sábado, 2 de outubro de 2010
Nas eleições para deputado, as pessoas acham que estão votando na pessoa do candidato, mas estão votando primeiro no partido, e depois no nome.
Às vezes seu voto acaba elegendo candidato de outros partidos através da coligação na chapa proporcional (que é diferente da coligação para presidente e para governador).
70% dos eleitores não elegem quem votou. Seus votos são computados para eleger outros mais bem votados no partido ou coligação proporcional.
Um exemplo no Rio de Janeiro: O PMDB está coligado com o PP, ambos são da base governista do governo Lula de centro e centro-direito. Mas o PP tem como candidato a deputado Jair Bolsonaro, que é um extremista incapaz até de dialogar com quem pensa diferente dele. Então se um eleitor do Rio vota em um candidato de centro do PMDB, está jogando seu voto na mesma cesta para eleger Bolsonaro.
No caso de partidos com características de frente partidárias, que abrigam candidatos de posições políticas opostas, se a gente vota em um candidato campeão de votos, com a sobra de votos, ajuda a eleger, às vezes candidatos contrários à nossa posição política.
Se a gente vota em um candidato conhecido, tipo candidato de bairro, ou amigo do amigo, mas que não tem chances de se eleger, porque só foi lançado para somar votos e ajudar a eleger outros destas frentes partidárias, é um voto no escuro, porque elegerá outro candidato do partido ou coligação que será mais bem votado do que ele.
Por isso a escolha do voto para deputado exige uns cuidados, para evitar que escolhamos um excelente nome, mas, em vez de elegê-lo acabe elegendo um "sanguesuga", ou um contrário à nossa posição política, sem querer.
Um jeito fácil é escolher o nome que você simpatiza. E fazer a checagem:
Na relação de candidatos desse partido ou dos partidos dessa coligação, existe nomes em quem você jamais votaria, e com chances de se eleger?
Se a resposta for sim, infelizmente é recomendável pensar em mudar de candidato. Se a resposta for não, pode votar consciente, que não corre o risco de dar seu voto a quem jamais votaria, como no exemplo citado acima de acabar votando para eleger um Jair Bolsonaro.
Outro jeito fácil é escolher o(s) partido(s) que você simpatiza, e votar na legenda (apenas o número do partido) ou escolher um nome na relação de candidatos deste partido. Mas é bom fazer a checagem:
Ver se a relação de deputados do partido ou coligação, tem uma maioria de nomes que você apova. Se não tem, é melhor procurar outro partido ou coligação, com nomes que você aprove e com chances de se eleger, em sua maioria.
Para consultar a lista de candidatos das coligações em cada estado:
1) Acesso o link abaixo, e clique no seu estado:
http://divulgacand2010.tse.jus.br/divulgacand2010/jsp/index.jsp
2) Aparecerá a tela abaixo:
É só selecionar o cargo, a situação "Aptos", e clicar na palavra "Coligação" para colocar em ordem a lista da coligação.
Agora é só conferir a lista, para ver se a lista em que consta o candidato que pretende votar, merece seu voto, ou se tem excesso de contrapeso, que você veta.
Em tempo: O caso Tiririca: O PT de São Paulo coligou-se com o PR nas eleições proporcionais, nos acordos partidários para apoiar Mercadante. Acabou se dando bem. Tiririca será campeão de votos. Se o PR não tivesse coligado elegeria mais deputados sozinho. Coligado com o PT, haverá mais candidatos bem votados no PT do que no PR, e o PT acabará fazendo uma bancada maior.
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