sábado, 16 de outubro de 2010

O desmonte da segurança pública em São Paulo feito por Serra

A ADPESP (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), em campanha por melhores condições de trabalho e salário digno, denunciou o sucateamento feito na segurança pública de São Paulo, pelo governo José Serra:



O choque de gestão de José Serra, para "cortar custos" com policiais (e gastar mais com propaganda), deixou 31% dos municípios sem um delegado de polícia. Resultado: sem capacidade de investigar e elucidar crimes, as pequenas cidades estão sofrendo com o tráfico de drogas, invasão do crack e com o aumento da criminalidade: assaltos, roubos, estupros, etc.

Nas cidades que tem delegados, eles recebem os piores salários da classe, comparado a outros estados do Brasil, inclusive mais pobres. Isso precariza a profissão, desestimula a carreira e desincentiva a dedicação exclusiva ao cargo. Muitos policiais são obrigados a fazer bicos ou terem atividades extras privadas. Nos piores casos, incentiva a corrupção, levando policiais a buscarem complementação de renda através de propinas, caça-níqueis, usar a estrutura policial para funcionar como segurança privada de quem pode pagar.

Serra alega que as estatísticas dizem que o nº de homicídios por 100 mil habitantes caiu, mas é um argumento que deixa muito a desejar, pelos motivos:

1) Diminuir só homícidos não resolve. É preciso diminuir latrocínio e outras mortas decorrentes da violência, a tentativa de homício, os ferimentos, o assalto à mão armada, estupros, tráfico, enfim, é preciso diminuir todos os crimes para melhorar a segurança.
Detalhe: quanto mais estupros acontecem, maior a quantidade de abortos. Zelar da polícia é ser a favor da vida. Um governo que a polícia com descaso, não defende a vida.

2) Se uma cidade de 100 mil habitantes tinha 15 homicídios, e a população dobrou, aumentando para 20 homícidos, por exemplo; pela estatística de Serra, os números melhoraram, porque reduziu para 10 homicídios por 100 mil habitantes, mas para a população da cidade piorou, porque a cidade ficou mais violenta, aumentando de 15 para 20 homicídios.

3) O estatuto do desarmamento, ao retirar armas de circulação, reduziu casos de homicídios. A melhoria no emprego nos 8 anos do governo Lula, e os programas sociais (Bolsa-família, pró-Jovem, mulheres da paz, Pronasci, bolsa-atleta, urbanização de favelas) ajudam a evitar a criminalidade atacando a raíz social do problema, não sendo mérito da política de segurança pública.

4) As operações da Polícia Federal contra organizações criminosas, desbaratam o crime no atacado. Serra poderia ter feito mais, combatendo o crime no varejo, se não tivesse congelado a contratação de policiais, enquanto a população cresceu.

Serra mandou a Polícia Militar entrar em guerra contra a Polícia Civil



Por falta de diálogo, e com salários arrochados, a Polícia Civil chegou ao extremo de recorrer à greve. Em um protesto, José Serra, em vez de negociar com sabedoria, cedendo nas reivindicações que eram justas e possíveis de atender, foi intransigente como um ditador e mandou a Polícia Militar entrar em confronto com os policiais civis que protestavam.

De que adianta subjugar os policiais civis, na base da repressão, sem dar sequer um passo necessário a resolver seus problemas financeiros e de condições de trabalho? Só serve para baixar mais ainda o moral dos policiais, e desestimular um profissional que vê seu trabalho ser desvalorizado.

Enquanto as duas polícias se confrontavam, a bandidagem fazia a festa, roubando e assaltando nas outras áreas, sem policiamento. Isso é o jeito de José Serra administrar a segurança pública.

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