sexta-feira, 31 de julho de 2009

AGU envia ao Supremo parecer em defesa de cotas para negros em universidades


Ainda copiando do excelente Blog POR UM NOVO BRASIL, da amiga Jussara Seixas.

Visitem este Blog.
Saraiva

AGU envia ao Supremo parecer em defesa de cotas para negros em universidades
Da Agência Brasil
A AGU (Advocacia-Geral da União) enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma manifestação em defesa da política de cotas para negros nas universidades. O parecer foi solicitado pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, que analisa ação do partido DEM (Democratas) contra o sistema de cotas na UnB (Universidade de Brasília). A PGR (Procuradoria-Geral da República) também já se manifestou pela rejeição da ação do partido.A expectativa da AGU é de que o presidente do STF decida sobre a o caso ainda nesta hoje (31). No parecer enviado ao Supremo, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, José Antonio Dias Toffoli, defende a política de cotas como uma obrigação do Estado brasileiro, respaldada na Constituição e fundamental para a redução das desigualdades no país.Toffoli ainda destaca os estudos sobre o bom desempenho dos estudantes cotistas para refutar o argumento de que o sistema reduz a excelência acadêmica. De acordo com ele, o fato de as cotas existirem na UnB há cinco anos compromete a urgência de uma liminar e indica a necessidade de uma análise de mérito."Decisão do Supremo se cumpre. No entanto, qualquer decisão em caráter liminar por parte da presidência ou do plenário não é definitiva. Caso seja favorável às cotas, não será definitiva. Se for contrária, também não será definitiva. A decisão final virá de um julgamento do STF", afirma Toffoli, para quem o debate não deve ser político, mas sobre o mérito jurídico."Nossa ideia é defender o princípio das cotas. Isso é o que não podemos perder. Se eventualmente tiver alguma forma de seleção que tenha que ser aprimorada nas universidades federais, cabe à Procuradoria Federal, órgão vinculado à AGU, orientar as universidades a fazer o aperfeiçoamento para que a sustentabilidade da política de cotas se mantenha."Na noite de ontem (30), o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União recebeu uma comissão formada por representantes do Conselho do Negro do DF e de movimentos sociais de Brasília e estudantes da UnB. O presidente do conselho, Júlio Romário, entregou à AGU um dossiê de 500 páginas com estudos jurídicos sobre as cotas.Os estudantes da UnB levaram uma carta do Coletivo de Articulação em Defesa das Cotas, formado por universitários e movimento sociais. De acordo com Murilo Mangabeira, graduando em antropologia na UnB, o coletivo considera as ações afirmativas passos iniciais para reduzir a desigualdade racial no Brasil."Estamos nesse ato político para mostrar os nossos rostos. Mostrar que as cotas não têm a ver com decisões abstratas do direito, mas com a vida de algumas pessoas, vidas que já estão mudando", diz Mangabeira. "As cotas têm ajudado a UnB, um ambiente ainda excludente, a se tornar mais democrática. Nós temos o direito de participar desse espaço de produção de conhecimento no Brasil e podemos dar contribuições muito relevantes para combater as desigualdades raciais."Atualmente, 91 instituições de ensino superior adotam alguma forma de ação afirmativa nos processos seletivos. Na Universidade de Brasília, o sistema de cotas existe há cinco anos e prevê a reserva de 20% das vagas para negros em todos os cursos. A ação do DEM acusa as cotas de ferir princípios universais e constitucionais de dignidade humana e o direito universal à educação.Juliana Cézar Nunes
Repórter da Radioagência Nacional

Nenhum comentário: