quarta-feira, 6 de outubro de 2010

“O Estado tem de ser separado da Igreja. Nós não queremos que isto volte” Crivella

Magoado com Cabral, Crivella dispara: ‘Quem patrocinou esta festa com Lula fui eu’

Senador reeleito afirma ter sido vítima de venenos sutis, armadilhas sagazes, diz que tem ótimo relacionamento com Lindberg e que viu a mão de Deus

Rio – ‘A ingratidão do ser humano é algo assim difícil de se explicar’. A afirmação foi feita nesta segunda-feira pelo senador reeleito, Marcelo Crivella (PRB), ao mencionar o governador Sérgio Cabral, também reeleito neste domingo, e toda a sua estratégia de campanha, adotada ao longo dos meses.
Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Crivella com a esposa logo depois de votar em Copacabana | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
“Quem levou Cabral ao Lula fui eu. Quem patrocinou esta ‘festa’ fui eu quando deixei de apoiar a Denise Frossard. Mas o senador do povo ganhou mais uma chance de trabalhar”, disse Crivella em entrevista à Rádio CBN.
Crivella, que foi eleito com 3,3 milhões de votos, afirmou também ter conseguido superar obstáculos duríssimos de uma ‘batalha sem trégua’ contra os ‘poderosos’. “Fui vítima de armadilhas sagazes e de venenos sutis, mas vi a mão de Deus através do sentimento popular”, completou.
O senador e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus afirmou que não tem problemas com Lindberg Farias, senador mais votado do Rio neste domingo, ‘mesmo com todos os problemas criados pela máquina do Governo do Estado’.
“Meu relacionamento com Lindberg Farias é ótimo. Ele é de um partido de trabalhadores e eu trabalho para ajudar os mais necessitados. O presidente Lula deixou bem claro que torcia para os dois e ainda bem que o povo do Rio de Janeiro soube perceber esta diferença, mesmo com a névoa criada pelo Governo do Estado”, afirmou Crivella.
Por fim, Crivella pediu união à bancada do Rio de Janeiro em Brasília e afirmou que nunca teve a pretensão de juntar a Igreja e o Estado. “Espero que a bancada do Rio esteja unida para que possamos manter os recursos das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Estas intervenções vão mudar a nossa cidade. O Estado tem de ser separado da Igreja. Nós não queremos que isto volte”, afirmou.

Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)

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