença das crianças pobres que, nas palavras deles, não devem se misturar com seus filhos. Uma das mães pobres faz então um tocante discurso sobre a trágica história de toda sua família, só para ser acusada por uma dondoca de “ressentida, rancorosa, volte para o lugar de onde veio!”.

Não quero revelar mais da trama, mas basta dizer que o filme segue o ritmo dos golpistas até a sangrenta derrubada do governo socialista pelos milicos do general Pinochet, que lançaram sobre o Chile a mais brutal e selvagem ditadura da América Latina. Ditadura que foi notável também por ter sido o primeiro regime a implantar - sobre o cadáver de milhares de cidadãos que ousaram lutar por um mundo mais justo e menos desigual - a nefasta ideologia neoliberal, que hoje colocou o mundo de joelhos.

Nem preciso dizer que o final de “Machuca” será terrivelmente trágico e doloroso. E basta assisti-lo para entender porque, afinal, ninguém tem coragem de se assumir como sendo de “direita” por essas bandas...

Cotação: * * * *

Reações: 
Nenhum comentário: Links para esta postagem

12 comentários:

Apelido disponível: Sala Fério disse...

Por coincidência, entrevistei por e-mail o diretor do filme, o chileno Andres Wood. Segue o link para quem quiser ler >>>
https://salafehrio.blogspot.com.br/2012/11/entrevista-com-andres-wood-diretor.html

abraço!

My Site disse...

This excellent website definitely has all the information
needed about this subject and didn’t know who to ask.
토토사이트
경마사이트

SAFE SITES18 disse...

It’s really a great and helpful piece of information. 사설토토

SAFE SITES18 disse...

I enjoy what you guys tend to be up too. Such clever work and reporting! 파워볼게임

oncasinositenet disse...

Excellent Post as always and you have a great post and i like it thank you for sharing.Feel free to visit my website; 바카라사이트

SAFE SITES18 disse...

This is my first time i visit here. I found so many entertaining stuff in your blog, especially its discussion. 바카라사이트

SAFE SITES18 disse...

I am genuinely happy to glance at this blog posts which contains plenty of valuable information, thanks for providing such information. 바카라사이트

SAFE SITES18 disse...

I’m going to read this. I’ll be sure to come back. thanks for sharing. 바둑이게임

casinositeone.JDS disse...


Awesome dispatch! I am indeed getting apt to over this info, is truly neighborly my buddy. 바카라사이트

Anton Dcruze disse...

Hi,
It is really a great post by you. I found this so interesting. Keep it up and keep sharing such posts.
Are you also not able to give sufficient time to your studies as you you have to make lengthy assignments? Don’t take the stress and take the help of assignment experts in your college assignment or assessment and attain good grades. Every year many students go abroad like Australia, Canada, Brisbane, Melbourne, etc. to do their masters where they have to make assignments. Therefore, they seek assignment help Melbourne. Many different subjects where students mostly seek online assignment help are chcece018 assessment answers Help, Management Assignment Help, bsbdiv501 assessment answers, etc.

Jeremy M. Womack disse...

sbnation
demilked
free-ebooks
fheylink
hypothes
organesh

ADMIN disse...

Web3 Community Platform Console Launches Beta to Fix 'Broken' Social Networks The decentralized, privacy-forward startup hopes to address the challenges Web3 communities face on other social networks like spam, bots and reckless crypto shilling. As Elon Musk's Twitter takeover continues to embattle the social platform, many crypto enthusiasts that initially found a home there are looking for an alternative space to grow their community. Enter Console, a blockchain-based messaging platform that hopes to fix some of the issues that plague other social platforms like spam and misinformation and bring privacy and data ownership centerstage.
Founded by serial entrepreneurs David Leiberman and Chris Castiglione, the platform opened for beta testing on Thursday, calling itself the "evolution of group chat" by integrating Web3 tools that allow for greater collaboration between builders and communities.
"Today social platforms are broken,” said Castiglione. “Console puts the power back into the hands of communities. Users control their identity, and communities can leverage this trust to improve coordination and engagement."
Specifically, the platform addresses issues with other social networks like "spam, bots, and sock puppets" by offering features like identity verification through web wallet login and Ethereum Name Service (ENS) domains. In addition, Console offers tools that support voting, threaded messages, events, bounties and treasury to help budding crypto communities scale their efforts.
"Web3 transforms the internet into powerful, interconnected and composable Lego, and Console is the base layer for assembling communities," said Castiglione.
According to the company, over 400 artists, non-fungible token (NFT) holders, creators and musicians have already been onboarded onto the platform. Trevor Owens, founder of Crash Punks and Console user, described the platform as "Discord built from the ground up for Web3 communities."
Read more: How to Find Your Community in Web3
The open-source platform calls itself "progressively decentralized, secure-by-design and community-owned." The beta launch is the first stage of the ConsoleDAO, the organization behind the platform aimed at "influencing, contributing to, and sharing in Console’s future growth."
"We see Web3 as a movement that returns the internet back to its roots – to build apps that return the power back to the people," Castiglione said. "I believe that if we’re going to build a more democratic, free internet, then we need to build it on a foundation of tools that respect those values.