O objeto supostamente atirado por militantes do PT contra o candidato a presidente do PSDB, José Serra, virou uma bola de neve. Cresceu em dimensões imprecisa e preocupante na forma como ocupou o centro da sucessão presidencial. Tudo mais que interessa ao eleitor, e já vinha sendo tratado por menos, vai ficando para uma outra disputa. Talvez. Virou uma bola de neve na onda de cotejamentos e brincadeiras que tomaram conta da Internet e suas redes sociais, ontem, num movimento aberto de banalização do rumo que tomou o segundo turno da sucessão presidencial: o de sair do limite do confronto retórico e caminhar para o embate físico.
Mas o objeto supostamente atirado por um petista em Serra virou uma bola de neve pela desmedida reação da campanha tucana a um ato, por ora, restrito a manifestações apaixonadas de militantes. Ainda que inaceitáveis. Quando o confronto político-eleitoral perde o limite, todos perdem a razão. E a campanha tucana descambou para um tratamento pirotécnico do episódio, no programa eleitoral exibido ontem e por isso também fugiu ao bom senso.
Numa estratégia de se colocar como vítima, abriu a guarda para um caminho que renova a preocupação que muitos (os lúcidos, ao menos) estão tendo com essa eleição: a de ela escapar às bases da civilidade. Transformar o episódio de uma bolinha de papel ou algo parecido em campanha terrorista de ameaça à Democracia, foi demais!
Não é rebaixando a um incidente ou coisa de militante que se encerra adequadamente esse episódio. Mas também não é pela dimensão que a conveniência eleitoral da campanha tucana impôs ao que ocorreu, que o fato deve ser entendido. Foi um grande papelão!
No Jornal do Commercio (Coluna Pinga Fogo) - publicado em 22.10.2010
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