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Saraiva
OEA readmite Cuba no grupo, após 47 anos de expulsão
OEA readmite Cuba no grupo, após 47 anos de expulsão
Do UOL Notícias
A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou por consenso nesta quarta-feira a readmissão de Cuba no grupo, revogando a expulsão da ilha comunista realizada em 1962 por pressão dos Estados Unidos, no cenário da Guerra Fria.
Os chanceleres do grupo de trabalho instituído para debater a questão cubana apresentaram a proposta de readmitir Cuba na OEA à chanceler hondurenha, Patrícia Rodas, que preside a 39ª Assembleia Geral da organização. Em seguida, a proposta foi ratificada por aclamação pelos países presentes. O ministro das Relações Exteriores do Equador, Fander Falconí, comemorou a decisão adotada hoje. "Já foi aprovada neste momento por todos os chanceleres, por consenso. Essa é uma notícia muito boa, reflete a mudança de época que se está vivendo na América Latina", disse Falconí.O ministro equatoriano disse que se chegou "a um consenso sobre um texto que não impõe condições" para a reincorporação de Havana."Muitos de nós não tinham nascido naquele momento [em que a expulsão foi decidida] e o que esta geração está fazendo é basicamente emendar a história, e aqui temos um desafio de construir uma história diferente", acrescentou.Sem Hillary ClintonA decisão foi alcançada hoje depois de, na véspera, chanceleres do grupo de trabalho terem permanecido em reunião por mais de seis horas, sem se chegar a acordo. Enquanto diversos países pressionavam para uma readmissão incondicional, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, defendia a inclusão da ilha mediante um compromisso cubano por reformas democráticas e maior respeito aos direitos humanos.Hillary Clinton, no entanto, deixou Honduras antes do voto final, anunciando que a organização não tinha conseguido alcançar um consenso sobre a questão. As reuniões tomaram tanto tempo que ela não teria tido tempo sequer para uma ler sua declaração, preparada antecipadamente, antes de embarcar para o Egito para se encontrar com Barack Obama. A decisão de hoje estabelece um mecanismo para que Cuba seja reincorporada caso manifeste vontade, explicou um diplomata entrevistado pela agência AP. Contudo, Hava já declarou em repetidas ocasiões não ter interesse em retornar ao que chama de "instrumento dos Estados Unidos".O ex-presidente cubano Fidel Castro escreveu no jornal oficial cubano de hoje que a OEA não deveria existir e que "abriu as portas ao cavalo de troia [dos Estados]", cujo objetivo seria destruir a América Latina.Os Estados Unidos conseguiram a expulsão de Cuba da OEA em 1962, em um momento no qual Havana se aproximava do bloco socialista soviético. Contudo, nos últimos anos, todos os governos americanos restabeleceram contato com a ilha, com exceção de Washington.O status de membro garante voz em discussões de diversos acordos regionais mediados pela OEA, que também é responsável por políticas de saúde e defesa dos direitos humanos no continente. Nos últimos anos, governos de esquerda da América Latina defenderam a formação de um grupo regional alternativo à OEA, sem a presença dos EUA, por considerarem que este país é uma força heterogênea dentro da América, com interesses e preocupações diferentes dos demais países, ditos latinos.Por sua vez, a administração de Obama espera que as recentes aberturas concedidas a Cuba possam amenizar os ressentimentos com relação à longa política de isolamento da Havana promovida por Washington.Em uma coletiva de imprensa, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, deixou claro que a aproximação de Obama ainda não é o bastante para superar as décadas de políticas conservadoras com os demais países do continente. "O presidente mudou, mas a política norte-americana não", declarou o líder sandinista. *Com informações da AP e da EFE
A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou por consenso nesta quarta-feira a readmissão de Cuba no grupo, revogando a expulsão da ilha comunista realizada em 1962 por pressão dos Estados Unidos, no cenário da Guerra Fria.
Os chanceleres do grupo de trabalho instituído para debater a questão cubana apresentaram a proposta de readmitir Cuba na OEA à chanceler hondurenha, Patrícia Rodas, que preside a 39ª Assembleia Geral da organização. Em seguida, a proposta foi ratificada por aclamação pelos países presentes. O ministro das Relações Exteriores do Equador, Fander Falconí, comemorou a decisão adotada hoje. "Já foi aprovada neste momento por todos os chanceleres, por consenso. Essa é uma notícia muito boa, reflete a mudança de época que se está vivendo na América Latina", disse Falconí.O ministro equatoriano disse que se chegou "a um consenso sobre um texto que não impõe condições" para a reincorporação de Havana."Muitos de nós não tinham nascido naquele momento [em que a expulsão foi decidida] e o que esta geração está fazendo é basicamente emendar a história, e aqui temos um desafio de construir uma história diferente", acrescentou.Sem Hillary ClintonA decisão foi alcançada hoje depois de, na véspera, chanceleres do grupo de trabalho terem permanecido em reunião por mais de seis horas, sem se chegar a acordo. Enquanto diversos países pressionavam para uma readmissão incondicional, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, defendia a inclusão da ilha mediante um compromisso cubano por reformas democráticas e maior respeito aos direitos humanos.Hillary Clinton, no entanto, deixou Honduras antes do voto final, anunciando que a organização não tinha conseguido alcançar um consenso sobre a questão. As reuniões tomaram tanto tempo que ela não teria tido tempo sequer para uma ler sua declaração, preparada antecipadamente, antes de embarcar para o Egito para se encontrar com Barack Obama. A decisão de hoje estabelece um mecanismo para que Cuba seja reincorporada caso manifeste vontade, explicou um diplomata entrevistado pela agência AP. Contudo, Hava já declarou em repetidas ocasiões não ter interesse em retornar ao que chama de "instrumento dos Estados Unidos".O ex-presidente cubano Fidel Castro escreveu no jornal oficial cubano de hoje que a OEA não deveria existir e que "abriu as portas ao cavalo de troia [dos Estados]", cujo objetivo seria destruir a América Latina.Os Estados Unidos conseguiram a expulsão de Cuba da OEA em 1962, em um momento no qual Havana se aproximava do bloco socialista soviético. Contudo, nos últimos anos, todos os governos americanos restabeleceram contato com a ilha, com exceção de Washington.O status de membro garante voz em discussões de diversos acordos regionais mediados pela OEA, que também é responsável por políticas de saúde e defesa dos direitos humanos no continente. Nos últimos anos, governos de esquerda da América Latina defenderam a formação de um grupo regional alternativo à OEA, sem a presença dos EUA, por considerarem que este país é uma força heterogênea dentro da América, com interesses e preocupações diferentes dos demais países, ditos latinos.Por sua vez, a administração de Obama espera que as recentes aberturas concedidas a Cuba possam amenizar os ressentimentos com relação à longa política de isolamento da Havana promovida por Washington.Em uma coletiva de imprensa, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, deixou claro que a aproximação de Obama ainda não é o bastante para superar as décadas de políticas conservadoras com os demais países do continente. "O presidente mudou, mas a política norte-americana não", declarou o líder sandinista. *Com informações da AP e da EFE
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