- Publicado em 04/10/2010
O PiG (*) parece determinado a conseguir o apoio da Bláblárina ao Serra.
A Lúcia Hippolito, que apoiou a Marina – clique aqui para ler por que a Globo trocou de candidato – poderia ajudar muito.
Acontece que o apoio formal da Marina ou do PV não tem a menor importância.
Muito menos o do Gabeira (**).
A Bláblárina foi o instrumento que eleitores encontraram para expor sua perplexidade diante da suposição de que a Dilma fosse contra Deus, a religião e a favor do aborto.
A Marina foi o poste (verde, é claro).
Ou seringueira, se o amigo navegante preferir.
A Marina não transfere meia dúzia de votos.
Nem no Acre, onde perdeu.
(Será que a Marina não se lançou candidata a Presidente porque sabia que seria derrotada para o Senado no Acre ?
E jogou-se no precipício de um degrau mais alto ?)
O PV é um partido do tipo “barriga de aluguel” pelo país afora.
Une-se ao “primeiro” que aparecer, com entusiasmo febril se o “primeiro” que aparecer surgir do lado direito do espectro político.
Especialmente se esse “primeiro” dispuser de recursos fartos para financiar os elevados custos de diversos tipos de campanhas.
O PV brasileiro é uma espécie singular da Amazônia, raramente encontradiça na Civilização Ocidental: o PV brasileiro gosta dos conservadores.
É uma orchidaceae do gênero Cattleya – cara, aristocrática, chic.
Os eleitores da Marina entendem tanto de efeito estufa quanto de física quântica.
Preocupam-se tanto com a emissão de gás carbônico quanto com a flatulência.
O voto da Bláblárina tem vôo próprio.
Não tem cabresto.
Depende mais de uma autoridade eclesiástica do que de uma liderança política.
É um eleitor fora da moldura política ou dos partidos.
É apolítico.
A “questão religiosa” – clique aqui para ler – desabou na política brasileira de forma imprevista e imperceptível.
Não coube dentro do PT, nem do PSDB.
A Marina Silva tem tanto controle sobre o rumo desse voto quanto sobre o leme do jatinho de US$ 50 milhões de dólares que a conduz pelos céus do Brasil – e seus sonhos.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Gabeira, Jarbas Vasconcelos e Luiz Paulo Velloso Lucas são os três candidatos que saíram do peito do José Serra – e se deram monumentalmente mal. A eleição do Aloysio Nunes Ferreira deve muito mais ao Quércia e ao FHC do que ao Serra.
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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