- Publicado em 20/10/2010
Saiu na primeira pág. da Folha (*):
“PF liga quebra de sigilo fiscal de tucano à pré-campanha de Dilma”.
(Até explicar isso ao pessoal lá de Marechal (**), vai ser difícil …)
“Despachante diz (êpa ! – PHA) que intermediou compra para jornalista (Amaury Ribeiro – PHA) que atuou (êpa !) na equipe de inteligência (sic).”
Segundo a Folha (*), Amaury teria pago R$ 12 mil a um Dirceu Garcia para abrir o sigilo fiscal da filha do Serra (aquela que abriu, com a irmã de Dantas, 30 milhões de sigilos fiscais), do genro do Serra e de outros notáveis cardeais do panteão tucano: Ricardo Sergio de Oliveira , Luiz Carlos Mendonça de Barros, e Eduardo Jorge.
Segundo a Folha (*), “ontem, a advogada de EJ foi à Superintendência da PF em Brasília para obter novas informações e cópias de depoimentos do inquérito”.
Eduardo Jorge é o assessor especial que ligava para o Juiz Lalau do gabinete do presidente Fernando Henrique Cardoso, com frequência superior à da mulher do Lalau.
Luiz Carlos Mendonça de Barros foi o Ministro das Comunicações que fez a privatização do Fernando Henrique.
E Fernando Henrique o demitiu sumariamente, depois que a Carta Capital revelou o teor das fitas que revelam o caráter edificante da privatização.
E Ricardo Sergio de Oliveira foi chefe de “finanças” das campanhas de Serra e de Fernando Henrique – uma espécie de precursor do Paulo Preto – e autor daquela memorável frase dita ao Mendonção: “Se isso der m… estamos todos no mesmo barco”.
Foi, digamos assim, o momento “Péricles de Atenas” do Governo do Farol de Alexandria.
Agora, à manchete da Folha (*).
A manchete vem em letras bem grandes, E N O R M E S !
Como se dissesse assim: Gonzalez, olha aí, prontinha para você usar no horário eleitoral do Serra.
Letras tão grandes que parecem maiores que o próprio logotipo do jornal.
Infinitamente maiores, por exemplo, do que as letras que encimaram a reportagem de Monica Bergamo, que comprovou o aborto de D Monica Serra, no Chile (e que o jornal nacional ontem solenemente ignorou).
Letras infinitamente menores do que a noticia na própria primeira pagina da Folha.
A Folha fez as contas das “promessas que são anúncios” do Serra: salário mínimo, décimo terceiro do Bolsa Família, aumento para os aposentados, construir um cano que vai de Sergipe ao Ceará, duas professoras em cada sala de aula, o Muro Contra a Cocaína que vai do Uruguai à Venezuela …
E a Folha (*) descobriu o óbvio: que os “anúncios” do Serra estourariam o orçamento dos BRICs, combinados.
Ele, o Serra, disse à urubologa Miriam Leitão, na CBN, e ontem ao Casal 45: sou economista- o que não é -, fiz as contas e sei que dá para pagar.
Não dá.
Mas, isso fica pequenininho diante da manchete do Amaury.
Vamos ao livro do Amaury.
Antes de mais nada, vamos ler o prefácio do livro do Amaury, aqui neste ordinário blog publicado: “Este é o livro que aloprou o Serra”
Primeiro, a fonte da Folha (*) é a advogada do Eduardo Jorge.
A Folha (*) deve estar tão desesperada para ajudar o Serra, que pegou os dados da advogada do Eduardo Jorge e não ouviu mais ninguém.
Saiu correndo: parem as máquinas !
Não deu nem um telefoneminha ao Luiz Fernando Corrêa (por falar nisso, Dr Corrêa: já prendeu o Protógenes ? Achou o áudio do grampo ?).
Se a Folha não se bastasse com o depoimento insuspeito, desinteressado da advogada do EJ, poderia ouvir também a advogada do Amaury.
