Bueno, vejamos por onde começar…
Há tanto a dizer – e tanta ansiedade para que seja dito – que me vi diante da dúvida sobre que assunto abordar primeiro. Imagino, então, que o melhor pode ser dar um panorama geral sobre os casos mais carentes de abordagem e, no decorrer dos próximos dias, ir detalhando o que direi agora sobre cada um deles.
E quais são esses casos? O que precisa ser abordado para que possamos seguir em frente e partir para o debate político do segundo turno? Penso que há três assuntos.
1 – O papel de Marina Silva na campanha eleitoral que, para ela, terminou ontem.
2 – Os erros de TODAS as pesquisas durante o processo eleitoral também de ontem.
3 – O significado e o pateticismo desse sorriso interminável pregado nas múltiplas caras do Partido da Imprensa Golpista (PIG).
Sobre o papel de Marina
Confirmou-se o que sempre se soube, que se tratava de uma “laranja” que serviria para inflar as intenções de voto dos adversários de Dilma de forma a garantir o segundo turno, esse lenitivo no qual Serra, o PSDB e seus aliados na mídia sempre apostam para vencer o PT.
Marina foi a Heloísa Helena de 2010. Foi exaltada como a musa ética e a reserva moral da campanha, a quem a mídia concedeu a prerrogativa de tecer considerações desabonadoras sobre os adversários revestidas de um ar angelical de quem estava orando pelos pobres do mundo.
Como a congênere alaranjada, Marina se perderá nas teias do tempo e daqui a quatro anos terá que começar tudo de novo, provavelmente sem ser tratada com a mesma complacência pelos adversários.
Os erros das pesquisas
Em pesquisa de intenção de voto, para não dizer em estatística, o que vale é a tendência ao longo de uma linha de tempo. Há fatores imponderáveis como abstenção proposital ou acidental que pode ter sido gerada por falta de documentos, condições climáticas etc. Trata-se, pois, do imponderável por qualquer sondagem do eleitorado.
Em abril, quando o Movimento dos Sem Mídia representou contra TODOS os institutos de pesquisa na Procuradoria Geral Eleitoral por estarem todos sendo acusados pela grande imprensa e pela imprensa dita “alternativa”, havia uma divergência escandalosa nas pesquisas justamente porque, aos pares, os quatro maiores institutos apontavam para tendências divergentes.
Datafolha e Ibope, de um lado, e Sensus e Vox Populi do outro mostravam, respectivamente, ascensão de Serra e estagnação ou queda de Dilma e o contrário disso. Agora, na reta final, todos vinham apontando para queda de Dilma e subida de Serra e Marina depois de a petista se alçar do empate com a soma dos concorrentes, o que lhe daria a eleição no primeiro turno.
É vigarice dizer que algum grupo de institutos, ou algum instituto isolado, errou mais do que o outro na reta final. Até porque, acho que não erraram. TODOS apontaram tendência de queda de Dilma.
Para este blogueiro sujo, ficou demonstrado, pois, que em um determinado ponto deste ano quem estava dando tendências divergentes decidiu parar e ninguém acreditou que parou, incluindo quem escreve estas mal traçadas linhas.
A comemoração do PIG
O sorriso no canto dos lábios dos estafetas do PIG, sobretudo os da Globo, é idêntico ao dos tucanos que andaram desfilando triunfantes pelas tevês.
O que comemoravam? Terem perdido de pouco da Dilma.
Alguns tucanos, entre assumidos e enrustidos, contabilizam os votos de Marina como se fossem deles. Assim como fizeram com os de Heloísa Helena, Cristovam Buarque e outros que se dispuseram ao mesmo papel que a laranja verde se dispôs.
Quer dizer, então, que Serra acha que pode vencer a eleição? Bem, eu não dou lá muito crédito a um candidato que terminou o primeiro turno perdendo de longe de uma candidata que nunca disputou uma eleição na vida mesmo com toda a grande mídia e até a Justiça Eleitoral ajudando.
Como dizia o nosso irmãozinho Roberto Carlos, portanto, podem vir quente que nós estamos fervendo. Aguardem.
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