segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Nem ciúmes nem ruptura. O tiro que saiu pela culatra.

É evidente a falta de rumo da imprensa partidária no país. A vitória de Dilma nas últimas eleições presidenciais não estava no plano deles, que tinham apostado todas as suas fichas no candidato visto por eles como pule de dez*, tendo traçado planos para tentar desconstruir Lula a partir da comparação com os primeiros atos do novo presidente.

O pule de dez virou cavalo paraguaio** e a candidata de Lula, como se sabe, venceu as eleições. Sem ter opções para modificar o que tinha sido planejado, eles embarcaram em uma arriscada aventura de tentar desconstruir Lula através das ações de Dilma.

A intenção era de desmistificar Lula a partir de elogios a mudanças de posturas do governo, mas como essas mudanças não aconteceram, exceto pela diferença de estilo pessoal de Dilma na presidência, passaram a fazer o que sabem de melhor para alimentar suas teorias furadas: as especulações.
Não existe até agora nenhuma ruptura de fato do governo Dilma com o governo Lula, nem no MinC, nem no Itamaraty, nem na área econômica que possa ser reconhecida como fato. O que existe de material são posicionamentos do novo governo que precisa agir em determinadas áreas específicas para atender demandas da conjuntura atual.

É normal no começo de todo governo que a imprensa teste sua capacidade de pautar os governantes, que grupos de fundamentalistas e insatisfeitos pela perda de influência tentem seqüestrar o governo, que surjam especulações para ocupar o espaço da falta de notícias. O que parece ser o objetivo principal, e não está dando resultado, é a tentativa de desgastar a imagem do presidente junto à verdadeira opinião pública, que é o povo que vota e responde a pesquisas de opinião, não me refiro a “opinião pública” citada freqüentemente por jornalistas como Leonardo Attuch da Isto É, que se resume a opinião de donos de empresas de comunicação e jornalistas amestrados.

Além de não irritar Lula nem provocar desgaste para ele ou em sua relação cordial com Dilma, a imprensa corre o risco real de ajudar, mesmo não tendo essa intenção, a aumentar a popularidade de Dilma, sobretudo entre aqueles que votaram no PSDB e foram influenciados negativamente pelo clima de cruzada religiosa que os serristas deram as eleições, e que ainda estão sob a influência direta dos quase extintos formadores de opinião de velha mídia.

Como Dilma não tem o carisma de Lula acharam que poderiam desconstruí-lo agora e mais pra frente tratar de fazer o mesmo com ela, mas até agora só conseguiram melhorar a imagem da presidenta junto a classe média e manter o ex-presidente em evidência.

O que estamos presenciando só serve para identificar quem são os falsos aliados que produzem fogo amigo e dossiês aloprados que além de não ajudar em nada produzem fraturas incalcificáveis e para mostrar que a imprensa continua agindo como partido político, abdicando da prerrogativa de informar para colocar em prática estratégias de médio e longo prazo para reconduzir ao poder os partidos aliados. Os métodos usados por ambos os grupos em muito os identificam: especulações, interpretações, offs furados, etc...


Até agora, todos os tiros saíram pela culatra, além da inevitável constatação que se pelam de medo da possibilidade de Lula voltar a se candidatar e frustar mais uma vez as chances do PSDB voltar a governar o país.

*Pule de dez - Termo usado no turfe para definir o cavalo que por ser considerado superior aos demais é favorito absoluto para vencer o páreo.

**Cavalo paraguaio - Termo usado no turfe para definir o cavalo que sai em disparada na frente dos demais no início do páreo, mas que no decorrer da corrida perde força e nunca termina em primeiro.

Fonte da imagem: http://filhosdocaue.blogspot.com/ Autor: não definido na fonte
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Do Blog TERRA BRASILIS.

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