domingo, 24 de outubro de 2010
O PDT ingressou com uma ação no TRE-AL (Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas) pedindo investigação e medidas preventivas contra supostas fraudes ocorridas durante o 1° turno das eleições no Estado, no dia três de outubro. O partido denuncia que mesários teriam votado no lugar de eleitores em quase 20% das urnas eletrônicas, mas não faz acusação nominal contra qualquer candidato ou partido.
Em Alagoas, o candidato do PDT ao governo, Ronaldo Lessa, está no segundo turno contra o atual governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Apesar de denunciar fraude no 1° turno, Lessa era apontado como terceiro colocado nas pesquisas feitas às vésperas da eleição e garantiu-se no segundo turno por uma diferença de apenas 4.818 votos (0,35 ponto percentual do total válido) do terceiro colocado, o senador Fernando Collor de Mello (PTB).
Segundo documento encaminhado ao TRE-AL na última terça-feira (19), o diretório nacional do PDT alega que em 1.065 seções (das 5.641 existentes em Alagoas) “a média de votos rápidos por minuto no período final [após as 16h] foi maior que nos outros dois períodos (8h-12h e 12h-16h)”.
O partido explica que leva em conta que voto rápido é aquele dura menos de 40 segundos entre a autorização do mesário e a confirmação do eleitor. O total de votos questionados não é informado na denúncia.
Ainda segundo o documento encaminhado à Justiça eleitoral, “o crescimento de voto rápido no período não foi encontrado nas demais 4.576 urnas usadas no 1° turno em Alagoas, sugerindo hipótese de emprenhamento de urna pelos mesários”.
O PDT alega ainda que quantidade de votos inseridos desta forma “tem potencial para alterar significativamente o resultado do 2° turno, e solicita que TRE adote duas medidas: “impedir votos de mesários” e “convocar os presidentes de mesas das referidas seções para esclarecimento quanto às implicações legais em votar no lugar do legítimo eleitor”.
Em ofício de resposta encaminhado ao diretório nacional do PDT nesta sexta-feira (22), o presidente do TRE-AL, Estácio Gama, informa que encaminhou a denúncia ao Ministério Público Eleitoral (MPE) para que ele tome as providências que achar necessário, mas sugere ao PDT que seja “operacionalizada uma rigorosa fiscalização institucional” sobre os dados oficiais.
O UOL Eleições tentou contato com o MPE na noite desta sexta-feira, para que o procurador Regional Eleitoral, Rodrigo Tenório, comentasse as denúncias e informasse prazo para conclusão da investigação, mas não obteve êxito.
A reportagem também entrou em contato com a assessoria de imprensa de Teotonio Vilela Filho e foi informada que o candidato não havia se pronunciado sobre o caso.
Não é a primeira vez que um candidato questiona na Justiça fraude nas eleições em Alagoas. Em 2006, o candidato derrotado ao governo, João Lyra (PTB), questionou o resultado da votação, alegando fraude nas urnas eletrônicas. Lyra perdeu em todas as instâncias por unanimidade, que manteve o resultado que elegeu Teotonio Vilela Filho.
By: Uol
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