quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Prévias em São Paulo: "O Serra entrou e o PSDB rachou", diz dirigente


Em reunião temperada por clima tenso e bate-bocas, direção municipal do partido decide aceitar inscrição do ex-governador depois do prazo legal e adia votação por três semanas
Raoni Scandiuzzi, Rede Brasil Atual
Por 10 votos a 8, a Executiva municipal do PSDB decidiu na noite de hoje (28) adiar as prévias para escolher o candidato do partido nas eleições municipais de São Paulo. A disputa interna será no dia 25 de março, três semanas depois da data marcada originalmente (4).  O clima pesou e tucanos saíram insatisfeitos: “A reunião foi tensa, com manobras externas, de fora da Executiva, manobras do Serra e da turma que o acompanha”, disse João Câmara, vice-presidente do PSDB na capital.
O presidente do partido, Julio Semeghini, não concordou com outra frase de Câmara, afirmando que "o Serra entrou e o PSDB rachou". Semeghini preferiu dar ênfase ao debate. “Eu acho que não é isso, também houve um esforço muito grande para se alcançar outra data”, disse Semeghini.
Membro da Executiva municipal, o pré-candidato Ricardo Tripoli foi voto vencido na reunião, que durou três horas. "Estava caminhando para se fazer as prévias no dia 11, alguns celulares tocaram e o pessoal resolveu mudar para o dia 25”, disse Tripoli, sem revelar quem havia telefonado para influenciar no resultado do debate acalorado. O outro pré-candidato, o secretário estadual José Aníbal, não tem direito a voto na executiva – ele saiu no meio da reunião sem falar com a imprensa.
Outro dirigente tucano expôs insatisfação. “Não é verdade que o nome do Serra una o partido, o que une o partido é o processo das prévias. O Serra sabia que era candidato a três ou quatro meses, não é verdade que ele decidiu agora”, esbravejou. Houve muito bate-boca entre os contidos e os alterados no pós-reunião.
João Câmara, que defendia a manutenção das prévias no dia 4, afirmou ainda que o debate na reunião não foi nada democrático. “Imagina como foi o estafe para fazer uma pressão nesse processo vergonhoso, mudar uma data. Eu não comungo com isso porque eu não sou pau mandado de ninguém”, disparou.
Com o prolongamento da disputa interna, Serra terá mais tempo para convencer os correligionários de que é a melhor opção para o partido. Não foram marcados novos debates entre os pré-candidatos.”

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