Um amigo de meu avô uma vez me contou que, quando a rainha Elizabeth veio ao Rio de Janeiro, mandaram instalar outdoors na Avenida Brasil, trajeto que a monarca inglesa faria do aeroporto à Zona Sul para esconder as favelas. Lembrei-me da cena ao ler o discurso da Presidenta Dilma Rousseff hoje, ao lançar o programa “Brasil sem Miséria”, dizer que a iniciativa também visa “afirmar a todos que a miséria ainda existe no país”.
“Este talvez seja o grande mérito do plano: trazer para todos os governos o compromisso, o objetivo de lutar a cada dia para que o Brasil não tenha mais miséria”.
“Dela [da miséria] não podemos nos esquecer um só minuto. Devemos fazer todo esforço para superá-la. A luta contra a miséria é antes de tudo dever do Estado, mas uma tarefa de todos os brasileiros e brasileiras deste país.”
Foi muito boa a sua referência à “auto-absolvição” de nossas elites, que procuraram atribuir ao povo o fracasso do país que, quase todo o tempo, elas p´roprias dirigiram:
“Nossos pobres já foram acusados de tudo, inclusive de serem responsáveis pela própria pobreza. Já disseram que, se nós lhes déssemos Bolsa Família, eles se conformariam com a pobreza.”
Mas, ressalva ela, “seria terrivelmente injusto não mencionar que houve brasileiros brilhantes, destemidos e corajosos que remaram contra essa maré de insensibilidade e indiferença”.
Segundo Dilma, foram necessários quatro séculos para que o combate à pobreza se convertesse numa política prioritária do governo, com Lula na Presidência.
“A ascensão social desses milhões de brasileiros diminuiu a desigualdade, sem sombra de dúvida, mas também ampliou o nosso mercado interno, tornou o nosso país mais sustentável, e acelerou nosso desenvolvimento econômico. E provou também que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza”
Posto aí em cima um trecho do discurso da Presidenta, cuja íntegra, de 36 minutos, pode ser assistida aqui.
Do Blog TIJOLAÇO.COM
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