O Conversa Afiada sempre desconfiou que os vazamentos da tal crise do “sigilo fiscal” têm a ver com o fato de a Justiça conceder ao EJ (e à sua advogada, portanto) o direito de esmiuçar o processo do sigilo.
E sai informação à Folha a dar com pau.
Essa manchete do tamanho da ambição do Serra pode ter saído do mesmo vazoduto.
Tudo se baseia na advogada do EJ e em informação do senhor Dirceu.
Quem sabe o Dirceu não é do tipo “diz qualquer coisa” ?
Quem é o Sr Dirceu ?
Até que ponto a Polícia Federal leva ele a sério ?
O depoimento do Dirceu vale mais do que o depoimento de outra testemunha que inocente o Amaury ?
Como disse o Lula, na festa da Carta Capital: aqui no Brasil a gente acusa todo mundo de qualquer coisa.
E o desmentido sai numa notinha escondida lá embaixo.
Quem manda não ter uma Ley de Medios …
Segundo, o livro do Amaury não saiu.
Trata-se, portanto da moderna versão da Batalha de Itararé.
Amaury fez a este ordinário blogueiro várias promessas e, até agora, livro que é bom, nada.
Portanto, não se sabe o que o Amaury tem a dizer, além deste palpitante prefácio.
Terceiro, é preciso provar que ele fizesse parte do “núcleo de inteligência” da Dilma.
Ou que esse núcleo existisse.
E qual a finalidade deste núcleo.
Como se sabe, a Dilma demitiu o Luiz Lanzetta, que seria o chefe do “núcleo de inteligência”.
E terceiro, minimamente importante: o que a Dilma fez com o resultado do crime muitas vezes denunciado pela Folha ?
Nada.
Rigorosamente nada.
A Dilma não se referiu a nada que faça parte, por exemplo, do prefácio aqui mencionado.
Nada.
A Dilma não se referiu, sequer, à empresa (eis os documentos de fundação da Decidir) que a filha do Serra abriu com a irmã do Dantas em Miami (Miami !, amigo navegante ! Miami !, onde se lava até pensamento !).
A Dilma não se referiu, sequer, à denúncia do Leandro Fortes, essa de que a irmã do Dantas e a filha do Serra (êta dupla certeira, hein, amigo navegante !), na Carta Capital: as duas abriram 60 milhões (sessenta milhões !) de sigilos fiscais no Brasil.
Nem isso a Dilma usou (até agora).
Então, amigo navegante – a quem interessou abrir o sigilo fiscal da rapaziada do panteão tucano ?
Se é que o Amaury abriu mesmo …
Porque a mim ele disse e à Polícia Federal que não tinha aberto sigilo de ninguém, que eram todos documentos públicos.
Logo, estamos aí diante de um crime gravíssimo: o Amaury teria mentido à Polícia Federal.
Clique aqui para ler o documento que ele emitiu, depois de depor à Polícia Federal.
Se Dilma não usou os dados do livro do Amaury …
Se a Dilma não usou os dados da declaração de Imposto de Renda do Trio: Ricardo, Mendonção e EJ …
Logo, trata-se de um problema entre a Policia Federal, o Amaury e os citados no livro do Amaury.
Vamos esperar o livro do Amaury.
Aparentemente, confirma-se a informação que ele me deu: ao ser contratado pela TV Record, ele se comprometeu a publicar o livro só depois da eleição.
Depois de publicado o livro do Amaury, vamos ver o que ele diz.
Os “violados” poderão entrar na Justiça e processar o Amaury por violação do sigilo fiscal.
Poderão, inclusive, revelar à população brasileira que não fizeram nada daquilo de que o Amaury os acusa e, sponte propria, divulgar seu sigilo fiscal.
Seria interessante.
Ler a declaração do Imposto de Renda do Ricardo, do Mendonção e do EJ.
Isso ia dar m …
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) “Marechal” é o subúrbio de Marechal Hermes, no Rio, onde este ordinário blogueiro estudou a primeira série do curso Primário, na gloriosa Escola 3.2 Santos Dumont.
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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