domingo, 10 de outubro de 2010

Em maternidade, Dilma atribui a PSDB polêmica sobre aborto








Domingo, 10 de outubro de 2010

Fábio Góis
Em visita a uma maternidade de São Paulo, a presidenciável petista Dilma Rousseff insinuou neste sábado (9) que a campanha de seu adversário, o tucano José Serra, foi responsável pelos boatos sobre aborto que dominam o início da corrida ao segundo turno. A ex-ministra da Casa Civil lamentou que a consecução da disputa, findo o primeiro turno, tenha o noticiário pautado por questões religiosas.

“Antes havia dez candidatos, você não sabia de onde vinham [os boatos]. Daqui para frente tem dois. Se continuar essa rede de boatos e intrigas, só pode vir do meu adversário”, disse Dilma, fazendo confusão com o número de candidatos que disputaram o primeiro turno – foram nove.

As declarações foram feitas depois da visita de cerca de uma hora que Dilma fez ao Amparo Maternal, entidade administrada por religiosos que serve de lar para adolescentes grávidas. O atendimento é oferecido gratuitamente a comunidades carentes custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A imprensa não pôde acompanhar a visita no interior do alojamento social. Ao deixar o local, Dilma estava com os olhos molhados por lágrimas. A ex-ministra defendeu a liberdade de religião e apontou a contradição da pauta em um país conhecido pela pluralidade de credos, internacionalmente reconhecido pela tolerância religiosa.

“Somos um país que nunca teve de fato conflito religioso. Querem criar contradição onde não tem e criar um clima de divisão no país. Eu considero que não honra a nossa democracia a tentativa de construir essa eleição em cima de divergências religiosas”, emendo a petista, enfatizando que respeita o caráter laico (sem tendências religiosas) do Estado.

Dilma voltou a dizer que é contra o aborto e que não enviaria ao Congresso qualquer projeto para alterar a legislação vigente. Ela disse ainda que, uma vez eleita, buscaria ampliar os lares de atendimento como o visitado hoje, e chamou de “hipocrisia” a atitude de quem ignora que os casos de aborto são, em grande parte, praticados por jovens carentes e sem instrução, por falta de assistência.

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