segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Derrota de nomes tradicionais da oposição


Campeões de votos no passado, Marco Maciel, Tasso Jereissati e Arthur Virgílio não conseguem vaga

Vivian Oswald – O Globo

BRASÍLIA. As eleições deste ano varreram dos corredores do Senado nomes tradicionais da política brasileira. Velhos caciques, líderes de votos em pleitos passados, ficarão sem assento na Casa a partir de 2011. Entre eles estão os tucanos Tasso Jereissati (CE) e Arthur Virgílio (AM), além de Marco Maciel (DEM-PE).

A trajetória política de Maciel se confunde com a história do Congresso. Eleito deputado federal pela primeira vez em 1966, pela Arena, o parlamentar era dos mais longevos na Casa. Afastouse para ser governador de Pernambuco e vice-presidente da República durante os dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Este ano, sem fôlego, e aparentemente com pouca estrutura para a campanha, ficou para trás.

Um dos opositores mais veementes do governo Lula, desde o seu primeiro dia, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio, obteve seu primeiro mandato em 1978. Só não esteve no Congresso quando foi prefeito de Manaus.

No Twitter, um dia antes da eleição que perdeu por pouco — ficou em terceiro, logo atrás de Vanessa Grazziotin — , nutria esperanças: “Afirmo: a surpresa será grande. Enfatizo: vigilância precisa ser indormida.

Agradeço, comovido, pelo carinho e empenho.” No Ceará, a derrota de Tasso pôs fim a uma sólida trajetória de quatro campanhas vitoriosas, a primeira em 1986, quando ganhou o governo do Ceará, marcando seu ingresso na política partidária. Apesar de ter mantido a liderança na atual disputa eleitoral, até às vésperas do pleito, o tucano veio registrando declínio ao longo de três meses, até ser ultrapassado pelos ex-ministros Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (CE). Mas foi nas últimas duas semanas, após apelos do presidente Lula em favor dos seus adversários, veiculados no horário eleitoral, que a queda se acentuou, enquanto Eunício e Pimentel registraram crescimentos de dois dígitos cada. Ontem à tarde, Tasso já admitia que sua reeleição era difícil: — Lutei a boa luta. Lutei muito pelos meus ideais e por aquilo que acho correto — disse. — Vou me dedicar aos meus netos.

Deputado federal eleito por cinco mandatos consecutivos, José Carlos Aleluia (DEM) não foi capaz de obter uma vaga no Senado este ano. Era vice-líder do DEM e um dos mais ferrenhos combatentes da oposição no plenário, em especial quando envolvia assuntos econômicos e orçamentários.

Figura polêmica, o piauiense Mão Santa também não conseguiu se eleger no Piauí. Também ficou sem um novo mandato o senador Heráclito Fortes (DEM). Com dois mandatos consecutivos (1983/88 e 1995/2003), só não esteve no Parlamento no período em que governou Teresina.

Postado por Luis Favre
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