Soldados psicopatas posam junto a seus estandartes : a bandeira dos EUA e a bandeira das SS nazista |
No Iraque e Afeganistão
Impunidade é regra nas guerras imperialistas
As
forças armadas dos EUA retiraram, sexta-feira, todas as acusações
contra o quinto soldado acusado de assassinar civis afegãos e guardar os
restos mortais como troféus. Para o Pentágono a absolvição de Michael
Wagnon foi «do interesse da justiça».
O
caso tornado público em Maio de 2010 já levou à condenação de quatro
dos cinco envolvidos na morte e profanação dos cadáveres de três civis
afegãos, entre 2009 e 2010, na província de Kandahar, no Sul do
território, incluindo o sargento Calvin Gibbs, de 26 anos, sentenciado a
prisão perpétua por ser o alegado líder do grupo.
O
conclusão deste caso ocorre dias depois do sargento Frank Wuterich,
chefe de um pelotão de infantaria, se ter declarado culpado da morte de
24 iraquianos desarmados em Novembro de 2005, na cidade de Haditha.
O
massacre onde terão morrido mulheres e crianças (e no qual um número
indeterminado de pessoas ficou ferido), ocorreu depois de a explosão de
uma mina antipessoal ter morto um soldado norte-americano e ferido
outros dois.
A assunção da culpa
por parte de Wuterich valeu-lhe um acordo com as autoridades militares,
mediante o qual lhe foram retiradas as acusações de homicídio.
Assim,
e por «negligência no cumprimento do dever», o agora ex-sargento do
exército só cumprirá três meses de prisão, será rebaixado ao posto de
soldado, e terá o seu salário reduzido em dois terços durante os 90 dias
de detenção. Os restantes sete implicados nos acontecimentos foram
absolvidos.
Em Hadita, a decisão
do tribunal militar dos EUA foi recebida com comoção e asco, relataram
meios de informação locais citados pela Telesurtv. Já a AFP deu voz ao
advogado dos familiares das vítimas, para quem «matar 24 civis e ser
castigado com três meses de prisão representa um crime contra a
humanidade».
A agência noticiosa
ouviu ainda um médico do hospital de Haditha, Ayad Ghazi, Musleh que
considerou «que o sangue dos iraquianos e dos habitantes do [chamado]
terceiro mundo é o mais barato».
Glorificação da desumanidade
Antes
da última sentença sobre o caso de Haditha ser conhecida, um franco
atirador de um pelotão das tropas especiais, Chris Kyle, afirmou
publicamente ter morto 255 iraquianos, facto do qual não só não se
arrepende como, pelo contrário, se orgulha.
Oficialmente,
o Pentágono reconhece-lhe cerca de 150 vítimas, mas Kyle garante que a
cifra é muito maior, vangloriando-se com a sua participação no assalto a
Fallujah, onde, exemplifica, matou pelo menos 40 iraquianos.
Pelos
feitos que intitula de históricos, relatados no livro American Sniper,
Kyle aceita a denominação de «demónio de Ramadi», «lenda» ou «o
exterminador». Faria tudo de novo, assegura o agora instrutor de tiro no
Estado do Texas.
Segundo o grupo de defesa dos direitos humanos Iraq Body Count, em 2011 morreram no país 4059 civis, mais 83 que em 2010.
Em
sentido contrário ao juízo dos casos de massacres perpetrados por
tropas norte-americanas no Iraque e Afeganistão – em que a regra é a
impunidade para executantes e decisores políticos –, a justiça militar
de Washington decidiu, no passado dia 4 de Fevereiro, levar por diante o
processo contra o soldado Bradley Manning, acusado de fornecer ao
Wikileaks documentos militares sobre as guerras no Médio Oriente e Ásia
Central, e aproximadamente 260 mil mensagens trocadas entre
representações diplomáticas da Casa Branca e o Departamento de Estado.
Manning pode ser condenado a prisão perpétua por «conluio com o inimigo».
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