quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Meus caros amigos,

Eu estou assustadíssima com a onda crescente de Serra. Votar em
Dilma, para além de dar apoio a um governo que como disse Niemeyer
"foi o primeiro que fez o povo sorrir um pouco" é marcar um
posicionamento ideológico a favor deste mesmo povo; a favor de uma
política mais transparente (vide os grandes escândalos que saíram
debaixo do tapete); a favor de um ensino mais democrático (pro-uni,
reuni, enem, cotas...); a favor de um Estado laico onde todos possam
ter vez e voz (espiritismo, protestantismo, catolicismo, budismo,
induísmo, mulçumanos,,,); a favor de um diálogo humanitário entre as
nações; a favor do não preconceito de classe (porque Lula mostrou ser
possível quebrar esse muro), escolar (porque Lula se formou belamente
na sabedoria da vida e não lhe faltou a fala certeira no pensamento
exato), sexual ( porque após quase 150 anos de república é a primeira
vez que se abre essa oportunidade às mulheres).

Votar em Dilma é reconhecer o processo da luta histórica constituída a
favor do povo. É, neste momento, se localizar à margem esquerda e
saber que um Estado mínimo joga milhões à miséria, estigmatiza as
lutas e conquistas dos trabalhadores e dos movimentos sociais. As
lutas legítimas pela reforma agrária, na boca de Serra viram
vandalismo e as conquistas sociais viram assistencialismo barato.

Estamos num momento decisivo!!!!

Apoiar aquele que pactua o discurso espúrio, puritano, proselitista e
oportunista que se tem hoje sobre o aborto e se vale dele na
"ressureiçao" da TFP é recuperar e travestir o governo militar nas
suas razões mais sórdidas. As privatizações que, certamente, irão
acontecer se esse candidato vencer, serão pinto diante disso.

Avalio, meus caros amigos de reflexão, que devemos garantir uma
eleição de pleno envolvimento político e discussão profunda dos fatos.
Não dá para jogar fora tantos anos de luta. O momento requer o
confronto ideológico, o posicionamento correto e o envolvimento
propositivo. Não dá para ouvir o discurso do opressor sendo repetido e
comprado às cegas pelo oprimido. Muito depende de nós, por isso, Dilma
já!!!

Abraços

Maylta*

*Maylta Brandão é Doutora em Ciências Sociais pelo CPDA da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Professora do Programa
Stricto Sensu em Ensino de Ciências do Instituto Federal do Rio de
Janeiro

Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)

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