Mensalão tucano: 2º réu é beneficiado pela prescrição
- Em nota, Eduardo Azeredo nega que esquema tenha sido usado em sua campanha
Ezequiel Fagundes e Carolina Brígido
BELO HORIZONTE E BRASÍLIA — Depois do ex-ministro Walfrido Mares Guia (PSB-MG),
o ex-tesoureiro da campanha de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) Cláudio Mourão
será o segundo beneficiado pela morosidade na tramitação do processo do
mensalão tucano de Minas envolvendo os réus que não possuem foro
privilegiado. Assim como Walfrido, que se livrou do processo em janeiro,
Mourão terá as acusações de peculato e formação de quadrilha prescritas
em abril próximo, quando completará 70 anos.
O processo investiga os desvios de dinheiro público para financiar a campanha pela reeleição de Azeredo (hoje deputado federal) ao governo de Minas, em 1998. A exclusão de Mourão é praticamente dada como certa, já que a juíza do processo, Neide Martins, da 9ª Vara Criminal de BH, ainda precisa ouvir dez testemunhas de defesa.
Faltam três testemunhas arroladas pelo réu Renato Caporali Cordeiro, ex-diretor da estatal Comig, atual Codemig, e outras sete de José Afonso Bicalho, ex-presidente do extinto banco Bemge. Só depois disso começa a fase de interrogatório dos réus, sem data para começar.
Confirmada a segunda prescrição, vão restar oito réus no mensalão mineiro, entre eles Azeredo e os mesmos integrantes do núcleo financeiro do mensalão petista, o lobista Marcos Valério e seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz. Segundo o Ministério Público, o mensalão mineiro foi a origem, o laboratório do mensalão federal, como assinalou o então procurador-geral da República, Antonio Fernando, na época da denúncia, em 2007.
O advogado de Mourão, Antônio Velloso Neto, disse nesta quarta-feira que seu cliente queria ser julgado. O defensor, ironicamente, culpou o Estado pela demora:
— Cláudio queria ser julgado e absolvido. Ocorrendo a prescrição, será por culpa da inoperância do Estado.
Hoje, a procuradoria-geral da República apresenta alegações finais no processo que corre no STF contra Azeredo. Em nota, Azeredo insistiu na versão de que o mensalão mineiro não existiu. Argumenta que o termo pressupõe pagamento regular a parlamentares para obter apoio em votações. Ele afirmou que as questões financeiras da campanha não estavam sob sua responsabilidade. Azeredo é defendido pelo advogado José Gerardo Grossi, o mesmo que ofereceu emprego ao ex-ministro José Dirceu, condenado no mensalão federal. O advogado disse não haver problema em atender um tucano e um petista. Ele lembrou que já defendeu causas “de praticamente todos os partidos”.
Segundo as investigações, o esquema é o mesmo engendrado depois por Valério no mensalão do PT. Eram feitos empréstimos fictícios no Banco Rural, e o dinheiro era utilizado na campanha. Azeredo nega: “Nenhum dirigente do PSDB — ou o próprio Azeredo — assinou empréstimos. Os que foram feitos pela SMP&B no Banco Rural não foram operações fictícias e foram pagos”.
O processo investiga os desvios de dinheiro público para financiar a campanha pela reeleição de Azeredo (hoje deputado federal) ao governo de Minas, em 1998. A exclusão de Mourão é praticamente dada como certa, já que a juíza do processo, Neide Martins, da 9ª Vara Criminal de BH, ainda precisa ouvir dez testemunhas de defesa.
Faltam três testemunhas arroladas pelo réu Renato Caporali Cordeiro, ex-diretor da estatal Comig, atual Codemig, e outras sete de José Afonso Bicalho, ex-presidente do extinto banco Bemge. Só depois disso começa a fase de interrogatório dos réus, sem data para começar.
Confirmada a segunda prescrição, vão restar oito réus no mensalão mineiro, entre eles Azeredo e os mesmos integrantes do núcleo financeiro do mensalão petista, o lobista Marcos Valério e seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz. Segundo o Ministério Público, o mensalão mineiro foi a origem, o laboratório do mensalão federal, como assinalou o então procurador-geral da República, Antonio Fernando, na época da denúncia, em 2007.
O advogado de Mourão, Antônio Velloso Neto, disse nesta quarta-feira que seu cliente queria ser julgado. O defensor, ironicamente, culpou o Estado pela demora:
— Cláudio queria ser julgado e absolvido. Ocorrendo a prescrição, será por culpa da inoperância do Estado.
Hoje, a procuradoria-geral da República apresenta alegações finais no processo que corre no STF contra Azeredo. Em nota, Azeredo insistiu na versão de que o mensalão mineiro não existiu. Argumenta que o termo pressupõe pagamento regular a parlamentares para obter apoio em votações. Ele afirmou que as questões financeiras da campanha não estavam sob sua responsabilidade. Azeredo é defendido pelo advogado José Gerardo Grossi, o mesmo que ofereceu emprego ao ex-ministro José Dirceu, condenado no mensalão federal. O advogado disse não haver problema em atender um tucano e um petista. Ele lembrou que já defendeu causas “de praticamente todos os partidos”.
Segundo as investigações, o esquema é o mesmo engendrado depois por Valério no mensalão do PT. Eram feitos empréstimos fictícios no Banco Rural, e o dinheiro era utilizado na campanha. Azeredo nega: “Nenhum dirigente do PSDB — ou o próprio Azeredo — assinou empréstimos. Os que foram feitos pela SMP&B no Banco Rural não foram operações fictícias e foram pagos”.
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