domingo, 24 de outubro de 2010

PAC de Manguinhos ganha exposição no MoMA

Museu de Nova York exibe projeto em favela do Rio numa mostra sobre soluções para populações carentes

PAC_Manguinhos_MoMa

Gilberto Scofano

Entrega dos primeiros apartamentos do PAC em Manguinhos


Fernanda Godoy* e Célia Costa – O Globo

RIO e NOVA YORK. Onze projetos de arquitetura que atendem a habitantes de comunidades pobres, imigrantes e vítimas de exclusão social, entre eles os moradores do Complexo de Manguinhos, no Rio, ganharam o espaço nobre das galerias do MoMA, o Museu de Arte Moderna de Nova York, e estão mostrando ao mundo visões inovadoras de urbanismo para populações carentes. O curador da exposição, o alemão Andres Lepik, admite que até os arquitetos selecionados ficaram surpresos ao serem convidados para expor trabalhos em um lugar que viam como elitista.

Um dos trabalhos escolhidos para a exposição “Escala pequena, mudança grande — novas arquiteturas de engajamento social” foi a Rambla de Manguinhos, dentro do Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC), desenvolvida pelo arquiteto argentino Jorge Mario Jáuregui, da Metrópolis Projetos Urbanos.

Envolvido com projetos em favelas desde 1993, Jáuregui desenhou uma estação de trem suspensa sobre uma estrutura de concreto, com uma grande área de lazer e recreação. O objetivo dele é integrara comunidade e combater a exclusão social dos moradores.

No vídeo que acompanha os desenhos e as fotos apresentados no MoMA, o arquiteto aparece percorrendo a comunidade a pé, conversando com os moradores. Jáuregui destaca que é preciso primeiro entender a estrutura do problema, para depois propor a solução.

Foi essa exatamente a abordagem que o museu buscou. Um critério fundamental para a seleção, em um processo que durou quase um ano, foi o de que os projetos já tivessem sido executados ou estivessem em andamento.

— Todos os arquitetos selecionados são pessoas com um profundo conhecimento da comunidade onde trabalham.

Não são pessoas que fazem uma visita de duas semanas e elaboram um projeto.

Queríamos mostrar trabalhos que tratassem dos problemas reais do mundo de hoje, não de debates acadêmicos ou da discussão de ideias — diz Lepik.

*Correspondente do Globo

Postado por Luis Favre
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Do Blog do Favre.

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