domingo, 17 de outubro de 2010

Arcebispo do Rio proíbe panfletos, critica propaganda nas missas e recomenda imparcialidade

O arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, disse que não vai tolerar a propaganda política dentro das igrejas. Depois de celebrar missa para cerca de 3 mil fiéis na Catedral Metropolitana, no Centro do Rio, Dom Orani exortou os católicos a terem cautela com as “coisas que não são da Igreja”. O objetivo é evitar uma ‘guerra santa’, gerada pelo clima político das eleições para a Presidência da República.

Ao ser informado de que três bispos de São Paulo teriam assinado documento pedindo a fiéis que não votassem em candidatos que são a favor do aborto, conforme divulgado ontem no ‘Informe do DIA’, Dom Orani afirmou que não vai permitir a manifestação. O documento, com duras críticas ao PT, seria replicado em cinco milhões de cópias e estava previsto para ser entregue hoje nas igrejas do Rio, junto com o roteiro das missas. “A Igreja Católica do estado do Rio também tem sua própria nota e desconhece o conteúdo do panfleto paulista”, disse dom Urani.

“A Regional Leste 1 (setor a que pertence à Arquidiocese do Rio) tem sua própria nota e na segunda-feira (amanhã) vai divulgar uma outra. Acho que São Paulo tem todo o direito de divulgar sua nota, mas não nas missas. Nem as nossas notas podem ser distribuídas nas missas. Isso está muito claro”, afirmou o arcebispo.

O arcebispo afirmou que a Igreja não permite a propaganda política dentro dos templos e recomendou cautela aos fiéis. “Tomem cuidado com o que sai (nos jornais) sobre eleições e a Igreja Católica, que o arcebispo disse isso, que o arcebispo autorizou, sobre coisas que não são da Igreja. Qualquer dúvida, procurem saber se é verdade com o vigário episcopal”, aconselhou o arcebispo.

Em sua página na Internet (www.arquidiocese.org.br), no link “Orientações para o eleitor no segundo turno”, a Arquidiocese recomenda aos católicos “imparcialidade e incentivo ao voto”. A nota diz que em diversos encontros com representantes e lideranças de partidos políticos, Dom Orani Tempesta tem reforçado a posição da Igreja Católica. “A Igreja incentiva a participação política de todos os fiéis e se preocupa em oferecer critérios para que possam escolher seus candidatos, de forma livre e consciente, em conformidade com a doutrina social da Igreja”, diz a nota.

O texto ressalta que religiosos ou qualquer outro membro da Igreja Católica estão desautorizados de pedir votos para quem quer que seja: “A Arquidiocese recorda a importância da escolha individual, que deve ser feita por cada fiel cristão”, diz o texto. (Do jornal O Dia)

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